A temporada do Cruzeiro acabou de forma oficial no último domingo. No entanto, para muitos torcedores, a campanha em 2018 havia terminado lá em outubro com o hexacampeonato. E não é errado dizer isso. Depois da conquista de Copa do Brasil, começou um rodízio de jogadores e sem grandes objetivos no Brasileirão, era somente esperar o fim do ano.
(Foto:UOL)
O ano do hexacampeonato e do título mineiro começou cheio de expectativas. Nova diretoria, novos jogadores, mesma base de 2017 e o mesmo treinador. Os primeiros compromissos foram no Campeonato Mineiro. Nessa competição que o Cruzeiro não vencia desde 2014, o time encantou na maior parte dos jogos. Juntamente com o bom futebol, a torcida marcou grande presença no estadual. Além do jogo bonito e ofensivo, surgiram os golaços também, exemplo disso foi Arrascaeta indicado ao prêmio Puskas (veja vídeo abaixo).
Os bons resultados continuaram até a estreia na Libertadores. O jogo em Avellaneda contra o Racing mostrou algumas deficiências celestes. Um dia antes da partida, o ídolo Fábio perdeu seu pai, José Ramão de Souza Maciel, aos 66 anos. O placar de 4 a 2 para o Racing foi esquecido no jogo seguinte. Com Fábio de volta em um dia iluminado, Raniel fez o gol da vitória no primeiro clássico do ano.
PRIMEIRAS DECISÕES
Cruzeiro terminou a primeira fase do Mineiro em primeiro lugar e decidiu todas as eliminatórias em casa. Venceu Patrocinense, Tupi e chegou na final contra o Atlético. Vale lembrar que o atacante Fred sofreu uma seria lesão diante do Tupi e retornou somente em setembro aos gramados. Veio as finais do estadual, Cruzeiro tomou um passeio dentro do Independência e a derrota só não foi pior porque Arrascaeta deu a sobrevida ao clube. Entre as decisões, o Cruzeiro tropeçou mais uma vez na Libertadores empatando em 0 a 0 com o Vasco dentro do Mineirão.
O título pareceu sucumbir no primeiro jogo da final na derrota por 3 a 1
Com quase 50 mil presentes no Mineirão, o Cruzeiro reverteu a desvantagem. Mais uma vez, Arrascaeta e Thiago Neves decidiram como na Copa do Brasil de 2017. O título sobre o Atlético acabava com uma sequência de quatro temporadas sem estaduais e deu mais confiança para o restante da temporada.
Foto do campeão mineiro de 2018
FOCO LIBERTADORES
Logo após o título mineiro, o time de Mano estava em situação complicada na Libertadores. Por conta disso, abdicou de colocar os titulares no Campeonato Brasileiro. Assim ficou claro a prioridade em conquistas as Copas. Depois de ganhar 2 pontos em 9, o Cruzeiro emendou três vitórias consecutivas na maior competição do continente. Inclusive a grande goleada por 7 a 0 diante da LaU e o 4 a 0 sobre o Vasco em São Januário.
Entre tropeços e vitórias, o Cruzeiro terminou o primeiro semestre classificado para o mata-mata da Libertadores, com 18 pontos no Brasileirão, vantagem na Copa do Brasil e o título mineiro.
Último jogo do semestre foi o empate contra o Paraná fora de casa (Foto: Cruzeiro)
PÓS-COPA
A Copa do Mundo veio e o time mineiro fez dois jogos: uma derrota e um empate contra o Corinthians. Parecia um sinal aquele confronto que iria se repetir na Copa do Brasil. A França surpreendeu e foi campeã, Arrascaeta voltou a Belo Horizonte e o Atlético-PR caiu para o Cruzeiro na Copa do Brasil. O sonho da temporada era o tri da Libertadores, mas o hexa se materializou.
O mês pesado de agosto chegara. Iniciou com uma vitória na Vila Belmiro pelo placar mínimo na Copa do Brasil. O sonho americano estava vivo também, ainda mais depois da noite perfeita no Maracanã, 2 a 0 e torcida calando os flamenguistas no Rio. Pelo Brasileiro, nenhum brilho. Encerrando o mês, Fábio salvou o Cruzeiro e o classificou para a semifinal da Copa do Brasil em uma noite mágica com suas três defesas de pênalti contra o Santos de Cuca. Na Libertadores, a derrota não impediu que o Cruzeiro avançasse para pegar o hexacampeão Boca Juniors.
Foto: Cruzeiro
Setembro chegou e o Cruzeiro concretizou ainda mais o hexacampeonato. Venceu no Allianz Parque mais uma vez pelo placar mínimo em mais uma noite inspirada do jogador com mais jogos pelo Cruzeiro. Na volta, segurou o jogo contra os palmeirenses e chegou em sua segunda final consecutiva, o adversário seria o Corinthians. Na Libertadores, a expulsão injusta de Dedé em Buenos Aires atrapalhava os planos do tricampeonato. O 2 a 0 deixou praticamente irreversível o placar. Setembro marcou também o retorno de Fred diante do Palmeiras.
DECEPÇÃO E HEXACAMPEONATO
Outubro foi o mês mais movimentado para o coração cruzeirense. Na primeira partida, queda na Libertadores diante do torcedor para o Boca Juniors. Ali, o sonho acabara, mas não podia abaixar a cabeça, pois restava a Copa do Brasil. Seis dias mais tarde, mais de 50 mil no Mineirão para o primeiro jogo da final. A estrela de Thiago Neves brilhou mais uma vez e o time venceu por 1 a 0. Faltava um jogo para ser o maior campeão da Copa do Brasil.
Foto: Cruzeiro
ENCERRAMENTO DA TEMPORADA
O último jogo decisivo da grande temporada foi na Arena Corinthians. O herói da decisão foi um uruguaio que saiu do Japão 24 horas antes. Com o jogo empatado por 1 a 1 e o Corinthians pressionando, Arrascaeta marcou um golaço por cobertura. O camisa 10 sacramentou seu nome na história do clube e da competição. CRUZEIRO HEXACAMPEÃO DA COPA DO BRASIL.
Foto: Cruzeiro
Daqui em diante, com os objetivos alcançados, foi só esperar o encerramento da temporada. Alguns jogadores tiveram mais oportunidades, como Fred e David e outros foram mais poupados. Enfim, temporada terminou com o título mineiro, hexa da Copa do Brasil, quartas da Libertadores e a oitava colocação no Brasileirão. Agora é esperar um novo ciclo em 2019 com alguns reforços e novos sonhos.