Barcelona

Da tragédia à reconstrução: o caminho do Barcelona para voltar a ser “Més que un club”

Já não é mais possível enxergar a magia do Camp Nou que encantou o mundo. Os dias de glória se transformaram em uma grande escuridão que assombra a Catalunha. Semanas decisivas de Champions League era uma época de festa em Barcelona. Hoje o silêncio reina ao lado de um grito de misericórdia por uma reconstrução. A vergonha do 8 a 2 sofrido para o Bayern de Munique foi uma tragédia anunciada por anos!

O Barcelona não perdeu só seu futebol, mas também sua identidade. Após diversos vexames em Champions League, o clube chega ao fim derradeiro de um ciclo que perdurou por anos. O “Cruyffismo” foi enterrado, a essência da entidade foi deixada de lado e a moral que restava foi dizimada por oito gols que retratam o atual momento.

Foco na categoria da base, procura incessante por uma filosofia de jogo, treinadores que se encaixam com o DNA do clube… Todos esses itens que antes eram cruciais foram se perdendo ao longo do mandato de Josep Maria Bartomeu, o verdadeiro vilão pela morte do FC Barcelona.

O clube se transformou em um grande gastador de dinheiro e tentou se tornar uma versão “galácticos da Catalunha”. Porém, além de gastar muito, gastou errado. Contratações fora de contextos com o esquema tático fizeram o clube navegar em dívidas e não obter resultados dentro de campo.

Antoine Griezmann chegou por 120 milhões, mas ele não rende de ponta esquerda e tampouco terá o time adaptado para atuar onde funciona bem, que é de segundo atacante. Philippe Coutinho, contratado por cerca 130 milhões de euros, não se encontrou. Ousmane Dembélé, que custou 130 milhões (mais algumas variáveis), apenas se machucou e se envolveu com alguns problemas extra-campo.

E o destino fez questão de punir o Barcelona da pior maneira possível: Coutinho, um dos responsáveis pelo rombo nos cofres, foi emprestado ao Bayern de Munique, fez os dois gols finais do fatídico 8 a 2 e sacramentou de vez a maior vergonha da história do clube da Catalunha. O mundo dá voltas…

Na escolha de treinadores, mais erros: Luis Enrique trouxe resultados, apesar dos questionamentos. Mas Ernesto Valverde representou um pragmatismo que vai na contramão da filosofia do clube, além de um resultadismo que esconde todos os problemas. Já Quique Setién tinha o tal do DNA, porém apresentou um futebol taticamente pobre, apático, lento e com a instabilidade psicológica do grupo em seu auge. Ele não é o total culpado, mas é óbvio para todos que o clube precisa de um nome forte, um líder nato, alguém que impõe respeito muito além das quatro linhas.

Fim da era Messi?

Para chegar ao fundo do poço literal, Lionel Messi teria que deixar o clube. Seu contrato de encerra na metade de 2021 e até o momento não houve renovação. Seu nome é ligado à Inter de Milão, cidade onde comprou um imóvel recentemente – além de outro imóvel de seu pai; Manchester City de Pep Guardiola também pode ser um destino plausível.

Segundo informações de Marcelo Bechler, do Esporte Interativo, fontes de dentro do clube afirmaram que Messi nunca esteve tão perto de deixar o Barcelona. Será o fim de um ciclo? O argentino é o rosto do Barça multicampeão, e sua saída representaria uma quebra de sintonia no clube.

Caso fique, Messi será o responsável pelo início de reconstrução, do renascimento da essência que foi perdida. Após conquistar o mundo da bola com a camisa 10 catalã, ele teria seu “The Last Dance” como parte final do seu histórico legado na Espanha.

O que esperar de Ronald Koeman?