Entrevista com o zagueiro Maurício Ramos, do Adanaspor, da Turquia

Mauricio Donizete Ramos Junior, nasceu no dia 10 de abril de 1985, na cidade de Piracicaba-SP. Zagueiro de muita força e raça, implacável na marcação, jogou por Coritiba, Palmeiras e Al-Sharjah (Emirados), atualmente está no Adanaspor, da Turquia.

Agradecimento: Jairo Giovenardi, assessor do atleta e Rafael Pimentel, colunista do Palmeiras no site.

 

1- No dia 10 de abril de 1985, na cidade de Piracicaba-SP, sendo revelado no Iraty-PR. Quais foram os principais ensinamentos adquiridos nesta época? Como é ser revelado em um clube de menor porte do Paraná? Comente sobre o atual momento do Iraty?

R: O Iraty foi importantíssimo, pois foi o clube que me abriu as portas, onde comecei a me destacar e brigar por uma oportunidade no cenário nacional. O aprendizado nesse momento é fundamental, pois se o atleta mais jovem quer aprender ele se dedica, luta muito e mais adiante valoriza a carreira. Sobre o atual momento do clube, creio que será um ano importante, pois o time subiu recentemente para a segunda divisão do Paranaense e tentará chegar à primeira divisão. Torço muito pelo sucesso do Iraty.

Foto: Coritiba FC.

 

2- Em 2007 e 2008, teve passagens por São Caetano e Coritiba. Defina as suas passagens por ambos os clubes? Como é em termos de estrutura e torcida, as equipes do ABC Paulista e da Capital Paranaense?

R: Foram ótimas passagens. Fui vice-campeão paulista pelo São Caetano em 2007, num campeonato muito disputado em que conseguimos eliminar o São Paulo com direito à goleada por 4 x 1 no Morumbi, e fizemos dois jogos muito equilibrados contra o Santos na final. O Paulista é sempre muito disputado e por isso mesmo jogar uma decisão como aquela diante do Santos foi muito importante. No Coritiba tive momentos de muita alegria, sendo campeão paranaense em 2008 numa final de arrepiar contra o Atlético-PR. Fiz muitos amigos no clube e tenho um carinho especial pela torcida coxa-branca. Em termos de estrutura ambos os clubes ofereciam o melhor para os atletas e também por isso os considero tão importantes na minha carreira.

 

3- Em 2009, chegou ao Palmeiras, passando cinco anos e possuindo quase 200 jogos no clube. Como é atuar em um dos maiores clubes deste país? Comente sobre a pressão da torcida e qual foi o diferencial para que se mantesse tanto tempo em um mesmo time?

R: É muito difícil atuar por tanto tempo em grandes clubes, mas tive essa alegria tanto no Coritiba como no Palmeiras. Foram momentos intensos e até hoje acompanho os jogos dos meus ex-clubes, mesmo aqui da Turquia. No Palmeiras foram quatro anos e meio, deixei muitos amigos. A pressão é natural de qualquer gigante, mas sempre dei o meu melhor, com muita dedicação, por isso tive o carinho e o respeito da torcida, que é fantástica.

 

4- Você sente falta e pensa em voltar a jogar no Palmeiras num possível retorno ao Brasil?

R: Tive uma passagem especial pelo Palmeiras, onde fui campeão da Copa do Brasil de 2012, sob o comando do Felipão. Então o carinho será eterno. Agora estou me dedicando muito aqui no Adanaspor e quero ajudar meus companheiros na sequência do Campeonato Turco.

Foto: Arquivo Mauricio Ramos.

 

5- Na temporada 2013/2014, assinou contrato com o Al-Sharjah, dos Emirados, sendo seu primeiro clube fora do país. Como foi a sua adaptação a um novo estilo de jogo e a cultura do Oriente Médio? O futebol emiradense, com o investimento que tens atualmente, qual a previsão de crescimento, para eles?

R: A adaptação foi muito boa. Senti um pouco no começo, entretanto é normal e aos poucos fui me adaptando, assim como toda a minha família. Tenho o Sharjah no meu coração, pois fui muito feliz no clube. Me tornei capitão da equipe, tendo o respeito e a admiração do torcedor. Fiquei conhecido como “coração de leão”, até por me dedicar muito nos treinamentos e nos jogos. Observava até faixas em português nas arquibancadas, algo que me deixava muito feliz, orgulhoso. Não tenho dúvidas de que eles irão crescer ainda mais, pois contam com treinadores muito experientes e jogadores de muita qualidade e de diversas nações.

 

6- Neste último ano, chegou ao Adanaspor, da Turquia. Quais são as  suas expectativas no novo clube e para o prosseguimento de sua carreira? O fato de possuir alguns brasileiros no elenco, facilita na adaptação?

R: Com certeza facilita e é muito importante. Minha filha está bem na escola, aprendendo o idioma e nos adaptamos bem, contando com o apoio dos outros sete brasileiros do time nesse processo. Vamos aprendendo aos poucos a cultura do país, mas estamos muito felizes. Nosso time é jovem e está evoluindo e o que ajuda muito é contar com uma torcida muito apaixonada. Isso é ótimo e motiva qualquer profissional.