Como a maioria dos grandes clubes centenários, o Santa Cruz tem uma história grandiosa e de grandes jogos. E hoje, iremos relembrar alguns dos momentos mais marcantes de linda história do Mais Querido das Multidões.
O INÍCIO DE TUDO
Hoje, campo da Polícia Militar de Pernambuco, a campina do Derby foi palco do primeiro jogo do Santa Cruz Futebol Cube, em 08 de Março de 1914. O primeiro adversário foi o Rio Negro, time sobre o qual pouco sabemos hoje. O friozinho na barriga era inevitável, afinal era o primeiro jogo do que mais tarde seria o Tricolor das Multidões. E com direito a cinco gols de um jogador, o Santa Cruz venceu a partida por 7 a 0.
No dia seguinte o Rio Negro pediu revanche e fez uma exigência. O jogador que fez 5 gols não poderia jogar, e isso foi feito. Santa Cruz e Rio Negro se enfrentaram mais uma vez e a história não foi diferente. Vitória do Santa por 9 a 0 e, coincidentemente, outro jogador fez cinco gols. Começava aí a história do Clube do Povo.
O PRIMEIRO TÍTULO
O primeiro título é que nem o primeiro amor, a gente nunca esquece. Em 1931, após 17 anos de espera, o Santa Cruz conquistou o primeiro título da sua história. E que baita conquista. De 10 jogos os Corais venceram 8 jogos, empatou um e perdeu um, marcou 49 gols e sofreu apenas oito.
No dia 13 de Dezembro de 1931, contra o Torre, o tricolor venceu o jogo por 2 a 0 e sagrou-se campeão antecipadamente. A história se repetiu nos anos seguintes: 1932 e 1933, quando tornou-se tricampeão pernambucano.
A VÍTIMA DA VEZ: A SELEÇÃO BRASILEIRA
Após a frustração na Copa do Mundo da Itália, em 1934, sendo eliminado pela Espanha ainda na primeira fase, a Seleção Brasileira retornou para o Brasil e realizou alguns amistosos no Nordeste. Foram 11 jogos, a Canarinha venceu dez deles e perdeu apenas um, este para o Santa Cruz.
Em 10 de Outubro de 1934, o Tricolor do Arruda venceu a Seleção de Otacílio e Leônidas da Silva pelo placar de 3 a 1, com gols de Zezé (2x) e Sidinho e, tornou-se o ÚNICO time do Nordeste a vencer a Seleção Brasileira de Futebol.
7 A 0 EU JÁ GANHEI
AVASSALADOR.. O Santa Cruz derrotou o Sport pelo placar exato de 7 a 0, isso mesmo SETE A ZERO.
Em 15 de Agosto de 1934, na Avenida Malaquias, no Campeonato Pernambucano daquele ano esse fato ocorreu. O tricolor não tomou conhecimentos da equipe rubro negra e ‘estraçalhou’ o Leão dentro de campo com uma sonora goleada. A bola do jogo está até hoje na sala de troféus do Arruda.
Essa goleada é a maior da história do Clássico das Multidões, entre Santa Cruz e Sport.
SANTA CRUZ: O SUPERCAMPEÃO
O ano de 1957 marcava um jejum de dez anos do Santa Cruz sem um título sequer. O Pernambucano daquele ano foi disputado em três turnos: o primeiro foi vencido pelo Santa Cruz, o segundo pelo Náutico e por fim, o Sport venceu o terceiro. Sendo isso, o campeão do estadual seria decidido em um triangular entre os grandes do Recife. Aquele triangular ficou batizado como o “Supercampeonato”.
O Náutico deu adeus ao triangular com um empate, contra o Sport, por 1 a 1 e uma derrota contra o Santa Cruz pelo placar de 3 a 1. E em 16 de Março de 1958, isso mesmo, a final entre Sport e Santa Cruz foi disputada no ano posterior, na Ilha do Retiro, a Cobra Coral derrotou o Leão por 3 a 2. E não parou por aí.. O Santa voltou a ser Supercampeão em 1976 e 1983, sendo o ÚNICO a vencer o supercampeonato por três vezes.
UMA DAS POTÊNCIAS NACIONAIS
A década de 70 foi uma das melhores, se não a melhor para o Santa Cruz Futebol Clube. Foi perfeita. Com a construção do Estádio do Arruda, o tricolor tornou-se uma das potências do futebol brasileiro, que serviu de palco para grandes títulos do Pernambucano e de grandes jogos do Brasileirão daquela época.
Um dos jogos mais marcantes desta época foi contra o Flamengo de Zico e Júnior. Em 1975, no estádio do Maracanã lotado com quase 80 mil pessoas, o Santa Cruz derrotou o Flamengo por 3 a 2, com gols de Ramón (2x) e Volnei, o gol de honra do Mengão foi marcado por Zico.
O Santa Cruz eliminou o Flamengo e chegou às semifinais contra o Cruzeiro. E em um jogo marcado pelos erros de arbitragem prejudicando o Tricolor, o time mineiro venceu o jogo por 3 a 2 e saiu classificado. Caso o Santa tivesse vencido e ido às semifinais, enfrentaria o Internacional em jogo único no Estádio do Arruda. O Mais Querido acabou em 4º colocado naquele Brasileirão, marcando a MELHOR campanha de um time do Nordeste em competições nacionais até ai.
Santa Cruz 1975 – em pé: Jair, Lima, Pedrinho, Levi, Renato e Givanildo; agachados: Fumanchu, Ramón, Nunes, Carlos Alberto e Zé Maria.
FITA AZUL: É PARA POUCOS
No ano de 1980 o Santa Cruz foi convidado para realizar uma excursão pela Ásia e Europa. Foram exatamente 12 jogos realizados pela Cobra Coral no exterior enfrentando seleções e grandes times europeus, como o Paris Saint Germain. E mesmo assim os tricolores voltaram para o Brasil INVICTOS, de forma grandiosa.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resolveu premiar o Santa Cruz com o título de Fita Azul do Futebol Brasileiro.
Segue os jogos:
Santa Cruz 5 x 1 Seleção do Kuwait
Santa Cruz 1 x 1 Seleção do Kuwait
Santa Cruz 3 x 0 Seleção do Bahrain
Santa Cruz 4 x 0 Seleção do Catar
Santa Cruz 4 x 1 Seleção do Catar
Santa Cruz 2 x 1 Seleção de Dubai
Santa Cruz 3 x 0 Seleção de Abu-Dhabi
Santa Cruz 3 x 0 Al-Aim (Emirados Árabes)
Santa Cruz 6 x 2 Nasser (Arábia Saudita)
Santa Cruz 3 x 0 Al Helal (Arábia Saudita)
Santa Cruz 4 x 2 Seleção da Romênia
Santa Cruz 2 x 2 Paris Saint-Germain (França)
A VOLTA DO GIGANTE 1.0
Êh 2005 bom danado… O ano foi mais um perfeito na história do Santa Cruz. Além de ser campeão antecipado do Pernambucano, o tricolor fez uma campanha histórica no Campeonato Brasileiro da Série B. O fato casa foi super importante naquele ano. Foram exatos 34 jogos de invencibilidade no Arruda.
O jogo contra a Portuguesa poderia marcar o acesso e, se o Náutico derrotasse o Grêmio, nos Aflitos, o título nacional do Santa Cruz. No campo, jogadores como Carlinhos Bala, Rosembrick e Reinaldo que, no final, faria o gol que marcou a volta da Cobra Coral a elite do futebol brasileiro. O Tricolor venceu a Portuguesa por 2 a 1.
Com o apito final e o empate momentâneo entre Náutico e Grêmio, os jogadores junto com a torcida fizeram a festa do “título” da Série B. Ninguém contava com a partida catastrófica do Náutico, que deu nome a “Batalha dos Aflitos”, fazendo com que o campeão fosse o Grêmio, que conseguiu uma virada história em cima do Timbu, mesmo com vários jogadores expulsos.
A VOLTA DO GIGANTE 2.0
Nunca foi visto algo parecido no futebol brasileiro. O Santa Cruz conseguiu mais um feito em sua história de superações. Do fundo do poço (Série D) ao retorno à primeira divisão, em 2016.
O Santa Cruz conquistou os campeonatos Pernambucano de 2011, 2012 e 2013, todos contra o maior rival, o Sport.
Ainda em 2011, o Santa Cruz conquistou o acesso à Série C, em dois grandes jogos contra o Treze/PB. No primeiro, ao estar perdendo por 3a1, o tricolor conseguiu o empate e levou a decisão para o Arruda. No Arrudão lotado com mais de 60 mil pessoas, o jogo terminou empatado em 0 a 0.
Em 2013, além do título Pernambucano, o Santa Cruz conquistou o título da Série C, contra o Sampaio Corrêa no Arruda. Ainda nesse Campeonato, o jogo mais marcante foi contra o Betim/MG, no Arruda. Que jogo.. A estrela do “predestinado” Flávio Caça Rato brilhou, e o atacante marcou o gol que levou o Santa Cruz de volta a Série B.
A VOLTA DO GIGANTE 3.0
E 2015 foi marcado por grandes emoções para a Nação Coral. De início, o Santa Cruz conquistou o Pernambucano contra a equipe do Salgueiro. Após isso, o Mais Querido fez uma campanha magnífica de recuperação na Série B e conseguiu o acesso à Série A 2016.
Foram vários jogos que ficaram marcados na memória dos tricolores neste ano. Mas o que destacamos foi o retorno do ídolo Grafite. O jogo contra o Botafogo/RJ, no Arruda, marcou a volta de Grafite ao Santa Cruz, e nada mais e nada menos, o jogador marcou o gol da vitória Coral.
O TERROR DO NORDESTE
“És o querido do povo, O terror do Nordeste.. Esse trecho do hino do Santa Cruz caracterizou o ano de 2016. O tricolor, mais uma vez, fez história. 2016 foi cheio de jogos espetaculares para o Santa Cruz, fica difícil escolher apenas um. Mas, o escolhido por nós foi o do nosso maior título, o da Copa do Nordeste.
Campeão do Pernambucano, contra o Sport, e da Copa do Nordeste, contra o Campinense, em menos de uma semana.
Classificado à final do Nordestão ao eliminar: Ceará, Bahia, o Santa Cruz foi até Campina Grande buscar a taça do Nordeste. Vencendo no Arruda por 2 a 1, com gols de Grafite e Bruno Moraes, o tricolor decidiu a final no Amigão, estádio do Campinense. E, com um empate na Paraíba, por 1 a 1 (gol marcado por Arthur, para o Santa), o Mais Querido levantou a taça de Campeão do Nordeste de 2016.