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Entrevista com o ex-jogador do Ceará e atual treinador, Boiadeiro

Na última terça-feira, 22 de julho, entrevistamos por meio de uma live do nosso Instagram, o treinador Boiadeiro que comentou sua trajetória na carreira (Vasco da Gama, Ceará e Bahia), além disso o atual momento no comando do Tiradentes-CE (sub-17). Confiram os fragmentos textuais e abaixo a live por completo:

 

1- Fostes revelado na base do Botafogo e pelo profissional do Madureira, o que poderias falar sobre o início da sua carreira? Como vês o atual momento dos times menores do Rio de Janeiro? Tens passagens por Vasco, Bangu, Volta Redonda e Ituano. Como descreverias o seu desempenho nessas equipes? Terias algum momento especial para contar sobre estes clubes? O Ituano tem chances de subir esse ano?

R: Eu comecei no Botafogo, depois tive uma passagem em outro clube para depois rumar ao Madureira e conseguir meu primeiro contrato profissional. Após isso fui para o Vasco da Gama, voltei para o tricolor suburbano, Bangu, Volta Redonda, Paysandu e Ceará. Além disso, passei para várias agremiações, fui passando e cheguei a marca de 21 clubes (entre idas e vindas), mas não tenho o que reclamar da carreira. Então, eu acredito que essa pandemia afeta os times de menor porte, pois patrocínio não tem mais, jogos não tem como acontecer, transmissão não aconteceu em alguns casos por causa de briga política. Aquele clube que busca investir não tem como ter dinheiro para conseguir se manter e muito menos para contratar, principalmente de Série C e D, pois não terão dinheiro. Esse ano vai ser de muito esforço e obstáculo para reverter esse quadro, para se reestruturar requer no mínimo um ano, principalmente quatro meses sem jogos no profissional e base. O Ituano tem uma gestão muito boa, em breve estará na segunda divisão, até brigando pela primeira, tenho amigos e vejo a mudança desde o Juninho Paulista, quando tratamos o clube com seriedade, as situações melhoram.

 

2- Passou por Paysandu, Itumbiara-GO, Ceará, Ipatinga, Bahia, Criciúma e América Mineiro. O que poderias dizer de diferença entre o futebol paraense, goiano, cearense, mineiro, baiano e catarinense? No alvinegro foi a equipe, onde atuou por mais partidas e tempo, por quais motivos acreditas que teve tamanho sucesso na agremiação, sendo lembrado até hoje? O que poderias dizer sobre o acesso de 2009? No Bahia, teve algumas poucas partidas na equipe, o que lhe atrapalhou para prosseguir no clube?

R: No Sul é uma partida mais física, na Região Norte e Nordeste, os jogos competitivos entre os times menores e os grandes se sobressaem pelo aspecto financeiro, o embate é mais truncado, pode acontecer qualquer coisa. Em São Paulo, por exemplo Ituano e Corinthians, o time menor pode engrossar o caldo contra o maior, depende muito da cultura de cada estado. Às vezes sente dificuldade do que no Brasileiro, dependendo do nível do futebol de cada estado. No Paysandu cheguei a ir bem, até quiseram renovar comigo, mas apareceu a proposta do Ceará. Na época, o alvinegro não estava bem financeiramente, além disso vim para o clube sem ser uma das referências, um pouco desconhecido, mesmo assim consegui fazer parte da história subindo em um acesso, além disso fazer parte da reestruturação. Vivi meus melhores momentos da carreira entre o final de 2008 e 2011, onde foram mais vitórias do que tristeza, conquistamos o tri-campeonato estadual, chegamos na semifinal da Copa do Brasil e a vaga na Sul-Americana. Temos um grupo no WhatsApp dos guerreiros de 2009, hoje tem o time tem uma estrutura maravilhosa, a parte administrativa linda. No Bahia, não tive uma grande sequência por problemas com certo diretor na época.

 

3- Atualmente tens um campo de treinamento e também é treinador do sub-17 do Tiradentes. Como foi receber o convite do Tigre da PM para 2020? Acreditas que dessa vez o Tiradentes possa conseguir o tão sonhado acesso para primeira divisão cearense? Como descreverias sua passagem pelo Caucaia sub-20?

R: Quando me aposentei dos gramados tive proposta para ser treinador do Parnahyba-PI, mas não aceitei, pois achei que não era o momento ideal, primeiramente quero trabalhar na base, depois ser auxiliar para chegar na parte de treinador com uma grande bagagem. Cheguei no Caucaia e tinha pouco tempo para treinar, a primeira ação minha foi ver o time treinando e a priori não tinha esquema e nem compactação, mudei radicalmente a equipe, mandei alguns jogadores embora, pois não tinha condições para jogar. Busquei um planejamento, pois sem isso as coisas não acontecem, eu tinha quatro dias para estreia, lembro que somente perdi para o Ceará, mesmo tendo chance de fazer gols. Conversei e expliquei para os meninos que eram taxados como chacota, temos que mudar o cenário ruim de 10 e 8 em grandes derrotas.

R: Antes de começar o campeonato, a pandemia chegou. Eu gosto de trabalhar com um a menos e eles estavam voando, coloquei um esquema tático comprando a ideia do 4-2-3-1 fluindo em campo. O Tiradentes é um clube que oferece importância para a base colocando todo material a disposição para treino e jogo, algo que não tinha no Caucaia (um clube que tem tudo para ser bom e em conversa com a diretoria disseram que melhorariam no futuro). As vendas de jogadores é o que sustenta a agremiação em muitas vezes, o Tigre da PM quer alavancar o time usando jovens atletas que tem potencial para o profissional.