Transpiração!

No embalo das três vitórias consecutivas e apoiado pelos mais de vinte e seis mil torcedores, o Santa Cruz venceu o Oeste pelo placar de 3×1 e conseguiu se firmar no G4, abrindo a distância mínima de um ponto para o quinto colocado Sampaio Correia, que não voltou a tropeçar e passou pelo Atlético-GO.

O resultado do jogo não refletiu o que as equipes apresentaram em campo. Ao divulgar as escalações, ficou nítido que o treinador coral teve a intenção de surpreender ao optar pelo retorno do esquema 4-1-2-2-1, desta vez com Bileu na lateral-direita e o meia Vinícius Reche fazendo a função de segundo volante, que antes era desempenhada por João Paulo.

Com a intenção de mandar a campo um time ofensivo que pressionasse desde o início o desesperado Oeste, o que se viu nos primeiros minutos de partida não foi nem sombra daquele Santa Cruz com toque de bola refinado, cadenciado e compacto que jogou na Fonte Nova.

Aos quinze minutos, numa jogada que pareceu mais excesso de confiança do que dispersão, Alemão saiu jogando e acabou entregando a bola nos pés do atacante do Oeste, que para o alívio dos tricolores presentes desperdiçou a chance.

O Santa Cruz continuou errando passes até que Bruno Moraes sofreu falta na entrada da área e Daniel Costa, com muita força e precisão, acertou uma bela cobrança e abriu o placar para a cobra coral.

A partir do primeiro tento marcado pelo meia coral, o Oeste saiu mais para o jogo e o Santa Cruz utilizou a velocidade de Lelê e Luizinho para explorar os contra-ataques. Em uma dessas investidas Bileu sofreu falta, Daniel Costa cobrou e Danny Morais fez um belo gol para dar mais tranquilidade a equipe.

Na etapa complementar o panorama do jogo não mudou muito. O Oeste tentava uma reação e o Santa Cruz acionava bastante Luizinho para que o mesmo tentasse fazer jogadas de linha de fundo. Mas foi numa arrancada de Allan Vieira que o Santa Cruz conseguiu ampliar o placar, quando após receber a bola na intermediária coral o lateral-esquerdo arrancou por aproximadamente sessenta metros e cruzou pra Luizinho, livre, ampliar o marcador e garantir a festa nas arquibancadas. Ainda no apagar das luzes, o time paulista diminuiu o placar em uma bola alçada na área, o que não impediu a festa da torcida.

 

Análise do time e das atuações individuais

 

O Time:

 

O comandante coral surpreendeu a todos e retornou ao esquema tático dos jogos anteriores ao confronto com o Bahia, optando por Bileu, Daniel Costa e Vinícius Reche, quando era esperada a manutenção do esquema do último jogo acrescentando apenas Bruninho na lateral-direita, tendo em vista que Vítor cumpriu suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo.

A peça destoante da partida foi o meia Vinícius Reche, que visivelmente sem ritmo e fora de sintonia com o time não conseguiu encaixar uma boa jogada e errou diversos passes.

O time pareceu ansioso para abrir o placar e demorou para encontrar seu melhor futebol.

Com os importantes retornos de Vítor, João e possivelmente Grafite, caberá a Marcelo Martelotte refletir sobre a melhor formação levando-se em conta o jogo contra o Bahia, ocasião na qual o Santa Cruz fez a sua melhor partida em 2015 jogando com dois volantes e sem improvisações desnecessárias.

Por fim, o que vale nessa reta final são os três pontos. A equipe mostrou garra e vontade de vencer. Se não houve inspiração, sobrou transpiração.

Atuações individuais

Tiago Cardoso: Fez três grandes defesas em faltas cobradas pelo Oeste e não teve culpa no gol tomado.

Bileu: Jogou improvisado e mostrou disposição.

Alemão: No início do jogo errou um passe infantil que podia ter resultado no gol do Oeste. No mais, demonstrou a raça de sempre e não comprometeu.