O Náutico e uma crise que vai além do futebol profissional

Uma notícia deixou todos perplexos esta semana, o Náutico foi eliminado da Copa do Brasil sub-17 por falta de jogadores inscritos. O clube tinha apenas oito (8) atletas inscritos e um estava lesionado. O cenário demostra que temos um casamento de longas datas : o Náutico e uma crise que vai além do futebol profissional.

Lembrando à todos que já tivemos um incidente parecido em abril deste ano. O timbu foi eliminado da Copa do Brasil sub-20, pela escalação de um atleta de forma irregular. Porém, agora a situação foi muito pior, nem um time o Timbu tinha regularizado para uma das competições mais importantes do ano, para a categoria. E o caso repercutiu em todo o território nacional. Consequentemente, uma resposta teria que ser dada e o Clube emitiu uma Nota Oficial e demitiu o coordenador da base Mauro Branco.

Contudo, a tal Nota Oficial só escancarou a desorganização do Clube. Além disso, o agora ex-coordenador, deu sua resposta: “Estou tranquilo e com a consciência tranquila. Estou no Náutico à sete anos, dos quais seis na coordenação do futebol profissional. Em fevereiro, fui para a base e encontrei várias dificuldades. Muitos atletas do sub-15 e sub-17 não tinham vínculo com o clube. A minha parte eu fiz. tenho vários arquivos solicitando a regularização destes atletas ao clube. Se o Clube não fez é ele que tem que responder. É impossível registrar 12 atletas em 48 horas.”

Depois ainda prosseguiu, quando perguntado se sua demissão estaria relacionada com o fato de ser remanescente da gestão anterior: ” Não sei se isso tem a ver. Não gosto de me envolver com o lado político. Só tenho á dizer que, quando ocorre um fato desse, é preciso dar uma resposta para a torcida. E a corda sempre estoura do lado mais fraco.”, encerrou.

Além de tudo, à pouco anos o Náutico perdeu o título de clube formador, ou seja, perde direitos em negociações futuras de crias da base. O clube perde dinheiro e ninguém tomou providências sobre isso. Esse é o caos interno que vive o Clube Náutico Capibaribe. E gestão após gestão, ninguém toma a frente e busca soluções. A torcida não sabe mais o que fazer: apoia, vai aos jogos, faz ações para contribuir e os verdadeiros responsáveis pelo clube não fazem por onde. E todo esse descaso pode culminar com o rebaixamento do clube à série C do Campeonato Brasileiro.

A torcida, os jogadores e a comissão técnica estão lutando para evitar esse rebaixamento. Porém, os senhores que deveriam contribuir para a melhoria do Clube, apenas desagregam e não contribuem para que todos estejam focados apenas no ressurgimento do clube na série B. O pedido de união não foi concretizado. E a renúncia do Sr. Ivan Brondi, além das mudanças na diretoria de futebol apenas atrapalharam o início da reação Timbu. A torcida alvirrubra só quer responsabilidade e competência no gerenciamento de um clube centenário e de tradição no futebol nacional. Além do fim deste casamento entre o Náutico e uma crise que vai além do futebol profissional.