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I-League, o campeonato tradicional e pouco visível da Índia

Quando se fala em futebol indiano, a maioria se lembra da Indian Super League (apesar de mais nova, tem maior dinheiro para investir em grandes atletas), no entanto a I-League é mais antiga e pede passagem

 

Hoje inicia o campeonato na sua versão 2018/2019, mas seu primeiro pontapé foi em 1996 com a National Football League. No entanto, em 2002 o FC Kochin foi extinto por falta de pagamento aos atletas e a federação indiana repensou um novo modelo de competição. Sua última versão em 2006/2007, já na temporada seguinte, o nome se passou a chamar I-League, equipes como Churchill Brothers (bi-campeão), East Bengal e Mohun Bagan (até hoje estão presentes), o campeão foi o Dempo (detém o recorde de três conquistas). O Bengaluru FC foi também vencedor em duas temporadas, mas hoje não está entre os 11 principais do país.

O duelo inicial é entre Chennai City (oitavo colocado na última temporada), os principais atletas são o goleiro australiano Jerrad Tyson (campeão asiático pelo Sydney Wanderers) e o meia Néstor Gordillo (estava no UE Cornellà, da terceira divisão espanhola), do outro lado tem o Indian Arrows (décimo colocado em 2017/2018), o pensamento dos gestores da equipe é de formar atletas, tanto que não utilizam estrangeiros e os nomes do elenco barram até os 20 anos. A Hero I-League desta temporada conta ainda com a presença de nove equipes, vamos a análise de cada.

O NEROCA (North Eastern Re-Organising Cultural Association) é o atual vice-campeão, muito pelo investimento e eles continuam na mesma tônica, o goleiro italiano Mauro Boerchio (já foi mencionado em uma matéria sobre o futebol nas Ilhas Maldivas) e o zagueiro naturalizado equato-guineense Eduardo Ferreira (revelado no Corinthians e com passagem pelo CRB) aparecem, mas o destaque vai para o sobrenome Singh (Chingakham, Thangjam, Singnam e Ronald). O Churchill Brothers foi nono lugar e conta com o zagueiro Matheus Cambuci (estava no Operário-MT) e com o atacante mexicano David Izazola (estava no Salamanca, da Espanha).

Imagem: Gokulam Kerala (Índia).

O East Bengal (quarto colocado na temporada passada) conta com um atleta que disputou Copa do Mundo nesse ano e sendo titular, o zagueiro costarriquenho Jhonny Acosta (estava no Rionegro Águilas, da Colômbia) e o atacante mexicano Enrique Esqueda (já disputou Copa América em 2015, estava no Arka Gydnia, da Polônia). O Gokulam Kerala foi fundado há 4 anos atrás e conquistou a sétima colocação, como principais nomes tem o volante brasileiro Guilherme Batata (revelado no Clube Atlético Paranaense), o experiente atacante inglês, naturalizado granadense Antonio German (estava no St. Albans, da sexta divisão).

O Mohun Bagan ficou em terceiro lugar e agora quer retomar o posto de campeão, para isso manteve o atacante haitiano Sony Nordé (esteve no elenco da Copa América 2015) e foi revelado pelo Boca Juniors B, o experiente goleiro Shiton Paul (campeão tanto da I-League, como da Indian Super League) coloca um pouco de experiência no time. O atual campeão Minerva Punjab, diferente de antes não apresenta nenhum expoente a grande nome, mas o meia senegalês Papa Niang (estava no FF Jaro, da Finlândia) pode ajudar na manutenção do bom momento.

Imagem: Real Kashmir (Índia).

Shillong Lajong (sexto colocado na época passada) parou a máquina de investir e vai procurar ao menos se manter com os jovens talentos do sub-21. O Aizawl ficou na quinta colocação, e esse ano tem um quarteto forte (com nigeriano, liberiano e marfinense), mas a chamada referência é o atacante paraguaio Enzo Prono (que estava no Zulia, da Venezuela). Para finalizar, o novato Real Kashmir (clube que ascendeu de divisão), com o objetivo de permanecer contratou o técnico escocês David Robertson (começou em 2006, parou, foi para o Estados Unidos em 2013 e ficou sem clube por quatro anos) e no pacote veio seu filho Mason Robertson (que estava no Peterhead FC).

Imagem de capa: Minerva Punjab (Índia).