O atacante Daniel dos Anjos, do Benfica B concede entrevista ao MF

Daniel da Silva dos Anjos nascido no dia 21 de janeiro de 1996 na cidade de Boa Esperança-ES. Fostes revelado no Figueirense e possui passagens por Flamengo (base) e Atlético-GO. Atualmente está no Benfica B. Conhecido e reconhecido pela velocidade e finalização

 

1- Nasceu no dia 21 de janeiro de 1996 na cidade de Boa Esperança-ES. Foi revelado pelo Figueirense, sendo campeão estadual. Como é atuar em um clube onde logo foi campeão? Quais os principais ensinamentos na época da base?

R: A base é onde se aprende tudo. Passei quatro anos e nove meses no Figueirense e foram tempos de muito aprendizado, foi ali que eu tive toda a minha base para ter o prosseguimento na minha carreira. Ser campeão foi muito importante. Quando se conquista uma competição, é sinal que está fazendo o trabalho certo. Isso é muito importante ao longo da sua carreira porque dá uma certa experiência de sucesso e alimenta a ambição de continuar a colecionar títulos.

Foto: Sávio Soccer.

 

2- Seu primeiro destaque foi na categoria de 14-15 anos em um campeonato na cidade de Nova Venécia-ES, assim Sávio Bortolini se tornou seu empresário. Como é ter uma referência da sua posição como uma pessoa mais próxima a você? Ele é uma das suas referências de carreira? Descreva este campeonato em específico.

R: Eu estive um ano antes, 13-14, tive uma fratura no tornozelo e fiquei um ano parado. No ano seguinte fui chamado pelo treinador de Nova Venécia, chamado Régis. Foi aí que eu consegui jogar toda a temporada e nessa competição fui artilheiro, estive muito bem. Depois, o Régis tinha uma parceria com o Sávio e me indicou: “tem um garoto ali, muito bom” e o Sávio falou “vamos dar uma chance para ele”. Nunca tinha conhecido o Sávio pessoalmente e conheci a primeira vez em Florianópolis, foi muito estranho. Eu vinha do interior e de repente, conhecer alguém como Sávio, mas desde esse momento até hoje ele me passou muitos ensinamentos. Olhando para a carreira dele, é uma referência, jogou no Real Madrid, ganhou muitos títulos e ele sempre me passa conselhos. Me dando tranquilidade para ter seguimento e, mais importante que tudo, para ter a cabeça no lugar diante das coisas que podem vir no futuro.

 

3- No ano passado chegou ao Flamengo (sub-20). Como é a estrutura, a torcida e a pressão de se jogar em um grande clube mesmo na base? Por que não conseguistes uma maior sequência de atuações na equipe? Como fazes para “driblar” sua falta de experiência e conseguir o respeito dos atletas mais veteranos na hora do embate?

R: Não tive uma sequência porque quando cheguei lá tive uma lesão no joelho, no menisco, que me obrigou a ficar 60 dias parado. No segundo semestre já tive uma sequência boa de jogos, consegui jogar e fazer gols e isso foi muito importante. Terminei o ano bem, mas infelizmente não pude continuar na equipe principal. O time tinha jogadores mais experientes e mais rodados. Para conseguir o respeito dos mais velhos, para ter respeito, é preciso dar respeito. Além de estar trabalhando com jogadores mais velhos, é importante esforçar-se e trabalhar muito mais do que eles. Eles sempre vão olhar e reconhecer o trabalho e o respeito. Aí, eles nos ajudam também. Essa ajuda é importante. Então, acho que ganhei o respeito deles por causa disso: além de dar respeito, trabalhei muito mais do que outros, que sobem à categoria maior e chegam pensado que são craques. Eu não penso assim. Quando sobe, tem de trabalhar muito mais para conseguir um objetivo maior. Jogar no Flamengo, só de vestir a camisa já se sente a pressão. O que eu vivi ali foi muito importante para mim, foi um ano em que ganhei vários títulos e pude ser artilheiro com aquela camisa. Ali a torcida abraça os jogadores, dá todo o apoio e isso é muito importante no futebol, quando a torcida nos abraça, nos sentimos muito acolhidos e foi o que eu senti lá. Sou grato ao Flamengo por tudo o que fez por mim.

Foto: CR do Flamengo.

 

4- Sua primeira grande experiência profissional foi esse ano no Atlético Goianiense. Como foi chegar tão rapidamente ao alto escalão do futebol nacional?

R: A experiência foi importante, foi o meu primeiro ano de futebol profissional. Sabemos que é muito difícil essa transição, da base para o profissional. Pude ganhar essa experiência com grandes jogadores e isso me ajudou bastante. Hoje, tenho a cabeça mais tranquila por ter passado lá e pelos ensinamentos que me deram. Em relação à situação do Atlético é um clube que em 2016 foi campeão brasileiro da Série B mas, infelizmente, por alguns erros cometidos no começo do ano, não conseguiu se manter na Série A. Espero que nesse ano de 2018 volte a um lugar de onde eu acho que nunca deveria ter saído, pois tem uma estrutura muito boa e os profissionais que estão lá são excelentes também.

 

5- Chegou ao Benfica B, sendo sua primeira oportunidade em um clube fora do país. Como está sendo a sua adaptação ao novo clube? Quais são as suas expectativas para a temporada 2017/2018? Como é atuar em um time que é vitrine mundial em termos de vendas de atletas, isso vai ajudar no prosseguimento da sua carreira?

R: É a minha primeira vez na Europa, nunca tinha saído. O Benfica me abriu as portas e isso foi muito bom. A adaptação está sendo muito boa, todos aqui me ajudam bastante, fui muito bem acolhido e estou muito feliz aqui. Espero ter um grande seguimento, estou trabalhando firme para poder ter mais sequência de jogos e isso é normal para um jogador que chegou há pouco tempo. É um clube que utiliza muitos jogadores da Equipa B/Base e isso é muito importante.

 

6- Você é um dos poucos atletas que são atacantes finalizadores por natureza, sendo destaque nas categorias de base. Para você com o passar do tempo este posicionamento do “9” irá se findar? Em sua análise o atacante de área é necessário no esquema tático de uma equipe por qual motivo?

R: O camisa 9 é o jogador que faz gols. Para se vencer uma partida é importante jogar bem, claro, porém se precisa de gols. Acho que é essencial ter um camisa 9 que finaliza bem, que cabeceia bem, que segura bem a bola, com boa técnica. Por isso, espero que eu possa me tornar num grande jogador e um grande camisa 9. Eu acho que todos os clubes no mundo desejam ter um bom finalizador, que seja eficaz e aproveite as oportunidades que o time constrói.

 

7- Na hora de escolher um clube novo para defender, você pensa primeiramente no projeto mostrado pelo clube ou no salário que o time está oferecendo? Fale sobre a valorização dos salários no mercado brasileiro e europeu?