László Kubala, o cosmopolita refugiado que se tornou um dos maiores ídolos no Barcelona
Entre 1950 e 1961, Kubala fez parte de uma equipe que colocou os culés em outro patamar, sendo 15 conquistas para a coleção do clube
Apesar de ter atuado na década de 1950 e 1960, o húngaro foi considerado o maior jogador da história barcelonista no século XX, devido a tamanha representatividade e talento. Antes da chegada de László, o FC Barcelona não tinha tanta expressividade que depois possuía após sua saída, vale ressaltar que até 1949, o clube detinha quatro Campeonatos Espanhóis, nove Copas do Rei, uma Copa Latina e uma Copa Eva Duarte (não estamos contando as conquistas na Catalunha).
Já em 1961, a agremiação possuía oito Campeonato Espanhóis, 14 Copas do Rei, duas Taça das Cidades com Feiras, duas Copas Latinas e três Copas Eva Duarte. Se formos levar em termos de porcentagem, um aumento de 48% nos títulos em um período de 11 anos. Kubala, como próprio se descrevia era cosmopolita, pois sua mãe tinha raízes poloneses, eslovenas e húngaras, o seu pai tinha traços eslovacos. O jovem começou a sua carreira no Ganz TE, time de uma fábrica que disputava a terceira divisão húngara.
Aos 18 anos assinou com o Ferencváros, atual 30 vezes campeão na Hungria. Todavia em 1946 para fugir do alistamento militar foi para a Eslováquia e assim jogou no Slovan Bratislava (oito vezes vencedor em seu país e também na República Tcheca). Entre idas e vindas, ainda atuou pelo Vasas SC, mas seu país estava em um período crítico na política e ele teve que se refugiar na Itália, onde atuou pelo Pro Patria. Seu futebol chamou a atenção do Torino, mas sabendo da doença de seu filho não aceitou jogar contra o Benfica.
Ali foi selado a sua carreira, pois no retorno de Lisboa para Turim, o avião do Torino caiu nas colinas de Superga, vitimando 31 pessoas no acidente em 1949. Enquanto isso, a Federação Húngara conseguiu junto a FIFA que Kubala passasse um ano sem atuar, pois deixou o país sem permissão e além disso não prestou o serviço militar. Em 1950, ele atuou no time de refugiados da Europa Ocidental que se chamava Hungaria, nos amistosos em Madrid, se destacou e chamou a atenção de Barcelona e Real Madrid.