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Entrevista com o atacante Hyuri, ex-Atlético Mineiro, atual Ceará

Hyuri Henrique de Oliveira Costa, nasceu no Rio de Janeiro no dia 26 de setembro de 1991. Foi revelado pelo Audax/RJ e se destacou pelo Campeonato Carioca de 2013.

Obs: As perguntas foram formuladas na época a qual o atleta estava no Atlético Mineiro, uma entrevista exclusiva com o novo reforço do Ceará Sporting Club.

 

Começamos com um Ping Pong rápido para saber um pouco dos gostos pessoais do Hyuri além dos gramados:

Um esporte além do futebol?

  • Futevôlei

Música nacional ou internacional?

  • Internacional

Um local para viajar?

  • Lugar de praia, Caribe

Um momento marcante?

  • Botafogo x Corinthians, 05/09/2013

Maior orgulho?

  • Meu pai

Maior arrependimento?

  • Ter saído do Brasil em 2014 e/ou voltado da China em 2016

Um filme?

  • 007 Casino Royale

Uma música?

  • No caso um ritmo, funk carioca

Comida favorita?

  • Strogonoff de carne e churrasco

Doce ou salgado?

  • Doce

 

Agora vamos às perguntas:

1- Ser jogador de futebol é o sonho de muitos garotos, mas o caminho é árduo. Conte-nos um pouco da sua história, quando decidiu seguir carreira, do que teve que abrir mão para buscar o sucesso, dos desafios que superou. Você faria tudo igual ou mudaria algo?

– Com certeza faria, e quantas vezes necessárias, tudo, sem tirar e nem pôr, o caminho é muito mais difícil do que se imagina, existem muitos “contras” por isso abri mão de estar muito entre meus amigos no final de semana, muitas festas na juventude, e precisei cuidar do meu corpo desde cedo, em usar o descanso a meu favor. Uma entre algumas situações marcantes, foi após quando eu fazia experiência no Madureira-RJ, quando fui dispensado e achei que meu sonho de ser jogador terminaria ali, aos 16 anos, por nunca ter sido federado em nenhum clube até aquele ano, lembro que ao chegar em casa, chorei muito embaixo do chuveiro, mas não desisti ali e essas lágrimas viraram sorrisos com emoções, quando pisei no Maracanã pela primeira vez e fiz um gol inesquecível, com a camisa do Botafogo, anos depois.

 

2- O Audax Rio, principalmente na época de Sendas, era conhecido como um clube referência na formação de atletas. Como revelado por essa base, qual você considera como principal diferencial do clube de São João de Meriti que poderia ser levado para outros times de médio porte e qual aprendizado você leva de lá? Tem algum treinador ou profissional que marcou sua vida?

– Muito bem conhecido há alguns anos atrás, em dezembro de 2017, eu visitei o clube e fiquei um pouco triste com o estado encontrado, torço para que se reerga. O diferencial eu percebo que foi a extrema preocupação e condições propícias para realmente formar jogadores, essa atenção em fornecer o necessário para que possam realmente serem destaques, não apenas na base, mas em uma série A de brasileiro. O aprendizado que levo é sobre ter valorizado aquele lugar sem pensar se um dia eu fosse jogar no num time específico ou outro, eu aproveitei o que o clube me oferecia, e busquei retribuir ao máximo. Na verdade, até os dias de hoje, terão 5 que eu não esquecerei, são eles: Eduardo Barroca, foi quem me aprovou no juvenil do Sendas (na época) atualmente no sub-20 do Botafogo, Cléber Santos meu treinador por 2/3 anos no Juniores do Sendas, atualmente auxiliar técnico do profissional do Vasco, Marcelinho Paulista, o primeiro a me subir ao profissional do Sendas, e Maurício Barbieri, quem me deu muita oportunidade no profissional, já Audax, e atualmente treinador do Flamengo, e Oswaldo de Oliveira que apostou em mim, em me tirar de um time sem divisão nacional e me pôr em um campeão brasileiro para disputar uma série A.

Foto: Atlético Mineiro.

 

3- Você se destacou na disputa do Campeonato Carioca em 2013, chamando atenção do Botafogo (onde disputou o Campeonato Brasileiro, 2013). No time alvinegro carioca, repetiu o bom desempenho e chamou atenção do time Guizhou Renhe, da China. Com costumes e culturas diferentes da nossa, o que mais achou difícil de se acostumar? Conte-nos um pouco da sua experiência no time chinês. Guarda uma história divertida da China?

– O mais difícil foi me acostumar com o modo deles trabalharem, dos treinamentos não serem muito competitivos, de em alguns jogos após a derrota, parecer que nada havia acontecido, essas coisas chegavam a irritar certas vezes, e você querer brigar contra isso era praticamente impossível. Histórias da China eu tenho várias, mas a mais marcante foi após nosso rebaixamento em 2015, quando uma multidão de torcedores, nos esperavam no portão de saída do estádio, e fomos aplaudidos com cartazes, fotos dos atletas, sinalizadores, e incentivados a voltar para a elite do futebol chinês e eu realmente não esperava isso, talvez pela cultura ruim do futebol brasileiro nesse aspecto, inesquecível!

 

4- Em janeiro de 2016 você retornou ao futebol brasileiro para jogar no Atlético Mineiro e na estreia venceram o Schalke 04 por 3×0. Seu primeiro gol foi logo depois, contra o Corinthians pela Flórida Cup. O que destaca desta volta ao Brasil? Qual maior ensinamento que trouxe do exterior para melhorar no seu jogo?

– Bem, acredito que o ensinamento mais fundamental trazido de fora, foi valorizar os treinos aqui no Brasil, cada treino, pois os treinamentos não eram na mesma intensidade de quando eu atuei no Botafogo, e nem quando voltei ao Atlético-MG, por isso cada dia de treino é de suma importância para nós mesmos, jogadores.

Foto: Botafogo-RJ.

 

5- Com rodagem no exterior e em grandes clubes do Brasil, sua carreira é sólida. Quais são os próximos passos que pretende dar? Tem sonho de jogar por algum clube específico do mundo? Qual sua inspiração no futebol? E na vida?

–  Sim, posiciono como uma carreira que está prestes a ser de fato sólida, histórias, vitórias e derrotas épicas, amizades que carrego até hoje, eu tenho em mente jogar entre um ou dois anos ainda uma série A de Brasileiro, e em seguida gostaria de seguir para o futebol americano, por conta de a partir de 2019 olhar mais para o bem estar da minha família, meu filho vai nascer esse ano de 2018, e não acho que teria lugar melhor pra crescer como os Estados Unidos. Um clube no mundo apenas na infância, era o Milan, mas hoje em dia eu tenho como referências às ligas, hoje as que mais me chamam a atenção são as ligas Mexicana e Americana. Como inspiração, eu prefiro atrelar a grandes jogadores que busquei me espelhar, mas para citar, eu digo: Luis Suárez, e Cristiano Ronaldo. Na vida? Meu pai e meu irmão!