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Jovem e experiente. Este é Rodrigo Santana, o treinador do Atlético/MG, nosso entrevistado no MF

Para muitos, mais um jovem e possível promissor treinador de futebol. Para quem o conhece, a certeza que mesmo com pouca idade, já é hora de aparecer e fazer sua trajetória nos grandes clubes da Série A do Brasil. O nosso entrevistado de hoje é Rodrigo Santana, treinador do Sub-20 do Atlético/MG e agora, aos 36 anos apenas, é treinador do time principal do Galo Mineiro

 

MF – Rodrigo, mesmo com pouca idade, você já tem passagens em vários clubes, de 2010 pra cá. Em quê momento você teve a certeza da sua escolha como treinador?

R: Eu tive a certeza em dois momentos no começo da minha carreira, primeiro no próprio Camboriú, quando estávamos muito próximos do rebaixamento e eu assumi a equipe, e conseguimos a sequência de vitórias que precisávamos e depois em 2011 pelo Pinheiros quando conseguimos conquistar de maneira invicta o campeonato catarinense sub-20.

 

MF – Quando você assumiu o Juventus/SP na Série A3, como foi a trajetória que culminou no acesso à Série A2? Este pode ser considerado seu primeiro grande trabalho?

R: O Juventus vinha de uma temporada 2014 muito ruim, sendo quase rebaixado no campeonato Paulista, cheguei com a missão de reerguer o clube e com muito trabalho e pés no chão conseguimos, nós começamos aquele campeonato um pouco desacreditado, e aos poucos fomos conquistando a confiança da torcida, foi um campeonato muito especial, por que depois de muito tempo a Javari voltou a ficar lotada e fizemos uma campanha incrível em um campeonato muito difícil. O Juventus voltou também a ter repercussão nacional, com saldo positivo para todos (clube, torcedores e patrocinadores). Acredito que tenha sido o primeiro trabalho com um pouco mais de repercussão.

 
O acesso com o Juventus foi seu primeiro grande trabalho. (Foto: Acervo pessoal).
 

MF – Depois do Juventus/SP, veio o Uberaba, onde quase garantiu outro acesso. Em 2017, por intermédio de um investidor, você chegou a URT onde em duas temporadas, conseguiu o título de Campeão do Interior em 2017. Como foi esse momento para você?

R: Foi muito bom também, cheguei no Uberaba perto do fim do campeonato (faltando 6 rodadas e um dia antes do primeiro jogo meu) estávamos em último no hexagonal final, conseguimos as vitórias de onde não esperavam, e infelizmente não conseguimos o acesso por um empata, o trabalho na URT foi muito especial e tenho ainda muitos amigos lá, a projeção que o clube me deu e o trabalho que conseguimos realizar nos dois anos lá foram muito importantes para minha carreira.

 

MF – Em 2018, após o Campeonato Mineiro, veio o convite para ser coordenador técnico das categorias de base do Atlético/MG. Como foi esta ‘mudança’ para você?

R: Foi uma mudança muito importante para minha vida, apesar de vários anos como treinador de equipes profissionais, eu precisava vivenciar um clube grande, conhecer o dia a dia, seus processos, até mesmo a pressão, quando você trabalha em um clube como o Atlético Mineiro você muda de patamar e isso foi fundamental na minha decisão de ir para o Atlético.

 

MF – Mesmo sendo um treinador jovem, já pode-se dizer que você também é um “formador de treinadores”, já que dois auxiliares seu, o Neto Pajolla e o Flávio Garcia, agora também são treinadores de futebol. Como você vê isto, principalmente para a renovação do mercado de treinadores brasileiros?

R: Acho gratificante conseguir passar algo e dar a motivação para eles seguirem na carreira, meu começo foi assim também, aprendi muito com Nenê Belarmino e espero que tenha ajudado os dois nesse início de carreira. Em qualquer área a renovação é importante, acredito que toda essa nova safra tenha que buscar e conquistar seu espaço ganhando experiência e transmitindo para frente, sempre é claro respeitando o pessoal que já desbravou essa estrada e chegou em grandes equipes.

 
Em 2017, a frente da URT, Rodrigo Santana conquistou o título mineiro do interior. (Foto: Divulgação).
 

MF – Sob o comando das categorias de base do Atlético/MG, este ano na Copa São Paulo, vocês chegaram às oitavas -de-final. No seu atual elenco, tem algum jogador que você acredita que pode render bons frutos num futuro próximo?

R: O Atlético Mineiro é uma grande equipe e ter uma oportunidade de comandar uma das maiores equipes do Brasil sendo tão jovem é muito especial para mim, como eu sempre digo ainda tenho muito o que aprender e essa oportunidade está sendo muito boa para mim.

 

MF – Com a demissão do Levir Culpi, você foi colocado como interino do time principal e agora é o técnico, em um momento delicado do Clube. Como você vê o atual momento e esta oportunidade, mesmo ainda estando como interino?

R: Acredito que com trabalho e dedicação todos os dias a gente pode chegar longe, o grupo é muito bom e conta com grandes jogadores, acredito que a melhora seja gradual e natural e não tem receita mágica, é muito trabalho e dedicação.

 

MF – Em poucos jogos ao comando do Atlético/MG, você mesmo sem ter tempo para trabalhar e mudar o time, já demonstrou boa mudança dos jogadores em campo. Para o início do Campeonato Brasileiro, como você pensa em mudar a atual situação do time?

R: Falar de contratação é uma questão da diretoria, eu cheguei no elenco principal para ajudar o Atlético, a diretoria tem me dado respaldo para tocar os treinamentos, escalação e jogos da maneira que eu achar melhor, e esse respaldo é muito importante para a sequência do trabalho.

 

MF – Sobre o atual elenco do Atlético/MG, você já fez suas avaliações para possíveis dispensas e contratações para o Brasileirão ou apenas padrão de jogo novo e treinamentos serão suficientes para mudar a atuação situação?

R: Um clube como o Atlético sempre tem que buscar as melhores colocações e os títulos, em qualquer campeonato que dispute, é isso que esse grupo sempre busca, retribuir todo o carinho da torcida com vitórias e títulos.

 

MF – No Brasil, a vida de treinadores de futebol não é fácil. Se o profissional não emplaca de imediato, logo é substituído, independente de ter culpa no resultado, ou não. Como você vê este tipo de comportamento e o que pensa a respeito?

R: Acho que o Brasil tem evoluído nessa questão, especialmente nas grandes equipes, o trabalho dos treinadores tem sido levado em conta, claro que ainda precisamos evoluir mais, mas acho que temos melhorado muito nesse aspecto. Claro que aqui ainda é muito forte a cultura do resultado e o futebol se baseia muito nisso, mas com a profissionalização das diretorias isso tem evoluído.

 

MF – Este ano, o Brasil disputará a Copa América, competição que não vence desde 2007 e o último título que a Seleção ganhou foi a Copa das Confederações de 2013. Como você vê o atual momento da Seleção Brasileira? Acha que podemos sair campeões da competição?

R: O trabalho do Tite é muito bom a frente das seleções, ele é com certeza um dos melhores treinadores do país atualmente, acredito muito em seu trabalho e da comissão técnica do Brasil. O Brasil sempre é favorito nas competições que disputa, isso aumenta ainda mais jogando em casa diante da torcida, é perfeitamente possível que o Brasil se saia campeão dessa Copa América.

 

MF – Rodrigo, primeiramente quero agradecer a oportunidade poder conhecer um pouco mais da sua carreira e seus projetos. Deixe para nossos leitores uma mensagem.

R: Eu que agradeço a oportunidade de falar com você. Deixo aqui um grande abraço para os leitores e sempre que precisar estamos a disposição! Grande abraço.