Entrevista com Paulo César Matias, presidente do PBEC Brasil
A história que iremos contar hoje é em relação a um clube jovem que foi formado uma década atrás com o objetivo de melhorar a vida da comunidade em Palhoça-SC. Agora, o objetivo permanece, todavia em maior esfera, pois nos próximos meses estará disputando a terceira divisão catarinense e em entrevista ao MF seu presidente conta um pouco da trajetória
1- Uma década atrás se formava o PBEC, poderia nos contar um pouco do processo de chegada na base até enfim esse ano se tornar profissional? Por quais motivos, a diretoria escolheu aumentar o nível e disputar uma terceira divisão estadual? Uma curiosidade, o escudo é parecido com o Sporting Lisboa, teve alguma inspiração na agremiação de Alvalade?
R: A fundação do PBEC se confunde com os objetivos atuais, a ideia de três amigos para que a região tivesse uma forma de atividade no final de semana. Essa foi a origem, rapidamente a iniciativa foi abraçada pela comunidade, fazendo uma parceria com o Dourado, representando a base em alguns torneios. Essa participação que fundamentou a existência de resultados que chamaram a atenção de quem acompanha o futebol. Saímos de uma escolhinha para sermos rivais dos principais times de Palhoça e um dos idealizadores, André Amorim pensou no profissionalismo até que surgiu a possibilidade com a nova gestão. Em poucos meses implementamos a profissionalização com o objetivo de fazer vitrine com o PBEC, pois sabemos da dificuldade de colocar os nossos jogadores em grandes equipes e no futuro se tornar parte deles. O escudo ele tem a origem junto ao Sporting de Lisboa, até conversei com um dos fundadores, mas ele não disse o motivo. Pode ser que seja relacionado a um funcionário que tem amor a agremiação portuguesa e ao Cristiano Ronaldo.
2- Quais foram as principais dificuldades dentro da pandemia? Atualmente vocês não têm patrocínio, como estão as negociações para que consigam esse aporte financeiro? Em termos de atletas revelados, quais são os nomes com destaque dentro do futebol catarinense? O clube fica próximo de uma região nobre da cidade, isso de alguma forma acaba prejudicando a obtenção de novos recursos?
R: A dificuldade dentro da pandemia foi o isolamento, não perder o foco, além da metodologia de treinamento que eram bem sucedidos antes de tudo acontecer. Tivemos que mudar todos os conceitos, no mais juntamos aos pais e mães através de eventos respeitando todo o protocolo, também fizemos lives. A falta de verba era um ponto complicado, principalmente com o futuro indefinido, muitos parceiros saíram. O clube foi fundado no bairro nobre da região de Palhoça, Loteamento Pedra Branca. É a única relação que temos, pois o empreendimento não nos patrocina, somos um projeto social estamos financeiramente estruturado pelo investimento dos pais e pequenas parcerias. Muitas pessoas pensavam que por essa associação e pela estrutura somos um time rico e isso atrapalhou alguns investimentos. Por isso quando assumi, fiz questão de não usar o nome do clube e sim a sigla, como forma de desassociar com a empresa que compõem um nível de média e alta classe.
R: Atualmente, o clube é sustentado pelas contribuições dos pais dos atletas (até sub-20) e da ação do grupo de mães através de eventos (rifas, noites de culinária). Os custos no momento são justos, caso tenha algum empecilho nas contas, o cinto fica ainda mais apertado. Agora, através da assessoria de imprensa estamos trabalhando na divulgação da Série C, pois precisamos de parceiros para financiar os jogos, como falei em outras conversas fazer futebol legalizado, principalmente em Santa Catarina é muito caro. Então, temos alguns, mas são poucos pelo potencial dentre os dez anos. Muitos deles estão no PBEC, entre os nomes está o Tucão (Avaí), outros fizeram avaliação no Brusque (no sub-15), essa dificuldade de revelar nos fez pensar no profissionalismo.