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Leston Júnior revela detalhes de como deixou o Santa Cruz

Com os ânimos mais calmos após um conturbado domingo no Santa Cruz, o treinador Leston Júnior concedeu sua primeira entrevista depois da sua demissão. Ele fez grande desabafo e afirmou que a invasão da organizada ao CT foi o estopim para a série de críticas feitas direcionadas à direção tricolor e parte da torcida.

Na noite da última segunda-feira, Leston Júnior foi entrevistado pelos repórteres João Victor Amorim e Antônio Gabriel, na Rádio Jornal, e falou sobre a situação. Segundo ele, sabia-se da situação delicada, mas devido a promessas não cumpridas, o desabafo na coletiva do elenco seria feito ganhando ou perdendo o jogo.

O técnico afirmou que a invasão da torcida organizada no CT teve grande peso na sua saída e o que foi falado não era a realidade do Santa Cruz. “Diziam que subir era obrigação, que o clube dava condição, que o salário estava em dia (…) de forma injusta, porque o que estava sendo falado não condiz com a verdade. Aquele episódio mexeu muito com todo mundo”, disse.

Aquela invasão foi um estopim para a gente precisar mostrar para as pessoas que aquela situação está se dizendo não é verdade. Os jogadores ficaram muito mexido e eu não podia não ser o porta-voz deles, afinal, eu era o líder daquele grupo”, completou.

Ele também garantiu que o desabafo seria feito independente do resultado contra o Atlético-BA, mas também concordou que a vitória reforçou o peso. “Já estava definido que aconteceria, ganhando ou perdendo, mesmo sabendo que, perdendo, para muitos, soaria como desculpa”, disse.

“Não era o desabafo do Leston, eu fui porta-voz de inúmeros profissionais, comissão técnica, funcionários. Foi um pedido de socorro, não foi uma afronta à direção, ao presidente”. Apesar disso, Leston ainda declarou que o desabafo não era uma crítica, e sim um pedido de socorro ao clube.

“O clube precisa que as pessoas que sempre o ajudaram pensem no clube. Era um movimento para isso, mostrar que o clube precisa de socorro, o Antônio (Luiz Neto) precisa de ajuda”. Leston falou ainda que sabia dos problemas estruturais antes de retornar ao clube e que promessas não cumpridas pela diretoria pesaram na sequência do seu trabalho.

“Eu ouço pessoas dizerem que é oportunismo. Ninguém vem para cá enganado, mas ninguém disse que nós ficaríamos cinco meses sem receber, que faltariam condições básicas de trabalho”. Também acrescentou: “Eu vim diminuindo salário, acreditando na promessa de cumprimento do pagamento (…) que teríamos uma folha menor, mas pagável, que o clube ia dar condições”.