“La Gloria Eterna”: há 7 anos o Atlético escrevia seu nome na história da Libertadores

“Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa preta e branca, um milagre se opera?” (DRUMMOND, Roberto)

Imagem: Bruno Cantini/Atlético

O lema “Forte e Vingador” do Atlético, junto a fé de sua torcida foi colocada à prova em diversos momentos da Copa Libertadores de 2013. Seja quando Riascos parou no pé esquerdo de Victor, nas semifinais ou seja quando Ferreyra escorregou no gramado do Mineirão e por pouco não balançou as redes, mudando completamente o rumo da história que ali estava sendo contada. Em outras palavras, uma sequência de fatos importantíssimos que, hoje, podem revelar como aquela conquista estava predestinada a ser de Cuca e seus comandados. O Atlético desafiou impossível e contrariou a todos que duvidaram que aquele título ficaria em Belo Horizonte.  

A grande final, há exatos sete anos atrás, marcava o fim de um ciclo e de uma campanha de altos e baixos e de viradas praticamente impossíveis. Viradas como a que o alvinegro precisava protagonizar naquela noite, em um Mineirão lotado, frente ao Olímpia, se quisesse se tornar o dono da América. E protagonizou! Uma partida inesquecível antecedeu o grito de “É campeão!” que a Massa alvinegra sonhava há bastante tempo.

Os primeiros 45 minutos de jogo daquela noite de 24 de julho passaram batido e nenhuma rede foi balançada. Mais de 56 mil torcedores no Mineirão guardavam o grito de gol na garganta, à espera de uma oportunidade para fazer ecoa-lo pela América. E o tempo, um dos principais inimigos do alvinegro naquela noite, corria no placar do Gigante da Pampulha e a “Glória Eterna” parecia ficar cada vez mais distante.

Entretanto, o início da etapa complementar reservava para o torcedor atleticano, a primeira das muitas comemorações que ele viveria dali em diante. Jô sacudiu o Mineirão no primeiro minuto do segundo tempo para renovar as esperanças e a fé de cada torcedor presente. O “eu acredito”, entoado pela torcida, ecoava cada vez mais alto e a Massa se tornou o 12° jogador dentro do gramado. Mas os minutos de sofrimento perduraram. O destino não havia reservado facilidade para aquela noite. Apenas aos 41 minutos, Leonardo Silva empatou de cabeça e colocou o alvinegro mais que nunca na disputa. O peso da camisa do tricampeão da América, Olímpia, parecia ter sido anulado pela obsessão alvinegra.

E os 90 minutos chegaram ao fim; logo após, os 30 de prorrogação também. Após 120 minutos de bola rolando, um empate no placar agregado indicava que as emoções reservadas para a noite nem haviam começado. O cansaço sobre cada jogador do Atlético era nítido, entretanto, a força que faltava em cada um deles vinha da arquibancada. Vinha de mais de 50 mil corações alvinegros, de uma obstinação de uma multidão apaixonada.

Logo, o título foi decidido nos pênaltis. A apreensão que tomava conta do mar alvinegro nas arquibancadas do Mineirão, começou a se dispersar quando o pé esquerdo de Victor evitou o gol de Miranda. Logo após, Ferreyra, Candia, e Aranda marcaram, enquanto pelo lado alvinegro, Alecsandro, Guilherme, Jô e Léo Silva converteram. E foi na vez de Gímenez ficar frente a frente com Victor que o sonho se tornou realidade. O jogador do Olímpia acertou a trave na última cobrança e por 4 a 3, o Atlético se consagrava o Campeão da Libertadores de 2013.

O jogo que começou no dia 24 e terminou no dia 25 marcou a conquista da “Glória Eterna” e mostrou não só a América, mas ao mundo que, novamente, nas palavras de Roberto Drummond de Andrade, “Quando o lado heroico do Atlético prevalece, ele sai de campo glorificado”.

Imagem: Bruno Cantini/Atlético