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O zagueiro Nathan, do Servette, da Suíça concede entrevista ao MF

Nathan Raphael Pelae Cardoso nasceu em 13 de maio de 1995 na cidade de São Paulo. Fostes revelado na Sociedade Esportiva Palmeiras. Atuou também na Chapecoense e no Criciúma. Atualmente está no Servette, da Suíça. Conhecido e reconhecido pela liderança e pelos bons desarmes em campo

 

1- Fostes revelado na Sociedade Esportiva Palmeiras, sendo um dos pilares na parte defensiva do clube. Como foi o processo desde o sub-13 até o seu primeiro jogo profissional? A equipe apresenta condições de revelar grandes atletas? O fato de não ser campeão da Copa São Paulo atrapalha na evolução dos jogadores na base?
 

R: Foi um processo de bastante luta e glória! Acho que é o sonho de qualquer menino ser profissional e em uma grande equipe como o Palmeiras. Porém, até meu primeiro jogo no profissional, passei por muitas dificuldades, por cirurgias e até quis parar de jogar por problemas financeiros. Comecei a trabalhar em outra área, fiz ate um semestre de faculdade de administração, tinha um plano B caso as coisas não dessem certo no futebol. Foram anos de bastante experiência e aprendizado, tenho muito pra mim que também se não passasse por tudo isso, não estaria e nem me tornaria o que sou hoje. Tenho muita fé em Deus e sei que tudo teve um propósito. Em relação a base do Palmeiras, na minha época as coisas não eram como são agora. Hoje em dia a base está totalmente reformulada, com muito bons atletas e com uma estrutura bem melhor do que antes, porém o Palmeiras vive uma fase que tem bastante dinheiro diminuindo assim as chances de subir atletas! Creio que a Copa São Paulo é um ponto muito importante pro atleta dar um passo da base pro profissional, no entanto não é a única forma, hoje em dia a base treina com o profissional e alguns jogadores da base passam um tempo treinando com os profissionais o que ajuda bastante!
 

Imagem: SE Palmeiras.
 

2- No profissional da equipe atuou por algumas partidas, não marcando gols. Mesmo assim tens o carinho da torcida alviverde. Conte-nos sobre a conquista da Copa do Brasil em 2015? Acreditas que não teve oportunidade suficiente de mostrar seu talento? Qual foi o seu principal momento com a camisa alviverde? Se consideras torcedor do Palestra?

R: Foi uma alegria tremenda em minha vida, uma sensação indescritível. Uma fase da minha vida que vivi intensamente cada dia. Eu tinha grandes planos e sonhos, mas sabia que os planos de Deus eram maiores em minha vida. E hoje vejo que cada dia ali no Palmeiras foi um aprendizado, ate esses momentos difíceis, atualmente me sinto realmente outro jogador, um cara que evoluiu muito dentro e fora de campo. E sou muito grato por tudo que vivi no Palmeiras, por todos os profissionais e companheiros que me ajudaram! É meu clube de coração, e com certeza sempre vou ter um carinho imenso por tudo e todos! Meu principal momento foi um jogo contra o Corinthians em que fui bem e que desde de menino era meu sonho jogar um clássico como o Palmeiras x Corinthians! 
 

3- Em 2015 disputou o Sul-Americano sub-20. Como foi a sensação de vestir a camisa da Seleção Brasileira mesmo sendo na base? Tens 22 anos e um potencial a frente, um dos seus objetivos ainda é fazer parte da Seleção Nacional profissionalmente? O que podes lembrar da edição daquele campeonato?

R: Outro ponto chave na minha vida, vestir a amarelinha é algo que levo com muito orgulho. Representar a pátria não é pra qualquer um, mesmo tendo sido na base, foi um momento magico. Claro, penso em um dia voltar a seleção mas é um passo de cada vez, sempre trabalhando firmemente e com muita fé em Deus! Foi um campeonato em que ficamos na 4ª colocação, mas um jogo memorável foi contra nossos “hermanos”. Outro sonho do futebol, Brasil x Argentina.
 

4- Foi emprestado ao Criciúma e depois a Chapecoense. Qual a sensação depois de muitos anos atuando na mesma equipe sair para se aventurar em outro estado? Poderia nos contar sobre seu primeiro gol profissionalmente? Como foi participar da reconstrução da Chapecoense, se sentiu honrado de ajudar neste projeto? Como é a estrutura e a torcida do Criciúma? Fale-nos sobre a conquista do Catarinense em 2017?

R: Sai do Palmeiras com o objetivo de crescer cada vez mais profissionalmente e para isso precisava de espaço pra mostrar e aprimorar meu futebol, então foi uma saída muito boa. No Criciúma eu tive a confiança e o reconhecimento que precisava para o meu  crescimento. Mas tenho 10 anos de Palmeiras então não foi fácil no começo me acostumar com todas as mudanças. Meu primeiro gol foi no Criciúma onde pude encontrar confiança no meu trabalho e fazer boas aparições e gols. O primeiro a gente nunca esquece e que me ajudou a firmar minha titularidade no clube! Já na Chape foi realmente uma emoção diferente, por tudo que aconteceu no clube e por tudo que representava aquele momento. Me senti realmente honrado em poder fazer parte dessa reconstrução, de representar aqueles que antes representavam essa equipe tão querida por todos e fomos abençoados com a conquista do Catarinense 2017 que fechou com chave de ouro aquela reformulação. Precisávamos honrar aqueles jogadores com esse titulo, e fico muito feliz em poder ter feito parte do time que participou dessa conquista e também dessa reconstruçãoA torcida do Criciúma me recebeu muito bem e me apoiou bastante nos momentos dentro do clube. Uma torcida apaixonada e que move aquela cidade, tenho um carinho enorme pela cidade e pela torcida, assim como a da Chape que também sempre se mostrou apaixonada e nos apoiava em todas as situações!
 

Imagem: Associação Chapecoense de Futebol.

 

5- Nesta temporada atuas no Servette, da Suíça. Como foi a adaptação ao novo estilo de futebol e a cultura? Consideras a Suíça um bom lugar para se viver? Quais as projeções tanto profissionalmente, como para a equipe em 2017/2018? Ainda acreditas no acesso a 1ª divisão suíça? Achas justo somente uma equipe subir de divisão? O que poderia ser retirado do futebol suíço para melhoria do futebol brasileiro?

R: Minha adaptação foi muito boa e rápida o que me ajudou a me encaixar logo no time e virar titular. A Suíça realmente é um pais de primeiro mundo com uma estrutura muito boa pra se viver! Tenho como objetivo a curto prazo dar um passo maior na minha carreira e continuar jogando como vem acontecendo aqui. Como aqui só sobe um pra primeira divisão fica complicado o acesso. Acho que o campeonato seria melhor se houvesse duas vagas para a 1ª divisão, o campeonato seria mais disputado e justo! Aqui uma coisa que me chamou atenção foi a organização tática que seria algo relevante pro futebol brasileiro. Quando falta técnica eles demonstram muita inteligencia e organização tática, venho aprendendo e me aprimorando cada vez mais nesse quesito, que hoje vejo o quanto é importante para um time ter uma regularidade.


 

6- A torcida palmeirense e a do Servette te consideras como xerife na defesa. Poderia nos contar sobre ter um papel primordial para manutenção do equilíbrio defensivo? Preferes ser mesmo o zagueiro central ou podes atuar também como o zagueiro da sobra? Conte-nos também sobre esta polivalência de fazer a volância em alguns casos?

R: Venho crescendo muito profissionalmente e acredito que cada vez mais vou me tornando um zagueiro mais seguro e experiente, isso ajuda em todos os aspectos e em qualquer clube que atuar! Para mim é indiferente jogar como central ou de sobra. Estou acostumado a jogar das duas formas e também posso atuar como volante, mas hoje me sinto muito bem como zagueiro.
 

7- Na hora de escolher um clube novo para defender, você pensa primeiramente no projeto mostrado pelo clube ou no salário que o time está oferecendo? Fale sobre a valorização dos salários no mercado brasileiro e europeu?