A história do Vila Nova no Campeonato Goiano
O Campeonato Goiano tem importância intrínseca à história do Vila Nova. A recíproca também vale. É inegável a tradição do Tigre da vila famosa nos gramados goianos. Quando o clube conquistou o tricampeonato goiano, em cima do atlético, o radialista Cunha Júnior escreveu:
“O Goiânia e o Atlético, que desde a fundação dessa cidade sempre conquistam todos os campeonatos, perderiam em 1961 a hegemonia, quando descendo pela Vila Nova para a Paranaíba um novo dono do futebol goiano, trazendo no peito o nome e o emblema da Vila famosa, conquistou e cingiu, com pleno merecimento, suas coroas de campeão. O Tigre Vermelho tem sido sem dúvida a melhor expressão de progresso do nosso futebol.”
Prova inegável da tradição vermelha na competição está no começo dessa história. Em 1950, quando o time ainda se chamava Araguaia (apenas oficialmente, pois para a torcida sempre existiu apenas um nome), o goleiro Onésio Brasileiro Alvarenga (que batiza hoje a sede do clube) levou o time à sua primeira final de Campeonato Goiano. Durante a final os jogadores se apropriaram de uma maneira anti desportiva de se impor e o time foi banido dos campeonatos da Federação.
A torcida e o clube começaram a organizar campeonatos de várzea que passaram a ter grande apelo popular. Os jogos semanais do Vila passaram a chamar mais atenção que os jogos do campeonato goiano. Então os próprios clubes da federação exigiram a volta do Tigrão. Em 1955 a Federação envia ofício convocando o time mais querido do estado para o próximo campeonato. Não existe campeonato goiano sem Vila Nova.
Mas pode-se dizer que não existe Vila Nova sem campeonato goiano. Pelo ou menos não da maneira como conhecemos. O Vila começou quando operários que faziam a nova capital de Goiás invadiram um pedaço de terra às margens do córrego Botafogo para poderem viver. A igreja daquela comunidade (habitante de um pedaço de terra chamado Vila Nova) começou a organizar partidas de futebol e o Padre José Balestiere inscreveu o time da Igreja nos campeonatos da federação.
A partir dessa gênese infere-se duas coisas: Vila Nova e religião têm tudo a ver e, de fato, como supracitado, o time precisou do Campeonato Goiano como motor de sua história. Não fosse os campeonatos da federação, o poderoso Tigrão seria apenas um time de Igreja. De outro lado, se não fosse por esse time de Igreja, os campeonatos da federação não teriam o apelo popular necessário para manter a competição. Uma entidade completa a outra.