Deu em nada.

A Operação Cartolaação que investigava supostas organização criminosa que manipulava resultados, através da compra de árbitros no campeonato paraibano, conduzida pela Polícia Civil e o Ministério Público, deflagrada no dia 09 de abril de 2018, um dia após a final da competição estadual, que consagrou o Botafogo/PB como campeão, o desfecho acarretou punições severas, o Pleno do STJD decidiu pelo banimento de dirigentes de clubes, árbitros, além de mandatários da Federação Paraibana de Futebol (FPF) e da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), porém nenhum time foi punido.

Na última quinta-feira (07), mais um capítulo dessa novela foi encerrado nos tribunais, Auto Esporte e Desportiva Guarabira entram na justiça e o caso foi julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva.

No decorrer das investigações, clubes que não foram mencionados na Operação, sentiram-se lesados e entraram na justiça.

O Auto Esporte foi um dos primeiros a questionar a credibilidade da competição, Watteau Rodrigues presidente do clube no período, demonstrou sua insatisfação com o ocorrido, a entidade alvirrubra passou por um processo eleitoral, Helamã assumiu o posto, porém com a mesma indignação e colocou o processo à frente.

O Auto Esporte foi um dois clubes rebaixados no campeonato paraibano de 2018, o outro foi a Deportiva Guarabira, que através do seu presidente, Domingos Sávio, declarou apoio na denúncia, as duas entidades alegaram que teria provas suficientes para incriminar o Campeão e o Vice-campeão, Botafogo/PB e Campinense, que ambos tinham sido beneficiados.

Por isso de acordo com o Código Disciplinar da FIFA, poderiam ser punidos com o rebaixamento, o que traria Auto Esporte e Desportiva de volta à elite do futebol paraibano, além de que os primeiros colocados deveriam devolver os valores recebidos pelo Gol de Placa, projeto do governo que ajuda os clubes e a premiação oferecida pela FPF aos finalistas.

Outros clubes também se sentiram prejudicados:

O Serrano, que não foi mencionado na Operação, ameaçou entrar na justiça, o time foi o terceiro colocado, ficando atrás apenas de Botafogo/PB e Campinense.

O Atlético de Cajazeiras, teve a renúncia de seu presidente, Harley Lira e o seu irmão, Alysson Nunes, que era o diretor administrativo, o principal motivo foi a situação financeira da entidade, mas ao anunciar a saída do cargo deixaram claro que a credibilidade do futebol paraibano também influenciou na decisão, o clube ficou um tempo sem comandante e quase não disputou o campeonato estadual deste ano, mas Arlan Rodrigues reassumiu a presidência do Conselho Deliberativo, após ser vice na chapa derrotada nas eleições da FPF, que era liderada por Eduardo Araújo.

? TJDF-PB

O caso deveria ter sido julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJDF-PB), porém o presidente Ricardo Barros alegou não ter materiais necessários para trabalhar, já que a Operação Cartola apreendeu os arquivos para ajudar na investigação e as documentações não haviam retornado, o STJD resolveu auxiliar na reconstrução da entidade e começar uma intervenção.

O encabeçado pelo processo, o Auto Esporte, entendeu que não poderia esperar a alteração na gestão, já que não havia previsão de quando ocorreria e levou o caso ao STJD.

? TJDF-PB

Pablo Juan Nóbrega, procurador interino do TJDF-PB, aprovou o pedido de liminar dos clubes, onde solicitava a inclusão de ambos na primeira divisão do campeonato paraibano, porém a decisão não tem impacto efetivo, pois precisava ter o parecer do presidente, Ricardo Barros, para que o campeonato obtivesse 12 clubes.