Sindicato de Atletas SP e FPF se reaproximam em busca de soluções para o futebol

Na tarde de ontem (6 de maio), através de vídeo conferencia, houve uma reunião entre o Sindicato de Atletas SP e Federação Paulista de Futebol com o intuito de debater as questões não somente referentes ao atual cenário de pandemia, mas também de resgatar temas que podem levar o futebol paulista até um patamar de destaque no contexto nacional.

Por parte do Sindicato de Atletas SP participaram o presidente Rinaldo Martorelli e os advogados, Guilherme Martorelli e Rodrigo Jakobovski. Já pela FPF, o presidente Reinaldo Carneiro Bastos, o vice-presidente, Mauro Silva, a vice-presidente de gestão corporativa, Mislaine Scareli e os advogados Cristiano Caús e Gustavo Delbin.

A pauta da reunião se baseou em questões importantes como a PL 2125/2020 e a retomada das negociações da Convenção Coletiva.

Ficou claro entre as partes que essa seria uma primeira reunião e que nada poderia ainda ser definido quanto à posição de uma ou outra entidade.

Quanto ao PL 2125/2020, o que se pode concluir, depois de muito debate e posicionamento de lado a lado, é de seguir refletindo na busca de uma posição convergente quanto às cláusulas de rescisão, incluindo aí, além daquela já existente no PL que é a cláusula compensatória, também o equilíbrio na clausula indenizatória.

O Sindicato de Atletas SP sempre defendeu a tese de que o desequilíbrio nessa questão tem levado o futebol ao desastre financeiro e que defender ainda mais tal distinção poderá levar a modalidade à extinção.  Nesse tema ainda, reforçou que há duas ações direta de inconstitucionalidade articuladas pela entidade dos jogadores junto ao partido político PODEMOS, que visa acabar com esse desiquilíbrio.

Se por um lado a FPF defendeu que uma redução na cláusula compensatória (aquela que o jogador recebe caso seja mandado embora) venha privilegiar os clubes organizados, os advogados Guilherme Martorelli e Rodrigo Jakobovski, ao mostrarem a realidade prática, defenderam que a alteração pretendida no PL 2125/2020 somente trará prejuízo para os atletas, além de favorecer a desorganização na gestão dos clubes.

Quanto à retomada das negociações acerca da Convenção Coletiva de Trabalho, houve convergência. O presidente Martorelli defendeu mais uma vez que as questões do futebol, que navegam entre normas desportivas e normas trabalhistas, geralmente não se compatibilizam. É justamente nesse ponto que são gerados os grandes conflitos, e por este motivo, entende que é a forma mais eficaz na resolução dos problemas. 

O que se pode tirar de melhor do encontro é a retomada nas negociações que poderão trazer para o futebol paulista e, consequentemente brasileiro, o panorama de organização que possa valorizar todos seus atores. Um panorama que privilegie o futebol como um todo, atletas e clubes, questão que o Sindicato de Atletas SP tem por premissa em seu trabalho.

Com essa retomada, novas reuniões serão marcadas para desenvolver o trabalho.

Arte: Soccer Digital