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De golaços à polêmicas, o que foi o 2020 do maior clássico de Santa Catarina

Avaí e Figueirense acirraram ainda mais sua rivalidade com um 2020 cheio de polêmicas

Figueirense e Avaí completaram em 2020 mais um ano da maior rivalidade de Santa Catarina, e nesse ano ocorreram três novos jogos para apimentar ainda mais a história quase centenária deste clássico. Neste ano, os três confrontos foram cercados de polêmicas, seja dentro ou fora das quatro linhas.

As equipes entraram em 2020 com expectativas bem diferentes. O Avaí em 2019 foi muito criticado por não ter investido para a disputa da Série A, e com isso foi rebaixado de forma vergonhosa, então abriu os cofres pra temporada atual, realizando grandes contratações como Valdívia, Bruno Silva e inclusive um técnico português, Augusto Inácio. Já o Figueirense havia permanecido de forma heroica na Série B após grandes dificuldades financeiras. Sem recursos, o clube apostou muito em empréstimos e jogadores da base, e após não conseguir manter o técnico Pintado, decidiu efetivar o interino Márcio Coelho.

Figueirense 0x2 Avaí

O primeiro clássico do ano, único com torcida e do estadual foi em fevereiro pela quarta rodada do Campeonato Catarinense de 2020. As duas equipes vinham de momentos distintos, o mandante Figueirense vinha de sete pontos conquistados dos nove que disputou (empatou em 0 a 0 com o Juventus em casa, venceu o Atlético Tubarão fora por 2 a 0 e venceu o Joinville de virada em casa por 2 a 1), o que criou esperanças para o torcedor que pouco conhecia o elenco e não sabia o que esperar. Já o estrelado Avaí vinha mais instável, havia perdido a Recopa Catarinense para o Brusque na Ressacada por 2 a 0 e conquistou apenas quatro dos primeiros nove do estadual (empatou fora com a Chapecoense por 0 a 0, venceu em casa o Marcílio Dias por 3 a 1 e perdeu mais uma vez em casa para o Brusque por 1 a 0), o que gerou dúvidas na torcida do Leão.

Em campo, a experiência do Leão superou a juventude Alvinegra. Com um golaço de Pedro Castro no primeiro tempo e um de Jonathan no segundo, o Avaí venceu o Figueirense por 2 a 0 com melhor futebol apresentado nas quatro linhas. Infelizmente o destaque nesse jogo não foi o futebol. Após Bruno Silva, um dos destaques do jogo, ser substituído, espectadores da partida pelo lado do Figueirense invadiram o campo para agredir o atleta Azurra, daí em diante o jogo ficou 20 minutos parado devido ao caos que se viveu no estádio Orlando Scarpelli, Após a paralisação, o jogo ainda retornou, mas sem grandes lances.

Comemoração de Pedro Castro após abrir o placar. Foto: André Palma Ribeiro/AFC

Avaí 1×0 Figueirense

Na Série B, as equipes já tinham passado por muitas mudanças, ambas decepcionaram ao cair nas oitavas do estadual, realizaram muitas contratações para a competição e mudaram seus técnicos (o Avaí teve Rodrigo Santana, que comandou o time após a queda na primeira fase da Copa do Brasil para a Ferroviária perdendo de 2 a 0, e para a Série B contrataram Geninho, já o Figueirense contratou Elano após cair na terceira fase da Copa do Brasil perdendo de 3 a 0 para o Fluminense). Na tabela, aparecia equilíbrio entre as equipes, o Avaí havia realizado 11 jogos e conquistado 13 pontos, enquanto o Figueirense realizou 10 jogos (na época estava com o jogo contra o Sampaio Corrêa atrasado) e conquistou 10 pontos.

Com novos estilos de jogo e formatações táticas, ocorreu o segundo clássico do ano e o único da Ressacada no final de setembro. Em campo o jogo foi muito truncado e sem grandes chances de gol. Na segunda etapa, os mandantes cresceram e chegaram muito mais no gol, até que no final do jogo ocorreu a polêmica do jogo. Aos 38 minutos da etapa complementar, Sanchez e Pedro Castro dividiram a bola no ataque do Figueirense, e no contra-ataque o Leão fez gol, entretanto os Alvinegros reclamaram muito da dividida da origem do lance, onde o volante Azurra deixou a sola na altura do joelho do lateral Alvinegro, até por conta das reclamações o zagueiro Alemão foi expulso.

Comemoração de Gastón Rodriguez ao fazer o gol. Foto: André Palma Ribeiro/AFC

Figueirense 2×0 Avaí

Já na reta final da Série B, que devido à Covid-19 foi estendida até janeiro de 2021, ocorreu o último clássico de 2020, a novidade de um clássico natalino no dia 26 de dezembro. Pela terceira vez, os cenários eram diferentes, o Figueirense vinha na zona de rebaixamento, e após trocar Elano por Jorginho, a equipe estava se reerguendo com um aproveitamento de 48% com o novo comandante. Já o Avaí brigava na parte de cima na tabela, e também com novo técnico, Claudinei Oliveira, vinha com sete pontos conquistados nos últimos três jogos disputados.

Mais uma vez mudados, Figueirense e Avaí estavam atrás de dar um presente de Natal para suas torcidas, e Jorginho foi mais feliz com suas intenções. Entretanto como foi o padrão do ano ocorreu uma grande polêmica na partida, o gol que abriu o placar aos 17 minutos de jogo saiu da cobrança de um escanteio, e no alto a bola bate no braço de Diego Gonçalves e sobra para Guilherme Thiago empurrar para as redes. No decorrer do jogo, o Avaí teve a posse de bola mas não grandes oportunidades. Até que no fim do primeiro tempo em contra-ataque o Figueirense ampliou. Na etapa complementar, o Leão não chegou ao gol e o Furacão saiu pela única vez no ano comemorando algo no clássico de Florianópolis.

Momento do segundo gol do Figueirense, após a finalização de Diego Gonçalves. Foto: Patrick Floriani/FFC

Esses três novos episódios contribuíram para a história da maior rivalidade de Santa Catarina. Veremos qual serão os novos capítulos desta história em 2021. Ano este, o qual será muito importante principalmente para o Figueirense que completará 100 anos de fundação, o Avaí 98 anos de fundação, e a rivalidade 97 anos.

Imagem em destaque: Patrick Floriani/FFC