No peito, na raça e no G, de Gatito e Guilherme
O pessimismo é inerente ao botafoguense. São muitos anos de dissabores e de falta de títulos nacionais, entremeados por decepções contundentes que abateram o ânimo de alguns. Cabe ao clube e ao time a cada ano mudar essa mentalidade internamente e a partir daí contagiar externamente. Basta ver a relação de parte da torcida com a Copa do Brasil.
Colecionamos vexaminosas eliminações ano após ano e uma competição de tiro curto como a deste ano, a possibilidade real de um título nacional, deve ser motivo de ânimo e não desânimo. Esse é o discurso teórico, difícil de ser mantido na prática quando Samuel Xavier acertou um balaço de fora da área e aos 9 minutos fez 0-1. Era o Botafogo se colocando numa situação complicada contra um adversário complicado.
O time havia começado o jogo bem. As mudanças com Sassá e Guilherme titulares dava velocidade ao time e apesar do gol e do nervosismo na sequência, aos poucos os ânimos iam se assentando e a posse de bola voltava pra gente. Nesse ponto do jogo oscilava entre 68% a 64%, apesar de pouco ameaçarmos de fato o gol do Magrão. Nosso lado direito sofria muito com os ataques do Sport e a cobertura do Emerson Santos demorava a acontecer. Do outro lado, Guilherme fazia todas as escolhas erradas possíveis, irritando até o mais entusiasmado torcedor.
O que já estava complicado ficou ainda mais difícil quando aos 39 Bruno Silva recebeu amarelo por reclamação após um desnecessário carrinho na lateral e 3 minutos depois, deu novo carrinho e o soprador de apito, com um rigor exagerado, mostrou o 2º cartão e nos deixou com um a menos. Se Bruno Silva tivesse sido julgado como era previsto, estaria suspenso e não teria sido expulso, complicando nossa vida e agora, a sua própria vida, ou alguém acha que os julgadores não terão acesso a esse lance, apesar de não fazer parte do julgamento?
Voltamos do 2o tempo ainda mais temerosos com novo desconforto muscular do Carli. A entrada de Marcelo pelo menos denotaria um lado direito mais forte e a cobertura do Emerson Santos passaria a ser melhor. Com a volta do segundo tempo veio junto algo que dá orgulho nesse time atual: A vontade de ganhar. A recusa em perder. É um time que se doa demais. Que briga por cada bola. Que suplanta suas dificuldades com o suor desmedido. Dá orgulho demais!
Esse comprometimento foi recompensado. O criticado Guilherme fez boa jogada aos 11 min e empatou o jogo, homenageando o(a) herdeiro(a) que está por vir. A alternância de tentativas se sucedia até que aos 24 min, André, aquele mesmo ex-time de São Januário, foi derrubado por Emerson Silva num pênalti claro. Diego Souza na bola e ali as coisas poderiam tomar um rumo complicado. Não tomaram. Com uma frieza de corar o Mr. Freeze, Gatito fez uma defesa sensacional do pênalti e nos manteve na disputa. Ali foi um momento emblemático. Perdendo por 2 gols em casa, nossa missão seria muito dificultada para o jogo de volta. Gatito sabia disso e nos salvou, mais uma vez.
