38/38, acabou. Subimos.

A série B acabou, junto com ela também acabou os 10 piores -sofridos- anos da história do Paraná Clube. Subimos. O último jogo não foi da forma que queríamos que fosse, mas ontem nada mais importava. Foi um jogo repleto de emoção, desde o ponta pé inicial, que foi dado pela mulher e pelas filhas do atleta Jonas Pessalli que faleceu no meio do ano, após um acidente de carro, até o final do jogo, quando o goleiro Marcos foi ovacionado por torcida e jogadores.

O jogo… 

Vamos direto ao assunto. O placar terminou igual (1×1), o gol do Boa saiu aos 33′ do segundo tempo. O gol do tricolor só saiu aos 45′ do segundo tempo, quando a torcida empurrou o time a buscar o gol de empate, que saiu após o Robson receber o passe no meio da área e apenas empurrar para o fundo da rede.

A despedida… 

Sebastião Marcos Barbosa Oliveira, nascido em Siqueira Campos, no dia 26 de junho de 19769, é o jogador com mais jogos pelo Paraná, foram 364 jogos honrando a camisa. Sua história começou na base do pinheiros com 12 anos, lá em 1989; Com 20 anos estreou no profissional (e que moral, hein?), estreou quando nada mais nada menos que RÉGIS se machucou e precisou ser substituído; Passou 10 anos na Europa (2002-2013), quando em 2013 voltou ao clube, voltou no ano que até então era considerado o “melhor ano depois de 2007”; E até hoje está no clube, ou melhor, estava. Chegou a hora de partir, de encerrar a carreira, mas com a missão comprida.

O fato de que ele é paranista não da pra duvidar e nem se quer pensar um pouco mais sobre o assunto. Ele é mais que paranista, é ídolo. Podemos dizer que para a geração 2000 ele é único ídolo dentro do clube. Você pode estar se perguntando, a geração 2000 tem 17 anos e mesmo assim ele é o único clube? Sim, essa geração nasceu nos anos em que o Paraná Clube já não ganhava mais estadual todo ano, não era o time mais rico da cidade e já não metia mais goleadas em gigantes do Brasil. Essa geração nasceu numa época em que ser paranista é um pouco -difícil- podemos dizer.

Marcos encerra sua carreira no melhor momento do Paraná Clube desde 2007, encerra com o gosto de dever e missão cumprida. Sua despedida dos gramados foi no mesmo dia e jogo que o tricolor se despedia da série B. Os anos irão se passam mas a história não se apaga. Obrigada Marcão, obrigada por defender tão bem as nossas cores, tanto dentro como fora de campo, obrigada por honrar o manto, obrigada por passar o paranismo a diante, obrigada por uma vida dedicada ao Paraná Clube.

A despedida parte 2… 

Foram 10 anos, 428 jogos, 161 vitorias, 141 derrotas e 120 empates. Cada vitória foi comemorada ate não poder mais, cada derrota foi sofrida da forma que era pra sofrer, óbvio que umas mais que as outras, cada empate doeu ate a hora que vimos que poderíamos ter perdido. Cada jogo uma emoção diferente, cada jogo a sensação de que o pesadelo estava prestes a acabar, ou prestes a outra parte do pesadelo estar só começando.

É, sentimos na pele o que é carregar um time nas costas, sentimos na pele a dor mais forte que um apaixonado por futebol pode sentir, a dor de ouvir que seu time pode simplesmente acabar. Muitos podem achar que isso foi ruim, ok, até certo ponto foi, não tinha como não ser, mas isso nos fortaleceu mais ainda, depois de enfrentar esses 10 anos a gente percebeu que podemos encarar e o principal, vencer todos os obstáculos que aparecerem na nossa frente.

Esses 10 anos nos mostraram que dá sim para aprender nos erros, que dá sim para extrair coisas boas das dificuldades, e o principal, mostrou que unidos venceremos tudo que nos for proposto. Demorou, doeu, feriu nosso orgulho muitas vezes, iludiu, machucou, mas no final tudo valeu a pena, dizer que subimos compensou tudo. Foram 10 longos, doloridos, tristes anos que não serão jamais excluídos da história do Paraná Clube, mas servirão de aprendizado, no futuro, quando as coisas estiverem difíceis, vamos olhar para eles e usar de combustível para continuar lutando em prol de um único ideal, o Paraná Clube.