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O atacante Ricardo Lopes, do Jeonbuk Motors concede entrevista ao site MF

Ricardo Lopes Pereira nasceu no dia 28 de outubro de 1990 na cidade de Nova Rosalândia-TO. Tens passagens por Gurupi-TO, Ituano-SP e Jeju United (Coréia do Sul). Atualmente está no Jeonbuk Hyundai Motors. Conhecido e reconhecido pelo faro de gol e velocidade

 

1- Fostes revelado pelo Paraíso-TO, além disso tens passagens pelo Gurupi e Interporto. Quais os principais ensinamentos na base? Quais são as principais limitações dos clubes tocantinenses? O que poderia dizer de positivo em atuar no seu estado?

R: Questão sobre a base, é muito difícil. Se no profissional é complicado, imagina na base, dos times todos que tem lá, acredito que dois ou três tem base, o restante não possui. Eu fui revelado no Paraíso. No Gurupi tive uma passagem 2013 e no Interporto depois, a dificuldade é grande, onde as pessoas não ajudam os esportes (empresários) e assim vai acabando o futebol tocantinense, esse ano poucos times entraram por falta de verbas, não possuindo condições de pagar jogador (às vezes levam atletas e não pagam). Hoje em dia é muito difícil falar algo positivo do futebol tocantinense, a cada dia está piorando, pois não tem apoio em nada. Eu quando estava lá, a minha vontade era fazer um bom campeonato estadual para ver se aparecia algo interessante fora. É isso.

 

2- Após isso possui idas ao Ituano-SP e o Globo-RN. Como foi atuar em equipes totalmente distintas? Como analisas o projeto de um clube em que o presidente foi campeão mundial com o Brasil e outro que possui um apoio maciço da população local? O Ituano apresenta condições de subir de divisão nesse ano e o Globo de se manter na Série C? Como foi ser a maior venda do futebol norte-rio-grandense na história?

R: Sempre foi meu objetivo, ir bem no estado do Tocantins para procurar situações melhores fora, acabei indo para o Ituano, sendo que naquela época (2010), o Juninho Paulista estava recomeçando o trabalho. Depois da minha saída, o time foi campeão estadual e está bem mais reconhecido no estado. O planejamento dele é bom, subir o Ituano para a Série C ou quem sabe para segunda divisão. Eu espero que eles consigam ascender de divisão, pois é algo que vem de muito tempo. Fico feliz, espero que o Globo se mantenha na Série C, se até subir para a segunda divisão, é um objetivo. Fiquei grato de ser o atleta mais caro do Rio Grande do Norte (história), não esperava isso, mas quando estava no Globo foi muito bom, fui um dos artilheiros do Brasil. Foi ótimo para o clube que ele possa investir esse dinheiro para conseguir revelar mais atletas.

 
Foto: Jeonbuk Motors (Coréia do Sul).
 

3- Chegou ao Jeju United em sua primeira experiência internacional. Como viu a sua ascensão meteórica na carreira? Passou no início de sua jornada que seria essencial em clube sul-coreano? Conte-nos mais da sua passagem pelo clube? Para você o que difere o futebol asiático do brasileiro?

R: Minha chegada foi muito boa, me trataram bem do começo ao fim. Se você trabalha e faz as coisas tudo certinho, eles gostam de você. Eles gostam de trabalhar, chegar no horário certinho e não ter atraso (não aceitam). É um país que respeita, sendo o primeiro lugar, aqui fui muito feliz no primeiro ano e ficou a pergunta será que eles vão fazer a mesma coisa? Na Coreia é assim, se for bem no segundo ano, a situação muda de patamar. Sobre a diferença entre o futebol brasileiro e o sul-coreano, eles são mais dedicados, jogador que às vezes vai treinar sozinho, 8 horas da noite. No Brasil não, acabou o treino todo mundo vai embora, aqui vão para academia nem precisando falar nada, eles mesmo vão. São dedicados no que fazem.

 

4- Está na quarta temporada no Jeonbuk Motors. Como é a estrutura do time da Coréia do Sul? Como foi conquistar a Liga dos Campeões da Ásia, além da K-League? Poderia nos definir esta competição em específico? Como foi a adaptação a nova equipe? Quais as expectativas para esta temporada?

R: A estrutura é boa, se brincar até é melhor do que alguns clubes grandes do Brasil, torcida é meio diferente do nosso país, é independente de qualquer jogo ou clássico, perdendo ou ganhando te tratam da mesma forma (pedem para tirar foto com você ou te dar presente até mesmo a torcida do adversário no caso). Diferente do Brasil, se você perder um clássico, você não pode sair na rua. É um povo carinhoso. Eu fui campeão da Liga dos Campeões de 2016 no primeiro ano de Jeonbuk Motors e esse ano saímos da Champions League nas oitavas perdendo para o Shanghai SIPG, da China.

R: Fui campeão da K-League duas vezes, estamos no caminho certo em busca da terceira conquista, estando em primeiro lugar, não vai ser fácil como nos outros anos e para isso reforçamos o elenco. Trabalhando e focado em busca do objetivo de ser campeão. A adaptação foi tranquila, já havia jogado contra todos anteriormente e não havia muita diferença de estilo em atuar (na época de Jeju). Os atletas já tinha a confiança em mim pelo que fiz na equipe anterior, então não tive problema. Em primeiro lugar o título da Champions League pelo momento que a gente fez naquele ano em 2016 e por ter machucado meu joelho na final e mesmo assim fomos campeões. O título mais importante foi a Champions em 2016.

 
Foto: Jeonbuk Motors (Coréia do Sul).
 

5- O atacante tem como obrigação, trazer a felicidade para sua torcida e a frustração aos adversários com a produção de gols. Como fazes para conseguir um bom posicionamento e além de se livrar da marcação adversária? É um dom, para você, fazer vários gols em vários clubes, o atleta já vêm com isso inato ou é através do trabalho? Qual é o ensinamento que tens a passar para a nova geração de atacantes no país?   

R: O atacante é o principal, pode olhar em todos os times, essa posição faz um papel primordial, fazendo gol, títulos e hoje eu vejo assim trabalhar bastante, sempre estar focado, no que vai fazer no dia de treino ou jogo. Assim as coisas vão dar certo, o atacante vive de momento, se fizer gol tudo bem, caso não aconteça é descartado. Queria dizer para a molecada mais nova, é determinação no objetivo de vencer na vida, trabalhar bastante, sabendo que não é fácil. Já não é tranquilo subir para o profissional, todos sabemos, mas eu passo a mensagem é que temos que ter fé, trabalhar o possível, chegando aonde você quer.