Objetivo da contratação de Robinho era “agregar e ajudar os meninos”
O que seria para ser motivo de festa e alívio aos mais novos, a quarta vez que vestiria a camisa do Santos para o atacante Robinho, acabou não acontecendo, devido seus problemas extra-campo, com a justiça italiana, onde responde por crime de estupro. Segundo Jorge Andrade, gerente de futebol do Santos em entrevista ao UOL Esporte, a contratação do ídolo santista traria um alívio aos jovens, além de trazer mais experiência ao elenco. “Robinho é um ídolo do clube, tem uma história muito bonita e bacana aqui. Chegou para agregar e trazer essa experiência, esse respaldo. Ajudaria muito com o processo com os meninos. Mas infelizmente teve essa situação particular que envolveu muitos fatores. Espero que seja resolvido da melhor forma possível pra ele. É um ídolo do clube, alguém muito importante”.
Robinho chegou a ser anunciado por Orlando Rollo como reforço e inscrito no BID, como se faz necessário, mas devido pressão dos patrocinadores, o jogador teve seu contrato suspenso, enquanto não acontecesse o seu segundo julgamento. O julgamento veio, Robinho foi novamente condenado em segunda instância, e o novo presidente, Andrés Rueda, que assume o clube em 1 de janeiro, deve rescindir o contrato com o jogador.
A chegada de Robinho no Santos tiraria o ‘peso’ dos novatos. Nesta temporada, o Santos teve quatro nomes da base que se destacaram: os zagueiros Wagner Leonardo e Alex Nascimento, de 21 anos, o meio campista Sandry e o atacante Kaio Jorge, ambos de 18 anos, que sob o comando de Cuca, ganharam espaço e se mostraram peças importantes no elenco santista. Dos quatro jogadores, o que tem mais experiência é Kaio Jorge, que já era aposta também do então treinador Jesualdo Ferreira e foi destaque no título mundial da Seleção Brasileira Sub-17 em 2019, e pelo Santos, já tem 39 jogos e 7 gols. Sandry atuou em 17 partidas, sendo destaque nas duas partidas das quartas-de-final da Libertadores contra o Grêmio, Wagner Leonardo atuou em 13 jogos e Alex Nascimento, em 10.
O processo de transição desses jovens jogadores da base do Santos, que era para ser gradativo ainda quando Jesualdo Ferreira estava à frente do time, acabou sendo acelerado com a pandemia do novo coronavírus, principalmente quando o time do Santos acabou tendo um surto de Covid-19 no elenco e 17 jogadores foram infectados, o que abriu oportunidades a diversos jogadores da base.
Sobre o planejamento da temporada, Jorge Andrade afirmou que a ideia era subir os garotos, mas sem pressa, o que acabou não podendo acontecer. “Já fez parte do planejamento o aproveitamento dos jovens no projeto desportivo do final do ano passado. Acelerou em função disso tudo, mas retomamos uma categoria, que é a de transição, o sub-23. Tem como objetivo preparar os jovens talentos de base que serão os próximos a serem lançados para a equipe principal. Esse trabalho começou com o Jesualdo, os auxiliares do Jesualdo. Com a saída, continuamos com a mesma categoria, Pablo e agora Edinho. A ideia é prepará-los para a equipe principal. Treinam no mesmo horário no campo ao lado. A comissão trabalha os meninos no dia a dia, os que entram e são integrados no elenco principal. A integração é muito importante nesse sentido. Diariamente tem meninos vindo e treinando. Cuca e Cuquinha sempre estão observando, conversamos muito sobre os meninos. Não foram pinçados da base, não, foram preparados. Lucas Lourenço, Ivonei, Wagner Palha, Alex, Marcos Leonardo… o próprio Sandry e Kaio Jorge já estavam na equipe principal. Foi preparado durante o ano, o Cuca com a comissão desenvolveram para chegarem em alta performance”.
Além dos quatro, outro nomes podem despontar para 2021, como os atacantes Ângelo, que já fez sua estreia no profissional com 15 anos, Allanzinho e Brayan Kruger. Ambos devem ter chances no time principal nas próximas rodadas do Campeonato Brasileiro.
