O lateral-direito Patrick Vieira, do Vitória de Setúbal concede entrevista ao MF

Patrick de Oliveira Vieira nasceu no dia 22 de janeiro de 1991 na cidade de Machado-MG. Atleta revelado no América Mineiro e com passagens por Marítimo e ABC. Atualmente está no Vitória de Setúbal (Portugal) emprestado junto ao Benfica. Se destaca pela versatilidade e passe refinado

 

1- Fostes revelado no América Mineiro (base) em 2010, na mesma época outro lateral-direito estava na equipe de cima do Coelho, Danilo (atualmente no Manchester City). Queremos saber primeiramente se já teve contato ou tem amizade com o atleta? Se o jogador serviu de inspiração para o prosseguimento de sua carreira? Como foram as suas passagens pelo profissional do clube?

R: Boa noite, sim cheguei ao América em 2008 ainda na base, tínhamos um contato muito bom, amizade legal com Danilo até hoje nos falamos, mas não com frequência como era de costume quando jogamos juntos no América, inspiração não só para mim mais como para todos que fizeram parte da história dele, uma história de superação, Danilo é um cara muito humilde, simples e muito trabalhador e isso serve de inspiração para todos jogadores que estão vindo da base do América.

Foto: América Mineiro.

2- Passou por Francana-SP e Ipatinga-MG. Como analisas seu desenvolvimento perante estas equipes? Poderia nos contar sobre a estrutura e a torcida de cada clube? Como é ver um time que passou em um nível inferior no estadual? Sobre o Ipatinga, achas que essa mudança de nome e de local pode ter atrapalhado na consolidação da equipe no país?

R: Pela Francana eu ainda estava no Júnior do América no último ano e o América fez uma parceria com o clube para que pudéssemos jogar a Copa Paulista e naquela ocasião foram mais ou menos uns 15 jogadores do América para a Francana, por ser uma fase de transição base/profissional sabíamos que ali seria uma oportunidade de mostrar ao treinador da equipe principal do América quem sim teria condições de ter uma oportunidade. Na francana fui muito bem na competição, fiz gols e tive regularidade isso me ajudou em 2012 apresentar no profissional do América. Em Franca a torcida nos acompanhavam bem até, por que estávamos muito bem chegamos longe na Copa Paulista, tinha uma estrutura não tão boa, mas tínhamos um bom suporte por trás de tudo isso pois o América nos acompanhava e nos dava todo apoio. No Ipatinga foi em 2013 quando perdi um pouco de espaço na equipe do América fui emprestado. O Ipatinga acabava de trocar de nome para Betim, naquela ocasião tive uma oportunidade de ir para o ABC também por empréstimo, porém optei por continuar em Minas, pois estaria mais perto do América para ser acompanhado, mesmo o Ipatinga/Betim sendo da série C. Sobre a estrutura do Betim, nós superamos muito tínhamos um grupo muito focado no que queria, um grupo unido e mesmo com toda dificuldade conseguimos chegar no jogo do acesso onde perdemos para o Santa Cruz.

 

3- Vestiu as camisas do ABC de Natal e do Marítimo (Portugal). Fale sobre sua adaptação ao futebol português? Já consideras como tua segunda casa? Poderia comentar sobre sua passagem pelo clube potiguar? Achas que jogar em um clube tão receptivo a Brasileiros, além disso de história em Portugal facilitou sua estabilização na carreira? Como foi atuar 70 partidas em duas temporadas de Marítimo?

R: Em 2014 fui para o ABC de Natal, comecei muito bem o ano, mas tive seguidas lesões que me atrapalharam muito nesse ano de 2014, pois não tive a sequência que pretendia, mas ainda assim fiz um bom ano. Voltei para o América em 2015, porém já não tive as oportunidades que talvez merecia, porém já com a cabeça diferente sabia que tinha que treinar pra mim, para estar bem que a qualquer momento poderia surgir uma nova oportunidade no América ou em algum outro clube. Foi quando recebi um convite para o Marítimo, consegui uma rescisão amigável com América e vim atrás de um sonho, jogar na Europa e crescer na minha carreira. Na minha primeira semana de treinos já tive minha primeira oportunidade no clube e depois desse jogo tive a sequência que merecia e aí sim meu crescimento veio progredindo cada dia mais. Me adaptei muito bem no Marítimo, pois lá tínhamos muitos brasileiros e isso ajudou bastante, no meu primeiro ano tive a oportunidade de já ir para a final da Taça da Liga. No meu segundo ano meu crescimento foi maior já me sentia mais solto conhecia o campeonato e isso me fez crescer nas competições disputadas, era meu último ano de contrato e conseguimos a vaga para a apuração da Europa League, meu contrato se encerrou mais tive a sensação de dever cumprido por ter jogado mais de 70 partidas em duas épocas e tido um sequência na minha carreira.

Foto: AFP Photo/Rui Silva.

4- Nesta temporada assinou com o Benfica (um dos grandes do país), foi emprestado sem ao menos jogar. Analisas como natural este empréstimo a outro clube português? Seu objetivo para o futuro é retornar e se destacar no time benfiquista? Como é ter contrato até 2020 com um clube tão tradicional no cenário mundial? Isso dá alguma margem para relaxar ou te motiva mais para progredir na carreira?

R:  Tive um convite do Benfica que hoje é o maior clube do país, e fui emprestado ao Vitória de Setúbal, mas na pré-temporada tive uma lesão muscular que onde fiquei dois meses parado e quando voltei tive novamente outra lesão no mesmo local, então perdi praticamente cinco à seis meses e isso me atrapalhou muito, pois eu vinha de uma sequência e isso aqui me facilitaria a adaptar e a jogar, pois minha cabeça está tranquila, contudo tenho sonho de jogar no Benfica e sei que quando tiver minha sequencia a oportunidade irá aparecer, agora estou voltando a jogar e tenho que crescer a cada dia para ter uma oportunidade no futuro, jamais me acomodaria por ter contrato com Benfica, pelo contrário tenho que me doar mais a cada dia para voltar ao plantel.

 

5- Atuas como lateral-direito, porém também pode jogar na lateral-esquerda, como é para você ter essa versatilidade de jogar em ambos os lados? Isso facilita ou ajuda na escolha do treinador para ser titular da equipe? Poderia nos dizer qual foi o principal momento de sua carreira?

R:  Minha posição é lateral-direito, mas na minha primeira temporada pelo Marítimo atuei muito pela lateral-esquerda, acho que isso é muito bom para o jogador atuar em mais de uma posição. Sem duvida nenhuma minha melhor fase na carreira foi no Marítimo tenho um carinho muito grande pelo clube, torcida gosta muito de mim e isso é recíproco. Um clube que guardarei sempre no meu coração.

 

6- Retornar ao Brasil estaria em seus planos ou preferes atualmente receber propostas do Futebol Europeu ou Asiático? Caso queira retornar ao país, teria algum clube de sua preferência?

R: No momento quero dar continuidade na minha carreira aqui na Europa, no entanto tenho vontade de voltar sim ao Brasil, mas no momento ainda não.

Foto: SL Benfica.