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MF entrevista o meia Rodrigo Andrade, do Botafogo-PB

Rodrigo Andrade da Silva nasceu no dia 5 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro. Fostes revelado pelo Flamengo e tem passagens por Botafogo, Ceará e Chapecoense. Atualmente está no Botafogo-PB. Conhecido e reconhecido pela habilidade e categoria com a bola

 

1- Um esporte além do futebol? R: Eu pratico bastante o poker, conheci a modalidade em 2010 e hoje vem evoluindo muito, sendo que alguns tem como profissão. No meu caso é hobby, mas gosto bastante.

2- Música nacional ou internacional? R: Eu prefiro nacional mesmo.

3- Um local para viajar? R: Tenho vontade de conhecer Las Vegas.

4- Um momento marcante? R: O nascimento do meu filho Gabriel que vai fazer cinco anos. O meu orgulho também é ele, uma criança fora do comum, muito inteligente e amigo, não dá trabalho.

5- Maior arrependimento? R: Os meus erros do passado que me fizeram perder oportunidades profissionais e que possivelmente hoje poderia estar em um nível melhor (financeira e profissional).

6- Um filme? R: Eu vejo bastante séries, é um pouco complicado definir, mas vou dizer homens de honra (um filme antigo).

7- Uma música? R: Eu gosto de Clareou (Diogo Nogueira), mas também cantada pelo Xandy.

8- Comida favorita? R: Como sou carioca, eu gosto bastante de feijoada.

 
Foto: Sampaio Corrêa-MA.
 

1- Tens sua formação atrelada ao Flamengo. O que poderia dizer sobre a estrutura da base flamenguista naquela época? Acreditas que o rubro-negro de Jorge Jesus será campeão da Libertadores e do Brasileiro? Passou por Ulbra Canoas-RS, América-RJ, Botafogo e Atlético-GO. Como foi atuar em uma equipe que atualmente nem existe mais? Sabes o motivo do desaparecimento do Canoas? O que podes dizer sobre as suas passagens pelos clubes do Rio e de Goiás? Como foi ter em seu time o atleta Romário (mesmo que seja por uma partida)?

R: Na minha época, a estrutura era muito boa, porém agora deve estar muito melhor. Eu tenho quase certeza que sim, o time ser campeão do Brasileiro, como também da Libertadores. Não somente acho que vai, mas vou torcer para isso, pois sou flamenguista. Quem sabe algum dia possa voltar ao Flamengo (nada é impossível). Então cara, passei pela Ulbra em 2008, mas acabei não jogando, pois eu não me adaptei e fui embora com um mês. Depois disso fui para o América, onde fui campeão e trabalhei com o Romário, conheci ele pessoalmente, admiro como pessoa e temos uma boa relação (ele gosta de mim e eu dele).

R: Quando a gente se encontra, trocamos uma ideia rápida e tenho o filho dele, Romarinho como um grande amigo, um ser sensacional. A minha passagem pelo Botafogo foi boa, sendo campeão carioca, não fui titular absoluto, mas joguei algumas partidas, com a chegada do Maicosuel, acabei perdendo espaço e fui emprestado pelo Atlético Goianiense (atuei vários jogos seguidos como titular), contudo era muito novo e acabei deixando a equipe por ser muito acostumado com o Rio de Janeiro. Eu nunca acompanhei muito os times do Rio Grande do Sul, depois da minha saída do Canoas (não tinha amigos na cidade, então não sei te responder essa pergunta).

 

2- Fostes para o Ceará, depois Londrina, XV de Piracicaba, Portuguesa, Figueirense, Bragantino, Brasiliense e Botafogo-SP. O que poderias falar sobre as principais experiências nestes clubes? Como foi atuar na Série A do Brasileiro por algumas temporadas seguidas? O que poderias dizer sobre as torcidas destas respectivas equipes? O que poderias falar sobre o atual momento da Portuguesa? Tens dois irmãos, Bruno e Raphael, qual a sua relação com ambos? O primeiro agora faz parte de comissão técnica, também pensa nisso para o futuro?

R: Sobre o Ceará foi outra oportunidade que deixei passar, era novo a cabeça um pouco fora do lugar (então eu fui mais para curtir a cidade e me arrependo bastante). O Ceará é um clube que tem a estrutura muito boa, o alvinegro é um dos times que pagam em dia, organização de Série A, mesmo estando no Nordeste. O Londrina tive uma passagem muito rápida, sendo seis jogos e logo após fui para o XV de Piracicaba (onde fui muito bem no mesmo semestre), depois fui para a Portuguesa na Série A, sendo um ano de muito aprendizado. No Figueirense, ajudei a subir o time para a primeira divisão e depois me arrependi de não ter ficado no ano seguinte, pois fazia duas temporadas que o Bragantino me queria e meu irmão na época atuava no clube, mas em Bragança acabei me machucando e o Raphael foi para o Remo (ficamos dois meses somente treinando). Em todos os duelos com os meus irmãos, eu saí vitorioso. Já eliminei o Raphael ele no Remo e eu no Brasiliense, contra o Bruno já fiz gol contra o time dele. Eu quase fui expulso no embate com o Figueirense e o Raphael no Bragantino, logo após ele foi para minha casa. Tem muitas histórias boas para contar.

R: No Brasiliense foi o recomeço, atuar na Série D, apesar dos brasileiros conhecerem faz tempo que não aparece nem na terceira divisão (no clube fui bem em oito jogos fiz seis gols). Logo após fui para o Botafogo-SP, sendo o artilheiro do time, então a experiência é de ter atuado em times que não são pequenos, mas também não chega ao patamar dos clubes maiores do país. Desses times que citou, o Figueirense que está fugindo do rebaixamento, o Bragantino que agora está nas mãos da Red Bull (joguei lá e sei da estrutura absurda que possuem). A Brasiliense continua na mesma e o Botafogo-SP está evoluindo e agora brigando para subir a Série A.

R: A primeira divisão é o melhor que temos, jogos de verdade, em termos de visibilidade é muito bom para o atleta. Como profissional todos querem estar nessa competição, se fizermos três jogos de qualidade (sempre tem alguém olhando para o futuro). O momento da Portuguesa é delicado, mesmo sendo o quinto do estado, é um time que jogou na primeira divisão e também com nomes conhecidos (eu fico triste por terem chegado a este momento por causa da gestão, estou na torcida para eles voltarem). Tenho dois irmãos tenho uma relação igual com ambos. Com o Bruno trabalhei na comissão técnica da Portuguesa da Ilha, muito profissional em qualquer área que atua. Eu não penso em quando parar fazer parte de diretoria, quero montar meu escritório (ser empresário) e outras coisas fora do futebol, o esporte é muito cansativo, apesar de bom.

 
Foto: Volta Redonda-RJ.
 

3- Atuou por Criciúma, Osasco Audax, Chapecoense, Fortaleza, Paysandu, Volta Redonda, Portuguesa-RJ e Sampaio Corrêa. Podemos dizer que nos últimos anos as passagens de destaque foram no Osasco Audax e no Sampaio Corrêa? Como foi chegar na final tanto do Paulista, como também na Série C? Existe grandes diferenças no modelo destes campeonatos? Como avalias o atual momento da Chapecoense?

R: Eu tive boa passagem pelo Criciúma, sobre o Audax foi um dos meus melhores momentos, pela Chapecoense eu poderia ter uma maior sequência no clube. Graças a Deus, fui emprestado ao Fortaleza por que eu quis, quando chegou o Caio Junior, ele me ofereceu oportunidade (para jogar e ir mais ao banco de reservas), que não possuía com o Guto Ferreira. Todavia dois meses depois, aconteceu o acidente e acabei perdendo muitos amigos, mas tudo tem um propósito, eu acredito muito em Deus, penso que não era a minha hora, ninguém acreditou que saí da Série A para Série C.

R: Desses clubes somente não me destaquei no Volta Redonda, foi um ano muito ruim (o time brigou para não cair). No Fortaleza, me destaquei em 2016 e renovei contrato, a torcida gosta de mim. Pelo Paysandu, não gostei de atuar, não tenho nada contra, enfim fiz até bons jogos, contudo teve acontecimentos que não concordei e preferi ir embora. Na Portuguesa eu fui bem particularmente, o time era bom, mas o time não ganhava, o clube paga em dia e tem tudo para crescer no Rio e também no Brasil (chegar numa terceira ou segunda divisão).

R: Sobre a final do Paulista, saí antes dela e acabei indo para a Chapecoense (onde fui campeão catarinense na mesma época). Disputei Copa do Brasil e Brasileiro, mesmo assim me senti muito representado e torci para que o Audax tivesse superado o Santos naquele ano. Então, avaliar o atual momento da Chapecoense é complicado, eles se mantiveram por algum tempo (mesmo com o acidente), mas agora o caminho deve ser a Série B. O time é bem organizado e com estrutura, eles tem tudo para se manter forte em 2020.

R: A Série C comparada ao Paulista, no estadual a visibilidade sempre é positiva mesmo em qualquer jogo (tendo alguém olhando). Na terceira divisão, os empresários e clubes eles olham a partir do duelo mata-mata (acesso). As vezes na Série C, o time lidera o campeonato todo, classifica em primeiro e enfrenta o quarto, acaba perdendo por um detalhe (como no caso do Fortaleza em 2016 contra o Juventude), eles se classificaram por acaso e subiram após passar por nós. O Campeonato Paulista tem um perfil diferente, classificação (menos times) e a visibilidade é maior (pelos seus adversários), o estadual de São Paulo em termos de nível é melhor do que a terceira divisão.

R: Eu queria ter um título nacional na minha carreira (pois ainda não possuo). Tive a oportunidade de sair antes, por que alguns clubes fizeram sondagens, mas fiquei até o final para conseguir esta conquista. Mesmo assim, sai do Sampaio de cabeça erguida, clube que me recebeu muito bem e me colocou de volta no mercado. Eu estou muito feliz hoje no Botafogo, não quis esperar outros times, então estou decidido do que almejo aqui, que seria um título brasileiro.

 

4- Chegasse ao Botafogo-PB. Qual a expectativa para o ano de 2020? Por quais motivos o Belo sempre bate na trave em termos de acesso? O que podes ser feito de diferente para mudar o final da jornada? O que podes falar a torcida da equipe paraibana?

R: A minha expectativa é das melhores, pelo que vejo da estrutura, tudo muito organizado e responsável, antes de acertar pesquisei sobre o clube e tive as melhores informações. A cidade é muito boa para se morar, já estou aqui bem alocado e esperando para voltar as atividades e que o ano de 2020 seja perfeito, buscar o título da Copa do Nordeste (chegar novamente a final), a Copa do Brasil é muito mais difícil (tentar ficar o mais tempo possível). Além disso colocar como prioridade o acesso do Botafogo-PB à segunda divisão, ainda não conheço profundamente a torcida do Belo, mas sei que são fanáticos e que acompanham o time. Eles podem cobrar com respeito (caso tenhamos o momento ruim), além disso na fase boa vão nos apoiar.

 

Foto: Botafogo-SP.
 

5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.com?

R: A mensagem que eu deixo é de agradecimento por terem me procurado, um abraço aos colunistas e leitores do site, foi um prazer estar participando. Não seja somente para mim ou para o Botafogo (meu atual clube), um 2020 bom, mas para vocês também, boa sorte e excelente próximo ano e um grande abraço irmão.