Santos e Ceará, um confronto de 73 anos
Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Estatísticas por Gabriel Santana
A cidade de Santos se entristeceu ao receber a notícia de que naquele domingo, 22 de dezembro de 1946, o Alvinegro Praiano havia perdido do Ceará, no estádio Presidente Vargas, Fortaleza, por 2 a 1. Era o sexto jogo do Santos naquela heroica viagem pela região Norte/Nordeste do País, e a primeira derrota… Só que não…
Minutos depois veio a notícia alvissareira na voz de Ernani Franco, locutor da Rádio Atlântica: 2 a 1 fora o resultado do primeiro tempo, mas na verdade o Santos vencera por 5 a 2. Sim, naquela primeira vez que enfrentava o Vozão, o Santos havia conseguido uma virada espetacular no segundo tempo.
Charutinho abriu o marcador para os locais aos três minutos de jogo; Pirombá empatou aos 37, mas Odilon desempatou para o Ceará aos 44. Essa foi a parcial que chegou a Santos. No segundo tempo, porém, o meia Adolfrises empatou aos 17 e o centroavante Caxambu fez três gols em sete minutos: aos 37, 42 e 44 minutos.
Escalado pelo técnico Abel Picabéa, o Santos jogou com Osni, Artigas e Expedito; Nenê, Dacunto e Ayala; Pirombá, Canhoto (depois Zeferino), Caxambu, Adolfrises (Maracaí) e Rui. O Ceará se apresentou com Walter (Pintado), Saraiva e Popó; Ozéias, Odilon (Andrade) e Pereira; Balinha, Defeito, Charutinho, Lima e Mitotônio.
O Alvinegro Praiano não só passou pelo Ceará, como manteve a invencibilidade nos nove jogos seguintes daquela viagem, que prosseguiu com mais partidas nos Estados de Ceará, Maranhão e Pará, constituindo-se na maior e mais vitoriosa excursão de um time de futebol pelo Brasil.
