Bora Vozão

Entrevista com o zagueiro Rafael Pereira, do Ceará

Rafael Pereira dos Santos nasceu no dia 18 de novembro de 1984 na cidade de Rio do Sul-SC. O atleta tem passagens por Botafogo, Náutico, Criciúma e Chapecoense. Atualmente joga pelo Ceará Sporting Club. Atleta conhecido e reconhecido pela segurança e liderança na defesa

 

1- Nasceu no dia 18 de novembro de 1984 na cidade de Rio do Sul-SC. Como a maioria dos atletas teve um começo complicado passando por clubes do interior catarinense (Chapecoense, Mafra e Juventus Jaraguá) e paulista (São Carlos). Qual é a sensação de participar do início do crescimento da Chapecoense em nível nacional? O que analisas do atual momento da equipe? Como é a estrutura nesses times menores de SC (Mafra e Juventus) e SP (São Carlos)?

R: É muito bom ver uma equipe que teve o início como o da Chapecoense figurando entre os 20 melhores do país hoje. Eles passaram por um período de grandes transformações, que deram certo, e estão colhendo os frutos de três anos para cá. Espero que eles alcancem ainda mais conquistas e continuem na elite do futebol brasileiro por muito mais tempo. Os clubes possuem uma estrutura limitada, mas que não deixa faltar em nada aos atletas. Certamente não se pode comparar com clubes maiores, mas o esforço diário que dirigentes e funcionários fazem para manter estas instituições é com muito amor e, por isso, conseguem permanecer em meio a um calendário injusto com a maioria dos times no Brasil.

 

2- Após teve seu destaque no Metropolitano de Blumenau, chegando a ser chamado por Cuca para testes no Botafogo e tendo uma passagem pela Romênia (Gaz Metan). Descreva sobre o seu primeiro destaque no futebol nacional? Consideras o Metropolitano sua casa pelas suas idas e vindas ao clube? Como foi chegar a equipe botafoguense sendo trazido por um grande técnico? O que aconteceu para que não conseguisse a almejada sequência? Como foi a sua passagem pelo futebol romeno voltaria para este país?

R: O Metropolitano foi um Clube que sempre esteve disposto a me receber e sou muito grato por isso. No futebol, muitas pessoas tentam ganhar vantagem sobre as outras, e lá sempre fui tratado com o maior respeito possível. Guardarei sempre em minha memória os momentos que passei por lá e sou muito agradecido ao pessoal que estava lá na época das minhas passagens. Acredito que a passei a cravar meu nome no cenário nacional nas minhas passagens por Recife. Primeiro no Sport, quando conquistamos o acesso para a primeira divisão, e depois no Náutico. No alvirrubro, passei um ano e meio e fiz muitos amigos por lá. Trabalhei com ótimos profissionais e fui o melhor zagueiro da Série B em 2016.

R: No Botafogo, uma série de fatores influenciaram para que eu não ficasse por lá. Fiquei muito feliz pelo prestígio que tive junto ao Cuca, mas foi uma situação que sobrepôs qualquer relação jogador – técnico. Graças a Deus consegui manter uma sequência boa em minha carreira e nada tenho a reclamar desta passagem pelo Rio de Janeiro. Na Romênia passei por situações completamente diferentes das que já tinha vivido no futebol. O pé congelava durante as partidas. Chegava a usar jornal entre a meia e a chuteira para que mantivesse o calor e eu sentisse o contato com a bola. Foi um período de muito aprendizado, ainda era jovem, e gostei dos momentos que vivi por lá. O Clube é uma extensão de uma rede de petróleo e, por isso, tinha uma estrutura muito bacana. É complicado dizer se voltaria pelas condições que estou vivendo no Brasil hoje, mas no futebol nunca sabemos como será o dia de amanhã.

Foto: Jonas Ramos/Agencia RBS.

 

3- Entre 2011 e 2013 chegou ao Juventude tendo um grande destaque por longo tempo. Para você qual foi o segredo para que conseguisse tamanho respeito da torcida jaconera? Como analisas a retomada do fortalecimento da equipe no cenário nacional? Foi emprestado ao Sport durante esta época, como foi sua passagem no clube? Descreva suas duas conquistas da Copa Federação Gaúcha?

R: Apesar de ser catarinense, considero Caxias do Sul minha segunda casa. Por lá constitui minha família e fui muito feliz jogando pelo Juventude. Meu estilo de jogo aguerrido é bastante admirado no Rio Grande do Sul e a torcida jaconera sempre me tratou muito bem. Mantenho a amizade com muitas pessoas de lá, minha família mora lá e tenho muito carinho pela população. No tempo que estive por lá conquistei estes dois títulos que foram bem festejados pela torcida. Fico muito feliz em ver o Ju voltando a figurar em competições de expressão e torço para que tenham sucesso nos objetivos que eles têm.

 

4- Entre 2014 e 2016 vestiu as camisas do Criciúma e do Náutico, em ambos os clubes obteve uma sequência. Para você, por qual motivo consegues nas últimas temporadas ser titular nos times que passa? Descreva o atual momento dos times na Série B do Brasileiro? Qual foi o principal momento seu em cada equipe?

R: Acredito que meu processo de amadurecimento ajudou muito nesta fase de sustentação como titular nas equipes que passei. Nos dois clubes trabalhei com o Gilmar Dal Pozzo e sua comissão técnica, que me passaram muita confiança nestes anos e me ajudaram a desenvolver ainda mais meu futebol. Vejo os dois times com muita tradição no cenário do futebol brasileiro e acho que podem atingir coisas boas ainda neste ano. Meu principal momento neste período, eu acredito, que tenha sido o segundo turno do Brasileirão do ano passado, pelo Náutico. Eu mantive uma regularidade ao longo de todo o ano e isso me credenciou a ser o melhor zagueiro da competição. Fiquei muito feliz com este reconhecimento e espero poder repetir este feito pelo Ceará neste ano.

Foto: Rafael Martins/Esp. DP/D.A Press.

 

5- Nesse ano chegou ao Ceará Sporting Club conquistando um título que faltava na sua carreira, o estadual. Como foi a recepção da torcida e da diretoria do clube para com você? Qual a sensação de chegar na equipe e logo conquistar um título? Analise a estrutura do time comparando aos clubes da Série A?

R: A recepção foi a melhor possível. Desde meus primeiros dias em Fortaleza já senti que poderia realizar um bom trabalho e buscar os objetivos que a diretoria havia me apresentado. Conquistar o título Cearense foi uma satisfação pessoal, pois era algo que faltava em meu currículo. Foi uma campanha expressiva e que fizemos por merecer esta conquista. Depois de conhecer a estrutura do Ceará, reafirmei a ideia de que o Vozão é um Clube de Série A disputando a Série B. E esse ano nosso objetivo é justamente esse: recolocar o alvinegro na primeira divisão do Brasileiro.

 

6- Ao final do primeiro turno o time está no G4, nos últimos anos a equipe bateu na trave em algumas oportunidades. Quais são as perspectivas se visando o final do ano? Como foi a formação de elenco para a competição? A chegada de Marcelo Chamusca foi essencial para o retorno dos bons resultados no clube?

R: Como citei anteriormente, nosso objetivo é recolocar o Ceará na Série A. O Clube está preparado para esse retorno, nosso elenco também. Passamos por algumas dificuldades no início da competição, mas temos um modelo de jogo bem implementado e que pode trazer resultados em dezembro. Acredito que nosso grupo é bastante homogêneo, mesclando jovens atletas com a experiência de outros. Isso ajuda muito em uma competição longa, como é a Série B. Trocar de técnico exige tempo para assimilar as ideias e com o Chamusca não foi diferente. Apesar de os resultados virem rapidamente, ainda estamos ajustando detalhes que ele vê como importantes e vamos em busca de mais atuações boas na temporada.

Foto: Divulgação/Cearasc.com.

 

7- O zagueiro tem como objetivo principal, defender a meta de seu goleiro. Como é a forma de treinamento para que consigas êxito neste objetivo? Qual o ensinamento a passar para a nova geração de defensores que está se formando no país?

R: O treinamento é algo que complementa características que um jogador já tem. Acredito que trabalhos de bola parada e mano a mano com o atacante são de extrema importância. Estas atividades simulam situações que ocorrem nas partidas e, desta forma, entramos preparados para exercer nosso papel da melhor maneira. Para o pessoal que está começando, recomendo muito esforço e dedicação. Se você levar uma vida regrada, respeitando suas limitações e buscando melhorar sempre, você pode atingir seus sonhos. Treinamento nunca é demais. Buscar aperfeiçoar e não se acomodar é uma das chaves para trabalhar em alto nível.

 

8-Uma mensagem para os colunistas e leitores do mercadodofutebol.com?

R: Agradeço muito o espaço cedido para falar sobre minha carreira e assuntos atuais do futebol. Acompanho o trabalho de vocês, que é sempre feito com muita qualidade e credibilidade. Estarei sempre disposto a conversar com os amigos e aberto para debates qualificados. Sucesso aos amigos! #DecolaMF

Foto: Comunicação/EC Juventude.

 

Jean Lucas

Jornalista por formação, Geógrafo nas horas vagas, dono de um conhecimento vasto sobre o futebol, países e curiosidades que vocês somente verão em minhas matérias.

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