Entrevista com o treinador Evaristo Piza
Na última sexta, dia 08 de maio, entrevistamos por meio de uma live no Instagram, o treinador Evaristo Piza. Ele comentou sobre suas passagens pelo interior de São Paulo (clubes como Taubaté, Capivariano e Portuguesa Santista), além de seu último trabalho no Botafogo-PB. Confiram os fragmentos textuais e abaixo a entrevista por completo:
1- Fostes treinador do Paulínia FC, Portuguesa Santista, Velo Clube e Taubaté. Quais as principais diferenças e semelhanças entre essas equipes? Por quais motivos conseguistes ficar quatro anos no Paulínia? Por qual situação a equipe não consegues despontar no cenário nacional? A Portuguesa Santista passa por um momento de reformulação, sendo que dispensou seu técnico e parte do elenco. Como analisas as dificuldades financeiras ocasionadas pela pandemia do coronavírus nos clubes do interior paulista? Chegastes a ter outra passagem pelo Burro da Central, acreditas que houve evolução da equipe no sentido organizacional entre 2013 e 2017?
R: A questão da pandemia, eu estava em João Pessoa quando parou tudo. Voltei em abril com todo mundo preocupado com a questão da saúde e com o que aconteceria com o futebol, assim começou a mexer com o conforto das equipes e também a questão dos contratos que estavam chegando ao fim, principalmente no interior de São Paulo. Como boa parte dos times somente tem o estadual, fizeram os vínculos até abril, o próprio Santo André, líder da competição, como não tem calendário estendido está com problemas para refazer o elenco. A Federação até ajudou prorrogando a possibilidade de contrato, todavia aqui em São Paulo, o governador Dória já estendeu até 31 de maio, a quarentena. Então, o futebol não vai voltar agora.
R: Sobre a Portuguesa Santista, a saída de Sérgio Guedes e dos jogadores, é por causa da incerteza da volta, possa ser que consigam recontratar os atletas. As equipes menores vão sofrer com a situação, os clubes grandes até conseguem suportar um pouco por causa dos patrocínios, a questão da estrutura financeira. Mesmo assim, alguns times de Série A estão reduzindo seus salários, imagine as equipes do interior que vive de praticamente ingressos e participação no campeonato. A tendência é que os patrocinadores retirem seu investimento e caso a Federação e a CBF não intervenha pode acabar com a categoria de base para que consigam um maior fôlego e se reestruture para o ano seguinte.
2- Tens passagens por Capivariano, Mirassol, Penapolense e XV de Piracicaba. Quais dessas equipes tem maior chance de crescer no cenário nacional e por qual motivo? O Capivariano é um dos clubes, onde teve ao menos duas passagens, o que você faz de diferente para que consiga chamar a atenção dos cartolas para um retorno em suas equipes? Para você, algum time do interior paulista tem condição de acesso? Seja na Série B, C ou D? O que poderia dizer da estrutura e torcida do Nhô Quim?
R: Você treinar uma equipe novamente, mesmo que não tenha conseguido os objetivos na primeira passagem. É por causa que você deixou um legado, isso que me levou de volta ao Capivariano e ao Taubaté. No XV de Piracicaba tivemos duas competições e não é simples segurar um clube que tem uma torcida que cobra, além disso a cidade sempre foi reconhecida por ter um clube na primeira divisão estadual. Na minha ida para o time e fomos eliminados pela Inter de Limeira e Guarani. Já no Mirassol estivemos próximo de subir e seria meu segundo ano seguido, pois fomos campeões pelo Capivariano. Não conseguimos pelo saldo de gols e ficamos em quinto com 35 pontos, quem subiu foi o Água Santa que tem o número positivo de quatro de saldo.