As finais de Libertadores em Santiago

River Plate e Flamengo decidirão a primeira final de Libertadores em jogo único no próximo dia 23 de novembro. E este jogo especial para a América do Sul será em uma das canchas mais tradicionais do continente, o Estádio Nacional do Chile. É o local que mais recebeu partidas decisivas na América, nove vezes, já contando a próxima.

Antes, a Copa tinha uma fórmula de disputa diferente da atual. Aliás, a Libertadores já mudou muitas vezes. Mas, em uma época, as finais eram decidas numa melhor de três. Ou seja, para ser campeão, a equipe precisava vencer as duas primeiras partidas ou de um empate e vitória. Caso tivesse uma vitória para cada lado, jogo em campo neutro e por isso, Santiago sediou tantas vezes o jogo final.

Lá, já tivemos campeões brasileiros, argentinos e uruguaios na capital do Chile. Muitas histórias para o gigante Estádio Nacional. Leia agora sobre todas as finais até o momento nesta cancha.

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A primeira final

A primeira final de Libertadores da América em Santiago foi no ano de 1965. O primeiro campeão na tradicional cancha foi o até hoje maior campeão, Independiente. O time de Avellaneda havia vencido a América no ano anterior ao derrotar o Nacional do Uruguai em La Doble Visera (nome antigo do Estádio Libertadores de América).

Após derrotar um uruguaio em 64, El Rojo ganhou sua segunda taça contra outro uruguaio. Desta vez, o Peñarol. Esta é uma perfeita ilustração de como se era disputada a final da Libertadores antes da atual era. O título era disputado em três jogos. O jogo de ida na casa de um, a volta na casa de outro e em caso de empate, decisão em campo neutro. E foi assim que aconteceu.

A final de 1965 começou em Avellaneda. O Independiente ganhou seu jogo por 1 a 0 com gol de Bernao. Assim, bastava ao time argentino um empate no segundo jogo para ser campeão.

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(Foto: Estatística Independiente)

O segundo jogo foi no Estádio Centenário em Montevidéu. O Peñarol fez valer seu mando e venceu por 3 a 1. Os gols foram de Miguel Reznik, Pedro Rocha e Nestor Gonçalves para os auri-negros e Vicente De La Mata para os argentinos. Com uma vitória para cada lado, a decisão foi para Santiago.

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(Foto: Estatísticas Independiente)

Independiente fez valer a sua superioridade no terceiro jogo. Goleou o Peñarol por 4 a 1 e levou sua segunda Libertadores para casa. O primeiro gol foi contra, o segundo foi de Raúl Bernao, o herói da primeira Copa, o terceiro foi de Roque Avallay. O peruano Juan Joya descontou e Raúl Savoy fez o 4 a 1. Festa argentina na primeira final no Estádio de Santiago.

Tricampeonato do Peñarol

Na edição seguinte, os auri-negros levantaram seu terceiro título de Libertadores na mesma cancha que perderam para o Independiente. O adversário foi também um argentino, o River Plate. O primeiro embate foi em Montevidéu e o segundo jogo no Monumental.

O primeiro jogo terminou com vitória uruguaia por 2 a 0. Os gols foram de Julio Abbadie e Juan Roya. A vantagem era do bicampeão sobre o estreante em finais, River Plate. Porém, o segundo jogo em Núñez acabou com vitória millonaria.

Em um grande jogo na capital argentina, o Peñarol abriu o placar com Pedro Rocha, complicando a vida argentina. Mas o empate veio logo com Daniel Onega. O primeiro tempo acabou assim, 1 a 1. Na etapa final, Spencer colocou o Uruguai na frente de novo e Sarnari empatou. Quase no fim, Ermindo Onega fez o 3 a 2, levando o jogo para a capital chilena.

A batalha decisiva foi até a prorrogação e o Peñarol venceu o River Plate pro 4 a 2. Os millonarios chegaram até a abrir 2 a 0 com gols de Daniel Onega e Solari. Mas o gigante uruguaio buscou o empate. Em seis minutos, Spencer e Abbadie fizeram o estrago. Jogo foi para prorrogação e os argentinos desabaram. Spencer fez mais um e Pedro Rocha fechou o caixão. Peñarol de Montevidéu tricampeão da América.