Rafael Silva protagoniza virada e Vila segue na luta pelo acesso

Pela primeira vez na era Hemerson Maria, o Vila Nova venceu um jogo de virada. O feito inédito não poderia vir em momento melhor, quando o time era uma incógnita. Há muitas dúvidas quanto a este elenco, mas é inegável sua capacidade de surpreender o torcedor.

Basta analisar as vitórias contra o Goiás e o CSA. O rival tem, provavelmente, o melhor elenco do campeonato, estava em franca ascensão, disputando liderança: o Vila Nova conseguiu reverter as probabilidades;  venceu uma equipe superior à sua por três gols de diferença. O time do CSA também estava em ascensão, em lua de mel com a torcida que fez recepção no aeroporto e lotou o estádio, jogando em casa, disputando liderança: o Vila Nova foi novamente caridoso com o líder Fortaleza, seu próximo adversário, e impediu a festa do time alagoano, líder caso vencesse. Ambos os jogos teriam  em um empate saldo positivo. Para a alegria do torcedor, a expectativa foi superada.

Finalmente, certos tabus estão sendo quebrados. As vitórias em casa estão acontecendo e o ataque demonstra poder de reação, Istoé, as duas maiores preocupações do campeonato vão sendo diluídas aos poucos. Contra o CSA, o normal seria a equipe colorada adotar postura defensiva. Atitude prudente, pois era um jogo contra um adversário em boa fase jogando em seu próprio campo. Contrariando seus precedentes táticos, Maria armou o time sem prejudicar o poder ofensivo. Antes e depois de sofrer o primeiro gol, o colorado goiano pressionou a defesa do azulão. A fatalidade do primeiro gol veio após uma sucessão de erros do visitante muito bem explorados pelo mandante. Não comprometeu a defesa, que voltou melhor. O que é esperado da melhor defesa do campeonato. O sucesso veio do equilíbrio encontrado por Hemerson entre ataque e defesa. Na verdade, em larga escala, o sucesso tem outro autor neste jogo.

O atacante Rafael Silva, contratado 5 dias antes do confronto, entrou pouco depois dos 10 primeiros minutos do segundo tempo, no lugar de um irreconhecível Alex Henrique. Com a camisa 19, o atacante empatou o jogo após passe de Wellington Reis e falha clamorosa da defesa adversária. Depois do gol, não protagonizou muitas chances, até sua hora e vez, aos 45 minutos do segundo tempo. Arroncou do meio de campo até a lateral da área, escoltado durante toda a corrida por dois marcadores mais lentos, e empurrou a bola com habilidade na bochecha da rede.

Com o resultado, o Tigre da Vila está de volta ao G4, mas sua permanência depende do resultado entre Atlético e Goiás. Isto é, de vitória do Atlético. O torcedor cético torna a se entregar à fé auto-realizavel chamada acesso, cada vez menos longe, mesmo que ainda distante. Temos o direito de torcer, junto com o dever de sempre acreditar.