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Reinaldo Lobo conta suas passagens pela Malásia e Indonésia

Reinaldo Rodrigues de Oliveira Lobo, nasceu em Sereno-MG no dia 05 de abril de 1988. Seu currículo carrega vários clubes e muita experiência, confira

 

1- Como surgiu essa vontade de ser jogador? Quando foi que percebeu que esse sonho estava virando realidade? Como tudo se iniciou?

RL: Sempre tive vontade de ser jogador. Desde moleque saia chutando bola pela casa. Entrei em escolinhas de futebol e sempre me destaquei. Durante um torneio na minha cidade, em Cataguazes, Minas Gerais, fui muito bem e um olheiro me levou para fazer teste no Fluminense. Passei, mas não fiquei muito tempo. Eu tinha 15 anos e já tinha que morar longe de casa, sem auxílio de ninguém e sem dinheiro. Voltei pra casa e no ano seguinte fui aprovado na base do Figueirense, que na época era comandado pelo Rogério Micale e Hemerson Maria, que atualmente é o técnico do profissional. Fui muito bem lá e acabei subindo. Ali, começou minha carreira efetivamente.

 

2- Como surgiu esse apelido de Lobocop? Quem começou a te chamar assim? Todos na Ásia te chamam assim?

RL: O apelido de Lobocop surgiu na época que eu jogava PSMS, da Indonésia. Eu tenho uma boa estrutura física, com 1.87 m de altura e 90 kg. Sou acima da média mesmo para os padrões brasileiros. Na Indonésia, eu era muito maior que os jogadores locais e sempre joguei com muita vitalidade física e isso impressionava a torcida. Alguém comentou que eu parecia o Robocop. Aí, adaptaram meu nome ao personagem e casou muito bem. Ficou legal. Gosto muito do apelido. Curioso que por onde passei colecionei apelidos legais. No Mitra Kukar, também da Indonésia, era conhecido como Hércules e no Penang, da Malásia, Tanque.

 

3- Qual a sensação de ser ídolo até hoje na Malásia? Como é seu carinho pelo clube e torcedores?

RL: Eu adoro a Malásia. É um país incrível, com pessoas ótimas e acolhedoras. A liga local tem crescido bastante nos últimos anos e bons jogadores estão indo pra lá, o que tem aumentado o nível do futebol. Me deixa muito feliz saber que fiz história no Penang FA. Fiquei quatro anos por lá e até hoje sou o estrangeiro com maior número de partidas disputadas pelo clube e um dos maiores ídolos da torcida. Agradeço a Deus por ter feito um bom trabalho e por ser reconhecido por isso. Sou muito grato a todos e tenho muito carinho, tanto pela cidade quanto pelos torcedores.

 
Foto: PSMS Medan (Indonésia)
 

4- Em 2014 você foi eleito o melhor zagueiro do campeonato local e foi convocado para disputar um amistoso contra a Juventus de Turim. Como você descreve essa experiência?

RL: Foi incrível. Um dos melhores dias da minha carreira. A Juventus vinha embalada e completa, com craques como Pogba, Pirlo, Tévez, Buffon, Giovinco, Materazzi, Bonucci, Llorente, entre outros. Nosso time era um “catadão” com os melhores daquele ano. Não tivemos tempo para treinar e ou nos entrosarmos, mas entramos em campo muito motivados. Perdemos aquela partida, mas a experiência foi incrível. Pude enfrentar alguns dos melhores jogadores do mundo e fiz uma boa partida.

 

5- A função de zagueiro, embora pareça que tenha uma simples missão de “parar o atacante”, é multifacetada: existem os mais “xerifões”, os técnicos, os rápidos, os raçudos, hoje em dia muitos que inclusive são armadores de jogo, dando qualidade de passe desde o início da jogada. Como você vê a exigência cada vez maior por esse último estilo de zagueiro, acha que no futuro ser excelente defensivamente pouco vai adiantar se não for bom na fase ofensiva? Como você definiria seu estilo?

RL: Acho que, como em todas as profissões, o futebol está evoluindo e isso é bem-vindo. Hoje, não adianta mais ser aquele “zagueiro”, que só rebate a bola. É importante demais desempenhar bem todas as funções defensivas, como jogadas aéreas, cortes por baixo, posicionamento, interceptações, mas também temos que sair jogando, entregar a bola aos volantes ou meias com qualidade. O futuro da profissão é esse e eu acredito que será obrigatório em poucos anos. Eu tenho essa característica no meu estilo de jogo. Gosto da bola e de jogar com ela. Sou zagueiro, mas já atuei muitas vezes como primeiro e segundo volante, então tenho facilidade para jogar com a bola nos pés. Isso é um diferencial para mim, porque não são todos os zagueiros que têm essa facilidade. Além disso, sou muito sólido e seguro na posição de defensor também.