Luto.
Hoje venho aqui escrever como torcedora apaixonada pela Chapecoense que encontra-se em choque, em luto. Venho escrever essa matéria a qual não gostaria de escrever nunca. De nunca ler. Uma matéria que nenhum torcedor, de nenhum clube, merece ler um dia.
Na madrugada de hoje, por volta das 5h fui acordada pelos meus pais dizendo que receberam uma ligação com a notícia de que o avião em que a equipe da Chapecoense viaja caiu. Nesse momento fiquei sem chão. Corremos ligar a televisão nos noticiários e também para as redes sociais. As primeiras informações eram de que o avião havia feito um pouso de emergência numa região montanhosa, não houve explosão, havia muitos feridos, mas sem nenhuma informação de óbito. Um fio de esperança no meio dessa tragédia. Só conseguia pensar em que todos estariam bem. As primeiras notícias de resgate foram chegando. Primeiro, o lateral Alan Ruschel foi encontrado com vida; logo mais o goleiro Danilo também resgatado com vida, e também o goleiro reserva Jackson Follmann. Um alívio pensei, nossos guerreiros iam sair dessa, iam superar mais esse obstáculo.
Infelizmente isso não aconteceu. Após o resgate dos três jogadores, e de uma comissária de bordo, cessaram as notícias. A angustia só aumentava, mas a esperança ainda vivia. Depois de um tempo uma notícia extraoficial de que haviam 25 mortos confirmados, rezei para que fosse falsa. Mais um regaste, do jornalista e radialista Rafael Henzel, esperança. Confirmação oficial de 25 mortos. Não quis acreditar, a ficha se recusava a cair, mas rezei para que os outros fossem resgatados com vida. O tempo foi passando, a dor e a angustia aumentando. Veio a pior notícia que poderíamos receber: 75 mortos; 6 pessoas resgatadas com vida: os jogadores Alan Ruschel, Danilo e Follmann, o jornalista e radialista Rafael Henzel, e dois integrantes da tripulação: Ximena Suárez e Erwin Tumiri.
Após algumas horas, um novo fio de esperança, o zagueiro Neto foi achado embaixo das fuzilagens com vida. Esperança de mais sobreviventes. Infelizmente isso não ocorreu. Pelo contrário, a dor só aumentou com a notícia de que o goleiro Danilo, herói do Campeonato Sul-Americana, não havia resistido aos ferimentos e vindo a óbito.
Uma cidade de luto; um estado de luto; um país de luto; o mundo está de luto! Uma das maiores tragédias do futebol mundial, a maior tragédia do futebol nacional. Está difícil acreditar. Não vamos ao estádio domingo, não vamos ver nossos guerreiros em campo lutando por nós. Dormimos em um sonho e acordamos em um pesadelo, com uma dor que não cabe no peito.
Nossa Chapecoense era muito mais que um time, era uma grande família. E esse clima de família se refletia no campo, no vestiário, nas salas de diretoria do clube e também na arquibancada.