Arsenal deve extrair aspectos positivos da derrota no clássico

Em qualquer esporte, perder é algo ruim por definição. Mas, não só no esporte, em todas as instâncias do universo, da derrota se aproveita algo. O fracasso é também um benfeitor, na medida em que expõe os defeitos que culminaram na derrota. Na partida contra o Chelsea, pela segunda rodada da Premiere League, o Arsenal não se beneficiou apenas disto, pois foi uma rara derrota em que ficou claro também seus pontos mais fortes.

Foi pedagógico para Unai Emery os gols perdidos por Iwobi e Aubameyang. Já está escancarado o primeiro problema, finalização. Não falta talento para os jogadores, então treino e confiança podem reverter essa mazela em menos de duas rodadas. Outro desvio individual é o de Ozil, que está bem aquém do que é capaz e não demonstra nenhuma vontade de transgredir essa condição.

Além disso, os dois primeiros gols vieram de falhas táticas da defesa. Monreal e Bellerín subindo para dar botes no meio de campo e deixando buracos para ligações diretas, que foram bastante exploradas.

Quanto às vantagens, a que mais chama atenção é Guendouzi: 94% dos passes foram certos e  8 roubadas de bola. Peça fundamental que se movimenta bem em qualquer parte do campo. Em um aspecto coletivo, chama a atenão também as infiltrações pelos lados para colocar a bola dentro da área, de onde saíram dois gols. Embora talvez seja mais uma falha defensiva do Chelsea do que um forte do Arsenal, é uma jogada que traduz aspectos positivos como velocidade e posicionamento.

As preocupações continuam. Emery ainda não estabeleceu uma filosofia de futebol concreta e os jogadores têm resistência involuntária à mudança. Ter chegado tão perto de ganhar um time favorito ao título é um bom sinal, e deixa a equipe mais confiante apesar da derrota. No próximo confronto contra o West Ham teremos mais uma demonstração do novo Arsenal e, claro, mais conclusões.