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Entrevista com Marcella Hulk, atacante do Minas Brasília

Nascida na cidade de São Paulo, Marcella de Souza Bezerra, mais conhecida como Marcella Hulk, concedeu entrevista ao MF. A atacante de 33 anos, já teve passagens por: Vitória das Tabocas, Santos, Flamengo, União-RN, Sport, Kindermann, Internacional, 3B da Amazônia, Maccabi Kishronot Hadera (Israel) e Minas Icesp de Brasília, clube onde joga atualmente

 

MF: Em relação a outras jogadoras, sua trajetória no futebol começou mais tardiamente. Além disso, atualmente, existem maiores oportunidades para as jogadoras começarem desde a base. Como você vê essa diferença de oportunidades em relação à época em que você começou? E sempre quis ser jogadora profissional de futebol? Como surgiu essa decisão e qual foi sua motivação? 

R: Comecei com meus 16 anos essa caminhada para a realização do sonho de ser jogadora profissional. Aos meus 18 anos, parei pra estudar, me formei em técnica em meio ambiente e gestão ambiental (superior). O futebol naquela época vivia muito de ilusão e promessas. Hoje, essas ilusões e promessas ficaram até certo ponto para trás, com uma melhor visibilidade, começamos a ter mais investimento e, podendo assim, manter as atletas atuando. A criação de competições para a base, fez com que surgissem times que investissem também na base. Desde os meus 5 anos jogo bola e sonho em ser jogadora, sempre foi meu maior objetivo. Minha mãe pesquisou uma peneira, e apareceu a do Juventus na Moca, fiz 1 semana de teste e fui aceita pela técnica Magali, nossa sargenta que me ensinou muito. Voltei ao futebol profissional em 2014 e estou até hoje na correria. 

 

MF: Com a pandemia da Covid-19, os campeonatos estão paralisados. Como você e o elenco vêm reagindo? A comissão técnica tem passado exercícios específicos para serem treinados em casa? 

R: Nosso grupo vem reagindo bem, não deixando o foco de lado. Estamos tendo acompanhamento do preparador físico e da auxiliar técnica nos treinos físicos e técnicos, tendo uma programação semanal de treinos. Nosso técnico passa conceitos táticos e exercícios para que tenhamos um melhor entendimento do que ele quer inserir, fazemos reunião de vídeos.

 

MF: Assim que o futebol retornar, quais são suas expectativas para o restante da temporada? Acredita que o Minas possa brigar pela parte de cima da tabela? 

R: A expectativa é a melhor possível. Essa parada de alguma forma nos ajudou, pois com a troca de treinador, estávamos com o tempo corrido, e nosso treinador tendo que implantar sua forma de trabalho em cima dos jogos. Com essa paralisação, estamos tendo tempo para ele explicar as ideias e conceitos. Temos total condições de brigar pelo G-8.

 

Foto: Minas Icesp-DF
 

MF: Qual sua visão em relação ao atual cenário do futebol feminino no Brasil? Como é a relação entre você e as outras jogadoras com a torcida?  

R: Hoje temos uma maior visibilidade, canais passando nossos jogos e alçando mais pessoas. O Minas Brasília é uma grande família, e nossos torcedores fazem parte, nos cobram como nos apoiam. Temos uma ótima relação e sou grata por todo carinho que recebo.