Em meio ao descaso, Atlético-MG estreia no Brasileiro Feminino Sub-18

Em meio ao descaso, que se encontra em níveis absurdos no clube, o Atlético-MG fará sua estreia no Campeonato Brasileiro Feminino, da categoria Sub-18. Atletas foram reunidas, de última hora, devido à obrigatoriedade imposta pela CBF.

O clube mineiro apresentou o elenco que disputará o torneio apenas 48 horas antes do início da competição. Inicialmente, o clube não tinha pretensões de disputar o campeonato, mas ao saber da obrigatoriedade, uma equipe foi montada às pressas. Devido ao numero insuficiente de atletas, o Atlético cedeu a camisa para a equipe do Tupinambás e ”recrutou” algumas atletas da equipe profissional, como a goleira Nanda, a camisa 10 Pissaia e a zagueira Lorranny.

De acordo com a matéria publicada pela jornalista Natália Andrade, no portal Deus me Dibre, ”a assessoria não soube informar há quanto tempo as atletas treinam juntas, como se deu a montagem do elenco e se a base será mantida”. As informações repassadas afirmam apenas que os treinos da categoria de base (feminina) foram remotos devido à pandemia e a contaminação entre as atletas. Entretanto, não foram informadas quantas e quais jogadoras contraíram a Covid-19. Apenas a lista das atletas relacionadas para a competição foi divulgada.

O descaso se tornou ainda maior após a informação, vinda da assessoria do clube, de que a CBF arcou apenas com os custos da competição (viagem, hospedagem e testes de Covid-19).  As atletas, que sequer pisaram nas dependências da equipe da capital durante o período de treinos, tiveram que arcar com todo o custo do preparatório da competição, juntamente com a comissão técnica.

A realidade do Atlético-MG, campeão brasileiro sub-20 masculino, clube auxiliado por investidores na equipe principal, é forte candidato no campeonato de descaso em meio ao futebol feminino. Enquanto, por um lado, milhões são gastos em jovens jogadores para a equipe masculina, meninas que atuam na categoria sub-18 estão pagando para vestir a camisa alvinegra em um campeonato nacional. O ”time do povo” desrespeita suas funcionárias, seus torcedores e todos aqueles que acreditam no futebol feminino.