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Entrevista com André Maranhão, analista de desempenho da base do Ceará Sporting Club

André Maranhão, atual analista de desempenho do alvinegro cearense comenta na entrevista sobre o rumo esportivo que o Ceará Sporting Club vem conseguindo através de sua base, além de conquistas importantes, a utilização de jovens atletas no time principal

 

1- Primeiramente, queremos que você nos conte sua trajetória rapidamente antes de chegar no Ceará (termos de estudo e profissões)?

R: Eu trabalhava com assessoria de imprensa de um deputado, mas não era algo que almejava. O meu intuito com a profissão era trabalhar com o futebol, então decidi largar o jornalismo e trabalhar em outra carreira, no caso da análise de desempenho e gostei muito. Me especializei com cursos em São Paulo, fui para o estado com certa constância e estudei que surgiu a oportunidade a primeira oportunidade de estágio a distância no Avaí-SC. Aprendi mais e depois disso fui para o Osasco Audax com o treinador me mandando os jogos e assim analisava. Tive oportunidade na Federação e agora estou no Ceará desde o ano passado.

 

2- És jornalista e analista de desempenho. Existe alguma semelhança entre os cargos ou seria um trabalho totalmente distinto? Você também tem um pé na análise de mercado, é muito diferente pensar em contratações da base se comparado ao profissional? Você acompanhou o vice-campeonato da agremiação contra o Vitória na Copa do Nordeste sub-20 em 2019, o que faltou para a equipe ter melhor sorte no confronto em Aracaju? Qual dos jogadores que estão naquele elenco que poderiam compor o time principal?

R: A semelhança entre jornalista e analista somente trabalhar no computador. A questão da comunicação com os atletas e comissão, o jornalismo me agregou, porém não acredito que sejam semelhantes, sobre o mercado é bem diferente entre base e profissional, pois os jogadores analisados tem muito material e sabemos mais ou menos as características. Entre os jovens, somente é questão de vídeos e lances, além de conversar sobre parte comportamental nas equipes onde passou anteriormente. Todas as informações que forem pedidas pelo pessoal da comissão tentamos levantar, mas quando mais novo a situação fica escassa.

R: Na Copa do Nordeste estava confiante no título, pois estávamos invictos e também encaixado em termos técnicos, era um grupo bom de trabalhar (1999, 2000 e 2002). O time do Vitória era muito bom e no segundo tempo teve um pênalti, se tivéssemos convertido, o jogo teria mudado o panorama, entrarmos forte, faltou sorte, mas foi um jogo bom. Em termos de atleta, o Lacerda, jogador inteligente, o Lucas Bessa, um volante muito técnico, o Kelvyn, o lateral-esquerdo que já está entre os profissionais, além do Marco Antônio que tem perfil de liderança. Tem outros nomes, mas me lembro destes no momento.

 

3- O Ceará se sagrou campeão da Copa do Nordeste com a presença de Rick, como você analisa o processo de evolução dele nas últimas partidas? O alvinegro nos últimos tempos conseguiu subir nomes como Arthur Cabral, Felipe Jonatan e Raul, como vês a estrutura oferecida atualmente pelo alvinegro aos jovens atletas? O Ceará faz algo de diferente dos outros clubes para que consiga tamanho êxito na revelação de atletas? Como analisas também o momento de conquistas em nível estadual, já que ano passado, o Vovô venceu quase todos os torneios?

R: O Rick vem em um processo muito bom, ele tem um caminho para evoluir, porém já está entre os profissionais, jogou alguns jogos do Brasileiro. Ele entrou bem no clássico e ganhou a confiança do Guto Ferreira, ele jogou a Fares Lopes e a Copa do Nordeste sub-20 no ano passado, com a bola ele é muito talentoso, mas sem a bola também vai evoluindo aos poucos. Os analistas trabalham muito posicionamento com ele, estamos lapidando. Em termos de estrutura temos cinco campos no CT, estrutura profissional, quando o time de fora vem jogar contra nossa base, eles adoram e acaba facilitando na formação dos atletas, entre eles Arthur Cabral, Felipe Jonatan e Raul. A nossa perspectiva é revelar atletas a cada ano.

R: Eu não sei se fazemos algo diferente dos outros, mas focamos totalmente nos atletas, pois nossos profissionais são bons e qualificados. A estrutura é boa, aumentando o patamar do Ceará à nível regional, por causa que fomos considerado a melhor base do Nordeste em 2019 e se falarmos isso há cinco anos atrás era impensável. Agora é chegar a ser uma das melhores bases do país, sobre os estaduais perdemos somente em uma categoria da base, mesmo assim foi algo impensável, pois ganhamos os 16 jogos e acabamos perdendo a final. Mas a gente vem muito bem, agora esse ano será mais difícil, todavia queremos manter o domínio também em 2020.