Hoje o presidente do Athletico Mario Celso Petraglia completa 78 anos. Filho de uruguaios, nascido em Cruzeiro do Sul/RS, mudou se a Curitiba na infância. Sem papas na língua, Petraglia colocou o Club Athletico Paranaense entre os grandes do futebol a nível nacional.
MCP formou-se em direito no ano de 1971, na Faculdade de Direito de Curitiba (FDC). Assumiu o cargo de diretor financeiro da Inebrasa em 1937. Sete anos depois tornou-se vice-presidente da Inepar, ocupando o cargo por vinte anos.
Valmor Zimermann, integrante da Retaguarda Atleticana, intimou o então vice-presidente da Inepar ao cargo de diretor do Clube Atlético Paranaense. Em 1995, após uma humilhante derrota por 5×1 em um Atle-tiba, a cúpula atleticana se revoltou e Hussein Zraik deixou o cargo de presidente, dando lugar a Petraglia.
Arquivo/Gazeta do Povo
Com medo dos débitos em torno de R$2,5 milhões na conta do rubro-negro, Petraglia titubeou até o último momento, e minutos antes da reunião para anunciar a comissão provisória chegou a dizer que não assumiria o clube.
Política de gerenciamento do clube
Mario Celso Petraglia mudou completamente a política do clube e passou a tratá-lo como empresa. Cortou gastos desnecessários e abriu as portas para investimentos, visando lucros e êxitos financeiros.
Em menos de dez anos, Petraglia construiu o CT do Caju, a Arena da Baixada, foi campeão brasileiro das séries A e B, quatro títulos estaduais e a classificação do Furacão à Libertadores.
Caso Ivens Mendes
Em 1997 Petraglia envolveu-se em uma polêmica com o presidente da CONAF (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol) Ivens Mendes. Foi vazado um suposto áudio de Mendes pedindo 25 mil reais ao presidente do Furacão, alegando que o clube poderia ser beneficiado em uma partida contra o Vasco.
Nesse caso, os fundos seriam utilizados para financiar a campanha de Ivens a Deputado Federal por Minas Gerais. No dia seguinte, Ivens Mendes pediu afastamento de seu cargo na CONAF, declarando-se inocente no caso, mas alegando que sua família estava sofrendo ameaças.
Os dirigentes Mário Celso Petraglia (Atlético/PR) e Alberto Dualib (Corinthians) foram impedidos de representar seus clubes perante a CBF, mas a decisão não afetou a participação dos mesmos nas respectivas diretorias. O Atlético/PR foi formalmente “suspenso por um ano”, mas não deixou de participar de nenhuma competição em função disso.
Além disso, o Furacão iniciou o Brasileirão com cinco pontos negativos como punição.
O presente
Mario Celso Petraglia é ovacionado pela torcida rubro-negra, alguns torcedores pedem até estátua do presidente. Apesar de uma série de embates com torcedores MCP é unanimidade na torcida atleticana.
O presidente se mostra ativo nas decisões do Athletico, como a de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Promessa
Em 2016, em entrevista a Fox Sports, Petraglia contou que tem o plano de até 2024 ser campeão do Mundial de Clubes. Em 2021, após a conquista da Sul-Americana, reforçou a promessa.
”É para essa torcida que trabalhamos. Não é somente para aqueles que vêm ao estádio, que podem se associar. Nós temos mais de dois milhões de torcedores. É para essa gente que nós fazemos futebol. É para todos, pobres, ricos, brancos, negros” — Disse Petraglia
Relação com a imprensa
Mario Celso Petraglia nunca foi uma pessoa muito aberta a imprensa. Chegou a citar diversas vezes não ter problemas com a imprensa, e sim com a parte ”desonesta” da mídia.
Em 2019 durante uma entrevista sobre os casos de Doping de Thiago Heleno e Camacho, respondeu de uma forma intensa uma jornalista da Gazeta do Povo que insistiu em fazer perguntas fora do tema. ”O que me preocupa é a situação do doping, isso sim não tem preço. Por favor, respeite nossa posição, vamos falar sobre antidoping. Para isso que a senhora foi convocada” — afirmou em relação a dívida da Arena da Baixada
”Só poderia partir da Gazeta do Povo essa relação, já não lhe-disse que ”foi” conclusões erronias. Acharam isso, acharam aquilo. Acabei de afirmar que o Bruno Guimarães não está envolvido e a senhora volta com a pergunta. O que você pretende? Ajudar a prejudicar a imagem de atletas que não estão envolvidos.”
Em seguida, de forma indelicada, Petraglia perde a paciência e diz ”A próxima entrevista coletiva a Gazeta do Povo estará proibida de entrar. Então, por favor, cale-se!”