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Entrevista com Byanca Brasil, atacante do Internacional

Byanca Brasil, natural do Rio de Janeiro, tem 24 anos e é jogadora do Internacional. Já teve passagem pelo Corinthians e mais recentemente pelo Wuhan Jiangda, da China, entre outros clubes. Além disso, Byanca já vestiu a camisa da seleção brasileira

 

1- Como é a sensação de retornar para clube? Quais são as expectativas vestindo a camisa do Inter pela segunda vez?

R: Comecei jogando no Inter em 2017, no Gaúcho. Quando eu fui para a China, tinha bem claro que minha vontade quando voltasse para o Brasil era de jogar no Inter. É um clube que tenho um carinho enorme, a sensação é das melhores, me sinto em casa e à vontade para apresentar o melhor futebol possível. A expectativa é das melhores, de colocar o nome do time no topo, uma equipe que faz muito pelo futebol feminino, desde a base. É um clube que merece estar lá em cima e sei que todas aqui vão fazer o possível para isso.

 

2- Em 2017, conquistou o Campeonato Gaúcho pelo Internacional. Como foi a conquista do título? O que significou para o ti?

R: A conquista do título foi muito importante e me fez criar uma relação muito forte com o Internacional. Falo isso porque na final jogamos no Beira-Rio, e recebemos o apoio de todos, principalmente da torcida. A comissão e a diretoria já davam uma estrutura muito boa para nós naquele momento, isso foi um dos fatores que me pesaram na minha volta.

 

3- Em 2017, foi também campeã da Libertadores pelo Corinthians/Audax. Quais são as principais diferenças de competir um campeonato nacional e internacional, em relação a preparação, as equipes, o clima dos jogos?

R: Foi uma experiência muito boa, tenho uma gratidão e um carinho muito grandes por tudo o que aprendi. A diferença é que a Libertadores é tiro curto, são muitos jogos em pouco tempo. No nacional temos um tempo maior de treinamento e para estudar o adversário. A Libertadores é um tiro muito curto, mas uma competição muito gostosa de jogar, com certeza um dos títulos mais importantes da minha carreira, que tenho o orgulho de ter ganho.

 
Foto: SC Internacional/Mari Capra.
 
4- Jogou por dois anos na equipe do Wuhan Jiangda, da China. Como foi a adaptação ao país diferente? Como pode descrever a experiência de jogar em outro país? E qual a maior diferença em relação ao Brasil?

R: Foi uma adaptação bem difícil, com certeza o local mais difícil. Não só por conta da diferença cultural, mas também por ficar tão longe da família. Foi meu primeiro clube internacional, e eu ainda fui sozinha, então fiquei muito tempo assim lá. Mas tento sempre ver o lado positivo e nesse período eu aprendi muita coisa, passei a dar valor para muitas questões. Foi o clube que me ensinou muito, tive o prazer de jogar uma competição muito importante lá na China. Creio que tenha sido uma das maiores experiências não só como atleta, mas também como pessoa. Creio que a maior diferença em relação ao Brasil seja a estrutura, como campos para treinar e público. O CT era apenas do feminino, competição muito bem organizada, estrutura realmente fora do normal. Até as coisas mais simples são de suma importância para eles.

 

5- Coleciona algumas convocações para seleção brasileira tanto de base quanto a principal. Qual é o sentimento e a responsabilidade de vestir a amarelinha?

R: Já fui convocada algumas vezes, apenas uma pela Seleção Brasileira principal. Claro que é sempre um objetivo para uma atleta, como é pra mim. É um sonho e a gente trabalha para isso também, mas sempre colocando a camisa do clube em primeiro lugar. E aí espero que o que eu fizer no clube tenha reflexo. Já tive o prazer de vestir a amarelinha uma vez e faz total diferença, a gente quer mais. É com certeza uma grande responsabilidade, como também é no clube.

 
6- Em relação ao apoio ao futebol feminino, na visão da atleta, acreditas que já houve mudança desde que começaste a carreira? E o que ainda precisa ser feito para o esporte ser mais valorizado pelo público?

R: Quando cheguei da China, na minha primeira coletiva eu falei que as coisas estavam bem diferentes, eu vejo esse crescimento. A gente cobra bastante visibilidade e outras coisas para o futebol feminino. Mas estamos vendo a diferença. Claro que ainda tem o que melhorar, mas vejo que cresceu sim. Algo que pode melhorar é o interesse, que vem com o profissionalismo. Mas acredito que estamos no caminho certo.

 
Foto: SC Internacional/Mari Capra.
 

7- Já na sua reestreia pelo Inter no Campeonato Brasileiro marcou um dos gols da vitória sobre o São José. Qual a importância de voltar ao clube e já retornar balançando as redes gols?