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É sobre você e por você, Rei

O torcedor atleticano vive, nas últimas semanas, um estado progressivo de emoção. A cada rodada, a cada jogo, a cada gol, o grito de “É CAMPEÃO!”, preso na garganta há 50 anos, fica mais próximo de ser ecoado aos quatro ventos. Mas enquanto, matematicamente, essa chegada não é sacramentada, o torcedor usufrui do caminho e suas sensações singulares. 

E se o assunto central daquilo que aqui escrevo é emoção, um ato presenciado por mais de 59 mil torcedores neste último domingo (28), no Mineirão, é o exemplo mais fiel do misto de sentimentos que coração alvinegro vem sentindo em 2021. Após marcar o segundo gol do Galo no duelo, que garantia a vitória diante do Fluminense, o atacante Hulk, como de costume, correu para comemorar com a massa mais uma belíssima balançada de rede na competição nacional. 

Mas o que se viu, passou longe de uma comemoração comum. O que presenciamos foi o protagonista da história reverenciando aquele que é A história. José Reinaldo de Lima por Givanildo Vieira de Sousa. Um punho cerrado simbolizando um passado forte e um presente vingador. Gerações sendo colocadas frente a frente e convertidas em um único ideal: a glória do maior clube do mundo. 

E a simbologia dessa homenagem vai muito além daquilo que podemos ver e até sentir. É de um respeito inimaginável por quem tem o seu nome na nossa história e é responsável por esse título tanto quanto quem está dentro das quatro linhas fazendo acontecer. É sobre a humildade de reconhecer quem caminhou para que pudéssemos correr hoje.

E assim como esse título é sobre Hulk, também é sobre você, Rei. É sobre você, por você e para você.

É por todos aqueles que, como você, foram impedidos por décadas de celebrar essa conquista. É por aqueles que por algum motivo já não estão mais entre nós para viver o momento mais esperado dessa longa história.

É por cada torcedor que nunca abandonou e que apoiou quando a perspectiva futura não era positiva, visto que, deixar esse amor de lado nunca foi e nunca será uma opção. É por quem acreditou e confiou que esse momento tardaria, mas chegaria.

É por você e por todos os seus súditos de coração e alma preta e branca, Rei. É por nós e é nosso!