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Conheça Sinarinha, atleta do Grêmio que concedeu entrevista ao MF

Sinara Silveira Vieira ou, Sinarinha como é conhecida, é jogadora do Grêmio Foot-ball Porto Alegrense, atua na lateral dos gramados mas também é utilizada no meio campo como volante. Catarinense, é natural de Imbituba/SC e nasceu em 22/11/1997, tendo 22 anos.

A atleta possui uma carreira vitoriosa sendo revelada pelo Avaí/Kindermann e logo conquistando a Copa do Brasil, por méritos, no mesmo ano, vestiu a camiseta da seleção brasileira sub-17. Após isso, se transferiu para o Amazonas, onde atuou pelo clube Iranduba e participou da Libertadores. Por onde passou, teve diversos títulos estaduais e é um dos destaques das Gurias Gremistas na temporada 2020

   
Foto: Fernando Alves (@fer0alves).
 

Confira agora a entrevista cedida por Sinara ao Mercado do Futebol, sobre a qual ela conta suas dificuldades até chegar a carreira profissional, ambições e desejos com a camisa tricolor:

 

1- Ao saber sobre sua história de vida, percebemos seu entusiasmo e gratidão ao futebol e ao Grêmio, seu time de coração. Como essa paixão pelo esporte e por este time nasceu?

R= Minha paixão pelo futebol é desde muito pequena, morei do lado de dois campos de futebol e sempre que tinha jogos eu ia assistir com o meu irmão, chegamos até ser gandulas pra poder sempre estar em contato com a bola, e quando davam os intervalos íamos brincar. Também jogava muito na escola, eu estudava a tarde , mas passava a manhã toda jogando na educação física das turmas da manhã e a tarde quando eu ia pra escola jogava na minha educação física.

R= No recreio sempre levava uma bola na mochila. Quando chegava em casa só tomava um café bem rápido e já ia pra quadra jogar com os amigos, ficava até umas 21 horas da noite. E todo dia era assim. Quando criança eu não tinha muita noção de qual time torcer, torci pro Grêmio por causa do meu irmão e meu professor da escola. Logo que coloquei na cabeça que seria gremista , comecei a acompanhar os jogos e querer ter coisas do Grêmio e assim fui ficando cada vez mais fanática.

 

2- No Brasil, a desigualdade de gênero é visível em todas as áreas, sendo o futebol uma delas. Atletas femininas recebem salário muito inferior aos atletas masculinos, bem como o futebol feminino não é divulgado, patrocinado e enfatizado com a mesma intensidade que o masculino. Também há ainda um preconceito enraizado quanto a mulher no esporte, como se fosse apenas para homens.  A partir desse contexto,  como foi a reação da sua família quando você decidiu que queria ser jogadora de futebol? E hoje, como jogadora profissional, você sente dificuldades de ser aceita no futebol e da mulher ser vista como tão capaz quanto um homem nesta área?

R= Assim como maioria das jogadoras eu comecei jogando no meio de meninos, inclusive cheguei a disputar campeonatos sub-13 e sub-15. Então sempre ouvi algumas coisas negativas, até mesmo na família, mas eu tinha muita vontade de ser uma jogadora profissional, e eu não ligava muito para o que pensavam, eu só queria jogar bola. Aos poucos o tempo foi passando e meu professor de educação física, que também era o meu treinador, me levou pra fazer teste em um time e eu fui aprovada. A partir da li, tudo foi mudando e eu comecei a receber bem mais apoio de todos.

 

3- A partir da sua escolha de seguir a carreira de jogadora, quais foram suas maiores dificuldades nos primeiros anos como atleta? Tais dificuldades a fizeram pensar em desistir?

R= Bem no início eu tinha como dificuldade minha situação financeira. Mas graças a Deus tive muitas pessoas dispostas a me ajudar, e conheci pessoas no meio do futebol que fizeram dessa dificuldade só um detalhe, e isso nunca foi motivo de me fazer desistir e sim motivo pra eu querer cada vez mais crescer e dar orgulho para as pessoas que me ajudavam e acreditavam em mim. E também foi difícil no início lidar com a distância, saudades de casa, da família e dos amigos. As vezes me pegava pensando se valia a pena estar tão longe de tudo, mas aos poucos fui conquistando grandes coisas que me faziam ter certeza de que estava no caminho certo.

 

4- Sua carreira profissional teve início no Avaí/Kindermann, em 2013, sendo Tri-campeã estadual, campeã da Copa do Brasil e, posteriormente, convocada para a seleção Brasileira sub-20. Qual é o sentimento e a responsabilidade de vestir a amarelinha?

R= O sentimento de ter sido convocada para Seleção Brasileira naquele ano de 2015 era de muita gratidão à Deus, por tudo que eu estava vivendo. Havia acabado de ser campeã brasileira escolar e conquistado vaga para o mundial na Guatemala, e quando veio a convocação fiquei muito feliz pela oportunidade.