Opinião: Leila Pereira acerta ao querer “um Palmeiras de todos”
Leila Pereira tomou posse hoje (15) como a mais nova presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. A primeira mulher a ocupar o cargo na história do Maior Campeão do Brasil.
Na cerimônia de posse, a principal bandeira levantada por ela foi um maior acesso dos palestrinos aos jogos do clube: “Um Palmeiras de todos. Que qualquer torcedor consiga entrar no espetáculo que é a nossa arena. Essa paixão do torcedor me sensibilizou”.
Claro, como uma boa política, Leila se valeu de certos jargões demagogos ao longo da fala — o que, diga-se, não é nada imoral. Porém, já há um tempo, a cartola tem dito a aliados que pretende diminuir o preço dos ingressos das partidas do Verdão, além de trabalhar para fornecer novas linhas de acessórios, como camisas da equipe, com um preço mais acessível.
Ressalto, no entanto, a importância de baratear as entradas do Allianz Parque. Em outubro, escrevi no Mercado do Futebol um artigo justamente defendendo esse ponto levantado por Leila Pereira. Transcrevo aqui alguns trechos:
“Além de jornalista assumidamente palmeirense, falo como um torcedor que frequenta quase todos os jogos do clube desde 2014, pelo menos. Após a inauguração da nova e belíssima arena, os ingressos se tornaram mais caros — no Gol Sul, setor no qual costumo assistir às partidas, a inteira girava por volta de R$ 80. Até aí, é válido. Afinal, se nós queremos um Palmeiras forte e competitivo, o clube tem de gerar receita com bilheteria. Contudo, depois do decacampeonato brasileiro, de 2018, os preços praticados pelo clube passaram a, muitas vezes, serem inviáveis ao torcedor comum”.

“Desde 2019, a inteira no Gol Sul quase dobrou: custa, desde então, R$ 150. Nos jogos mais demandados, como clássicos e disputas na Libertadores, o valor alcança os R$ 250. Agora, seguindo esse raciocínio, em eventos com menos procura as entradas deveriam ser mais baratas, certo? Não. O preço mínimo sempre é o da tabela acima”.