Por injúria racial, MP pede condenação de ex-conselheiro do Santos
O ex-conselheiro Marcio Rosas teve condenação pedida pelo Ministério Público, por injúria racial, baseado no Artigo 140 e parágrafo III, do Código Penal Brasileiro. O ato infeliz foi feito contra Renata Medeiros em 2019, funcionária do departamento de Marketing do Santos. Na ocasião, Marcio fez as ofensas via Whatsapp, por meio de áudio, que em pouco tempo, ganhou as redes sociais, e tornou-se público, dentro e fora do Santos.
A audiência transcorreu no dia 28, onde o Ministério Público ouviu a vítima, o acusado, e mais duas testemunhas de cada lado. A favor de Renata, depuseram Pedro Dória e Matheus Rodrigues, enquanto a favor de Márcio Rosas, estiveram Alexandre Librandi e Mário Badures. Para o MP, não é possível “dizer que Rosas não cometeu um crime”.
Na ocasião, Márcio Rosas disse: “Pô.. tô pensando é nas buce*, caral…! Pra que pensar nas persianas? Quero é as buce* que tem lá (referindo-se ao Departamento de Marketing). A da neguinha, eu vou comer logo. Ela gosta dos meus abraços. Qualquer dia eu convido ela pra ir tomar um sorvete. Ela vai ver o que é bom. Aí vou dar o sorvetinho pra ela lamber. Tenho a maior tara naquela neguinha, malandro.”
Para o advogado Leonardo Pallazzi, que defende Renata Medeiros, as palavras proferidas pelo ex-conselheiro, caracterizam claramente injuria racial, além de ridicularizar a mulher, além do preconceito pela cor da pele, atos inaceitáveis. Segundo o ATribuna.com.br, o ex-conselheiro assume ser dele o áudio, mas coloca em dúvida o uso de termos racistas. “A Renata nunca foi citada por mim e nunca falei palavras racistas. A jogada é política de Pedro Dória e Matheus Rodrigues, gestores expulsos por impeachment. O Santos para mim já era. Não faço parte de mais nada do clube. Vendi minhas cativas e não sou mais sócio.”
A menção de “jogada política” não convenceu a promotora Maria Pia Prandini, durante a audiência, que de forma contundente em alto e bom tom, ordenou a Rosas que não tentasse mudar o curso das análises, tentando transformar o crime acontecido, em apenas um problema político do Santos.
Ainda na reportagem ao ATribuna.com.br, Márcio foi questionado sobre a expressão “neguinha”, que tentou se defender. “A pessoa em questão era de uma empresa para qual eu trabalhava e não fui obrigado a citar o nome da empresa na audiência. E neguinha é uma palavra que existe no dicionário, como carinhosa. Era uma brincadeira entre amigos no WhatsApp.”