FURACÃO RETRÔ [Alfredo Gottardi “Caju”]

Iremos dar início ao quadro TÚNEL DO FURACÃO, onde toda semana iremos escrever sobre algum ídolo do Atlético-PR.

E vamos começar com o maior goleiro da história do Rubro-Negro paranaense, o primeiro goleiro atleticano a defender a Seleção Brasileira de Futebol.

Alfredo Gottardi, carinhosamente conhecido como Caju, considerado o maior ídolo dos anos 80 no Atlético. Caju chegou ao Rubro-Negro com 18 anos de idade, começou a jogar bola num campinho da Praça Rui Barbosa no centro de Curitiba. Embora com a estatura baixa para um goleiro (1,75m de altura), o goleiro atravessou um campeonato inteiro deixando passar apenas cinco gols, numa época em que o futebol era essencialmente ofensivo. Caju estreou no Atlético no dia 23 de julho de 1933, em um amistoso contra o Paranaguá, cujo placar foi 2 a 2. Uma semana depois, ele jogou seu primeiro Atletiba (derrota por 2 a 1).

Nos seus 27 anos, Caju foi o primeiro jogador do Atlético a ser convocado para a Seleção Brasileira. Ele foi chamado para disputar o Sul-Americano de 1942, em Montevidéu. o Brasil ficou em terceiro lugar, perdendo para argentinos e paraguaios. Porém, Caju guardou agradáveis recordações daquele torneio. Uma das muitas lembranças dele foi o cumprimento que recebeu do goleiro argentino Vaca, que atravessou todo o campo para felicitá-lo após uma defesa excepcional. O Sul-Americano serviu ainda para que ele ganhasse um título e tanto: foi eleito o melhor goleiro da América do Sul.

“No tempo em que os jogadores por seus clubes, eram fieis…”

Esse pequeno trecho acima, de uma música escrita por Alexandre Pires, descreve a trajetória de Alfredo Gottardi no futebol. Afinal, Caju nunca vestiu a camisa de outro clube a não ser do Atlético-PR. E não foi por falta de oportunidade, pois recebeu propostas de clubes como Vasco, Botafogo, Flamengo e Peñarol do Uruguai. Jogadores que conviveram com ele contam que o rubro-negro carioca passou-lhe inúmeros telegramas e em cada um deles, aumentava ainda mais o valor das propostas. O Vasco fez ao goleiro uma proposta que muitos consideraram algo irresistível: Cr$ 200,00 de luvas e ordenado de Cr$0,80. Na época, era muito dinheiro, de virar a cabeça de qualquer jogador. Mas não a de Caju! 

Em 1945, Caju voltou a ser convocado para Seleção Brasileira, no entanto, acabou desligado, por motivos que até os dias de hoje, nunca foram explicados.

Quem viu Caju jogar é unânime: Caju era mesmo sensacional, fora de série, espetacular. Os companheiros tinham total confiança no goleiro. Sabiam que se ele não defendesse uma bola, goleiro nenhum poderia tê-lo feito. Tinha uma colocação impressionante. Era tão bom que fazia parecer que a bola o procurava, tamanha sua certeza da direção do chute. Além disso, tinha uma ótima saída do gol, interceptando vários cruzamentos. Jogava de modo simples, passando segurança e tranquilidade a equipe. Caju fechou o gol nos pequenos estádios de arquibancadas de madeira, até encerrar sua carreira em 1950, num jogo contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, cujo placar lhe fez inteira justiça: 0 a 0.

Títulos de Caju:

6 vezes Campeão Paranaense pelo Atlético como jogador. (1934, 1935, 1940, 1943, 1945 e o ano que o Atlético passou a ser conhecido com FURACÃO, 1949).

Ao encerrar a carreira como atleta, Alfredo Gottardi, fez parte da comissão técnica do clube, sagrando-se Campeão Paranaense em 1958.

O triste adeus…

Caju faleceu no dia 24 de abril de 2001, aos 85 anos. Na época, o então presidente Marcus Coelho, afirmou que a perda do maior ídolo da história atleticana foi profundamente lamentável. “Ele foi exemplo de atleta e dedicou a sua vida inteira ao Atlético. Com sua morte, Caju deixa um exemplo de amor, paixão e fidelidade ao time”.

A Homenagem: CT DO CAJU

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O Atlético-PR possui o melhor e mais moderno Centro de Treinamento da América Latina, que como maior prova de carinho e reconhecimento ganhou o nome de CENTRO ADMINISTRATIVO E DE TREINAMENTO ALFREDO GOTTARDI – ou simplesmente, CT DO CAJU.

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CAT do Caju – Foto pessoal

 

ATLÉTICO, conhecemos teu valor!