Sim, esperei a data do aniversário dele para discorrer um pouco sobre sua carreira no Palmeiras e, por coincidência, quando completa 33 anos, número da camisa do nosso atual jovem destaque, Gabriel Jesus. Mas por que falar de Valdivia? Bom, sempre o admirei como atleta e como pessoa, nunca se escondeu (como muitos dizem) e infelizmente tinha problema com lesões. Vamos a um pequeno resumo sobre suas passagens pelo Palmeiras.
Jorge Luis Valdivia Toro nasceu no dia 19 de Outubro de 1983 (33 anos) em Maracaibo, na Venezuela, mas foi naturalizado chileno, país onde inciou sua carreira. Chegou ao Verdão em agosto de 2006, como destaque do Colo-Colo, do Chile. Entre jogos e contusões, Valdivia teve problemas na sua chegada e só começou a se destacar no ano de 2007, quando foi considerado o melhor meia do Brasileirão daquela temporada. No Paulistão de 2008, foi o principal nome do título estadual, fazendo gols importantes contra Corinthians, na semifinal contra o São Paulo e na finalíssima contra a Ponte Preta, na goleada por 5 a 0. Confira esses 3 gols na voz inigualável de Nilson César, da rádio jovem pan:
Palmeiras 1 x 0 Corinthians – Valdivia (créditos: canal ferasdoradio2)
Palmeiras 2 x 0 São Paulo – Valdivia (créditos: canal Andreyyyyy182)
Com isso, Valdivia começou a ser sondado e no meio do campeonato se transferiu para o Al Ain F.C., dos Emirados Árabes, mesmo com muitas ofertas da Europa, onde o meia sonhava em voltar. Dois anos depois, após conquistar 3 títulos e o status de ídolo no clube árabe, “El Mago” retornou ao Palmeiras no dia 26 de julho de 2010, quando o técnico do Palmeiras era Luís Felipe Scolari, o Felipão. A partir daí, começava o “calvário” do jogador chileno com a camisa alviverde. Com seguidas lesões, o meia fazia poucas partidas. Em 2010, foram 19 jogos e 2 gols, em 2011, 28 jogos e 4 gols. Nesse período o alviverde paulista nada conquistou, apenas chegou perto de uma Copa Sulamericana. Em 2012, o então camisa 10 foi do céu ao inferno. Após lutar contra as lesões e ter papel importantíssimo na conquista da Copa do Brasil, nada pode fazer para evitar o segundo rebaixamento do clube para a Série B do Brasileirão, ao final daquele ano.
Veio 2013 e as contusões também, sendo pouco participativo no paulista e apagado na épica primeira fase da Libertadores, que sucumbiu na fase seguinte, num desastre contra o Tijuana, do México. Entretanto, teve participações importantes e contribuiu (dessa vez como coadjuvante) para o retorno do Verdão à elite do futebol brasileiro. Participou de 18 jogos e marcou 3 vezes e viu Fernando Prass, atual líder e ídolo alviverde, Leandro (hoje no Coritiba), Alan Kardec (hoje no Chongqing Lifan, da China), Henrique (hoje no Fluminense) e até mesmo Wesley (hoje no São Paulo) liderarem o time.
2014 começa e nada muda. As lesões continuam atormentando e o elenco é todo remendado. Jogadores fracos e/ou com problemas físicos, entretanto, bastante esforçados. Na raça, chegaram às semifinais do estadual, mas não bastou e a eliminação veio diante do Ituano, que seria o improvável campeão paulista. E o Brasileirão começa com sofrimento, Valdivia pouco jogava, porém, nesses poucos jogos, ajudava demais. Chegou na última rodada à base de remédios. Viu o sofrimento acabar após o apito final de todos os jogos. Aliviado e visivelmente emocionado desabafou, agradeceu ao Prass e à todos os garotos que foram colocados na fogueira e ajudaram a salvar o Palmeiras de um terrível 3º rebaixamento. Muitos falam sobre “uma ajuda do Santos”, mas o agradecimento era somente à Deus e aos atletas que se entregaram e se superaram.
Com o Allianz Parque e a permanência na elite, 2015 chega junto com a Crefisa. Mais de 20 contratações no início do ano e, de certa forma, um bom elenco. Os palmeirenses acreditavam numa possível volta por cima do chileno, relembraram 2007 e 2008. “Quem sabe com um bom elenco ele volte a ser o nosso EL MAGO”, muitos pensavam (ou só eu pensava). Chegamos às semifinais do estadual aos trancos e barrancos e vencemos mais uma épica batalha, dessa vez, na casa do maior rival. Começava a Era de Fernando Prass e (para alguns ou muitos) a nova Era de Valdivia. Perdemos a final para o Santos, mas com Valdivia bem participativo. Contudo, após 4 rodadas do Brasileirão, o meia foi negociado com o Al Wahda, seu atual clube.
Pois bem, tudo isso que eu discorri vocês já sabem. Muitos amam, muitos odeiam mas ninguém pode negar o quanto o nome VALDIVIA sempre estará na memória de qualquer palmeirense. Lesões, grandes jogadas, expulsões infantis, chute no vácuo, declarações polêmicas, “chororô”, sequestro… Parece história de filme (até que daria uma bom roteiro), mas é a passagem do Mago da camisa 10 pelo nosso alviverde. E eu, como fã de carteirinha, quis contar um pouco sobre sua vida alviverde, no dia dos seus 33 anos. Obrigado por tudo, Jorgito. Em meio à tantas coisas, boas e ruins, você sempre representou essa camisa, você sempre representou essa nação. As vezes creio que seja mais palmeirense do que eu. Um cara que foi exaltado por um pequeno torcedor do São Paulo em dia de Choque-Rei, um cara que nunca escondeu que o Palmeiras é e sempre será a sua casa. Um cara que já fez gol em Copa do Mundo. Um cara que nenhum palmeirense jamais vai esquecer. Só me resta dizer: OBRIGADO, VALDIVIA!