O prejuízo nos Estaduais e a bagunça do Futebol Brasileiro

Hoje numa matéria publicada no caderno de esportes, SuperEsporte, do jornal Estado de Minas, foi relatado e mostrado dados sobre as rendas, públicos e arrecadação do Campeonato Mineiro.

Vamos aos fatos, os campeonatos regionais, que são tidos como a única oportunidade de times pequenos do interior, disputar um campeonato no ano, e caso forem bem uma classificação, para uma posterior Série D do Campeonato Brasileiro, ou uma participação da Copa do Brasil, ou vaga na Copa do Nordeste etc.

Nos dados que foram publicados pelo Estado de Minas, o Campeonato Mineiro que é utilizado como base, dá prejuízos a 11 dos 12 clubes que disputam o módulo 1. Isso mesmo, 11 dos 12 clubes que disputam o Campeonato Mineiro de 2017, incluindo os grandes, América, Atlético e Cruzeiro, tem tido prejuízos com os jogos do campeonato estadual.

Fonte: Estado de Minas

Acredito que isso não ocorra somente aqui em Minas Gerais, mas sim em todos ou quase todos os estados. No caso de Minas, apenas o Democrata de Governador Valadares, clube do interior, tem receita maior que a da Federação Mineira de Futebol, que em todos os jogos, recebe 10% da renda bruta da partida. Ou seja, a FMF que nada têm feito para melhoria do campeonato, arrecada sem ter “grandes esforços”.

Nos últimos dias tivemos o caso no Paraná em que a Federação Paranaense, através do árbitro do jogo entre Atlético Paranaense e Coritiba, impossibilitou o jogo por causa dos profissionais particulares dos clubes que fariam transmissão do jogo. As federações de futebol têm que entender que elas só existem por causa dos Clubes e que elas têm feito, muito pouco para trazer melhoria dos campeonatos regionais e consequentemente para o futebol brasileiro.

Sabemos que para alguns clubes o fator campeonato regional, realmente “salva” o ano do clube, com algumas premiações, arrecadando o suficiente para pagar as contas do ano todo, mas em Minas a história até então, não tem sido essa. Os números do levantamento feito do Estado de Minas são espantosos, o que põe em cheque a velha briga pelo fim dos campeonatos regionais. Seria a solução?

Pensando nisso, alguns dos principais clubes do Brasil, se juntaram desde o fim de 2015 e criaram a Copa da Primeira Liga. Um campeonato com formato interessante, que até deu certo em sua primeira edição, em 2016, tendo como campeão o Fluminense, e com médias de público superiores a dos estaduais, logo uma receita também maior para os clubes.

Mas, este ano em sua segunda edição,  a Copa da Primeira Liga, vem tendo uma dificuldade com um antigo problema brasileiro o sufoco do calendário de futebol. Equipes que participam dos regionais e da Primeira Liga, tem datas de jogos marcadas para o dia seguinte a um jogo feito pelo campeonato regional, obrigando-os a fazer dois jogos em 24 horas ou menos, um absurdo! Isto aconteceu, com a Chapecoense, Joinville e Internacional no mês passado.

Os clubes, jogadores, técnicos, entre outros profissionais do futebol que sempre reclamam sobre o calendário brasileiro, vem enfrentando mais uma vez este obstáculo. Como resolver? Criação de um novo campeonato? Extinção dos estaduais? Remodelação do calendário? A resposta precisa ser mostrada o quanto antes, pelos clubes e pela CBF. O Futebol Brasileiro clama por melhorias!