Arquibancada Alvirrubra

Entrevista com o volante Hygor Guimarães, do Al-Akhaa Al-Ahli Aley FC

Hygor Guimarães Gonçalves nasceu em primeiro de janeiro de 1989, no Rio de Janeiro. O atleta que tem passagens por clubes como: Joinville, Bangu, Mogi Mirim, Confiança e entre outros. Ele é conhecido por sua velocidade e versatilidade dentro de campo. O último time defendido pelo atleta foi o Barra da Tijuca (Série B1 do Carioca), mas passou pelo Náutico no início do ano, nesta temporada jogará no Futebol Libanês. O jogador nos concedeu uma entrevista exclusiva, confira:

 

1- Hygor, vamos começar falando um pouco sobre o seu começo de carreira, você começou no Sertanense de Portugal, sabemos que existem diferenças entre o modo de jogar aqui no Brasil x jogar na Europa, você sentiu alguma dificuldade no seu período de formação?

R- Eu saí do Brasil com 17 anos para minha primeira passagem em Portugal. estamos falando do ano de 2007. Era pra ter sido um período difícil, mas por incrível que pareça essa dificuldade foi mais fácil de lidar, pois éramos 7 jogadores e o Eduardo Hungaro treinador também brasileiro. Mas tudo começou antes, fazíamos parte de um time e passamos um mês por Portugal fazendo amistosos e sendo observados pelos times portugueses. Foi daí que o treinador recebeu esse convite e nós fomos convidados a fazer parte desse projeto que acabou dando super certo. Primeiro ano ficamos em terceiro colocado e no segundo ano fomos campeões com algumas rodadas de antecedência. O Eduardo teve um papel fundamental nesse processo, pois para ele também era um tipo novo de jogo, e ele conseguiu fazer um time com o estilo brasileiro de jogar e com equilíbrio e jeito europeu de se posicionar em campo. E o mais importante foi que tanto nós brasileiros quanto os portugueses estavam sempre dispostos a fazerem as coisas da melhor maneira possível.

 

O jogador tem passagens pelo: Sertanense, União Leiria e Sporting Clube de Coimbrões (POR).

 

2- No seu período jogando fora do Brasil, você se adaptou rápido? (Em termo de clima, comida etc.)

R- A comida foi algo que no início estranhamos algumas coisas, pois tinham muitas coisas novas, mas nunca tivemos dificuldade, a culinária portuguesa é maravilhosa. Começamos a comer depois em um restaurante que fazia um feijão próximo ao brasileiro e foi só maravilha. Eu tive muita dificuldade com a distância, naquela época não havia WhatsApp e o celular era uma fortuna a ligação. Lembro que ligávamos muito do orelhão e falávamos por Skype pela internet. No verão foi mais tranquilo, mas quando chegou o inverno chegou a ser deprimente. Havia apenas um orelhão próximo do local onde morávamos, chegava à noite e fazíamos fila para usar. Ficávamos fazendo pressão no jogador que estava usando para ele sair e o próximo usar. Isso todos dentro de casa pois lá fora o frio era terrível, porém depois fomos nos adaptando.

 

3- Pensa em algum dia voltar a jogar pelo futebol português?

R- Com certeza, não só em jogar, mas como também morar Portugal. O país é muito bom de viver e minha esposa adora.

Foto: Al-Akhaa Al-Ahli Aley FC (Líbano).

 

4- Quem mais te incentivou na sua carreira profissional?

R- Então, meus pais sempre me apoiaram, cobravam muito meus estudos, papel de pai e mãe né, mas eu tive duas pessoas que eu levo comigo no coração, uma foi meu avô Jaime, e a outra foi o avô de um amigo-irmão, seu nome era Lair, esse era pau pra toda obra. Joguei junto com esse amigo durante uns 7 anos, a minha época toda de base, nesse tempo o avô dele esteve presente em todos os nossos jogos nos acompanhando e ”cornetando” quando era preciso. Ele acabou se tornou meu avô também, até hoje quando paramos pra conversar e lembrar, damos risadas das vezes que ele nos levava pro treino e jogos. Tempo bom.

 

5-  Você tem passagens por diversos clubes do Brasil, como: Bangu, Confiança, Joinville, Mogi Mirim etc. E trabalhou duro em todos os times em que defendeu, Porém, vamos falar de um no qual você ficará lembrado, por fazer parte da conquista de ter levantado a taça de campeão Pernambucano após 14 anos de jejum: O Náutico. A torcida alvirrubra sente uma enorme gratidão por cada atleta que ajudou nessa conquista, e você está entre um deles; no dia da decisão, após o apito final como você poderia descrever como foi a sentimento/sensação?

R- Cara eu fico arrepiado só de lembrar, eu tinha sido campeão em Portugal e em 2014 pelo Joinville, mas esse realmente foi diferente. O Náutico é um gigante pernambucano e não era pra estar tanto tempo assim sem título, querendo ou não, caiu para nós a responsabilidade dessa longa espera. O pior, o Náutico vinha de um rebaixamento e ainda tinha esse jejum enorme, a pressão que vivemos ali dentro foi algo de louco. Estávamos carregando um fardo enorme e era o que tinha. Mas tem uma passagem que diz, Deus capacita os escolhidos, então, foi isso. Trabalhamos muito duro e formamos uma verdadeira família, colocamos o grupo e o Náutico na frente de tudo, esquecemos o individual e focamos sempre no coletivo, e quando isso acontece é difícil o resultado não ser outro que não as conquistas.

Foto: Instagram do atleta

 

6- Bom, agora você irá jogar no clube Líbano, o Al-Akhaa Al-Ahli Aley FC. Encarou sua ida ao mundo árabe como um desafio pessoal?

R- Foi muito difícil essa decisão, hoje meu empresário até ri, pois quando ele me ligou falando da proposta ele já começou falando que estava me passando por desencargo de consciência, pois achou que eu não fosse aceitar. Realmente de início não era nada maravilhoso assim, mas como toda proposta existe negociação conseguimos chegar em algo razoável, e eu decidi junto da minha esposa que esse pudesse ser um desafio que no final irá valer a pena, e eu sou movido a isso, desafios. E hoje estando aqui e já treinando, vejo que tomei a decisão correta. Estamos formando um bom time, e acredito que possamos surpreender esse ano.

 

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