A emocionante despedida de Pelé
Odir Cunha, do Centro de Memória
Neste mês de outubro, em que Pelé completará 80 anos no dia 23, vamos falar muito do Rei do Futebol. Para começar, lembramos que em um dia 1º de outubro, como hoje, em 1977, portanto há 43 anos, o Rei do Futebol se despediu da carreira em um jogo que reuniu as duas únicas equipes que defendeu na vida: o Santos, pelo qual jogou 17 anos brilhantes, e o Cosmos, de Nova York, para onde foi completar sua história e semear o futebol nos Estados Unidos.
A tarefa fora cumprida da maneira mais espetacular. Pouco mais de um mês antes, em 28 de agosto daquele ano, Pelé tinha sido campeão norte-americano depois da vitória do Cosmos sobre o Sounders, por 2 a 1, no Civic Stadium, em Portland, um estádio de beisebol adaptado para o futebol que recebeu 35 548 pessoas na final.
Pelé jogou muito bem, fez inúmeras boas jogadas, mas não marcou em sua última partida oficial. Isso não impediu, entretanto, que se firmasse como a grande celebridade do esporte americano. Ao final da partida, Phill Woosnam, presidente da liga, disse que Pelé havia trazido credibilidade à instituição. Com ele, a média de público do futebol nos Estados alcançou 33 mil pessoas, maior do que a do Campeonato Paulista, que era muita alta na época.
No jogo despedida com o Santos, transmitido para vários países e para todo o Brasil, Pelé vivia mais um momento mítico. Entre os 75 646 espectadores que lotaram o Giant Stadium estavam o lendário campeão mundial de boxe Muhammad Ali (Cassius Clay), o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger e Jeff Carter, filho do presidente Jimmy Carter.
Ficou acertado que Pelé jogaria um tempo para cada equipe, a começar pelo Cosmos. Ou seja, no segundo tempo, os times mudariam de lado, menos ele. O técnico do Santos, Otto Glória, escalou o time com Ernâni, Fernando, Joãozinho, Alfredo e Neto; Carlos Roberto, Zé Mário e Ailton Lira; Nilton Batata, Reinaldo (depois Juary) e Rubens Feijão (Bianchi).