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Nicolas Anelka, o andarilho incompreendido do futebol

O material de hoje contará um pouco da história de um ex-atleta de 41 anos que na última temporada foi coordenador de formação no Lille, além disso fora do campo foi consultor no Roda (Holanda), técnico no Mumbai City, da Índia com 4 vitórias em 14 jogos e auxiliar no Shanghai Shenhua, da China. Porém, o foco mesmo é dentro dos gramados com prêmios como artilheiro da Premier League em 2008/2009, além de conquistas como Copa das Confederações, Eurocopa, Liga dos Campeões (2), Liga Inglesa (2), Copa da Inglaterra (4), Campeonato Italiano e Campeonato Turco.

Nicolas iniciou sua trajetória no Paris Saint-Germain que na época tinha jogadores como Raí (hoje nos bastidores do São Paulo) e Julio César Valdés (técnico da seleção do Panamá ano passado), mesmo assim se destacou pela velocidade e poder de finalização chamando a atenção de Arsène Wenger que lhe chamou para o Arsenal. Vale lembrar que essa transferência foi uma quebra de paradigma na França, pois existia uma lei que protegia os jovens atletas de investidas de clubes estrangeiros, porém o que vigorava na UEFA foi o preponderante e o time teve que receber 750 mil euros para vendê-lo.

Nos gunners teve a ajuda de Patrick Vieira (atualmente treinador do Nice) para sua adaptação em terras inglesas, a resposta veio na sua terceira temporada com 19 gols em 46 partidas. Esse rendimento chamou a atenção do Real Madrid que lhe contratou por 35 milhões de euros, todavia o período entre 1999 e 2000 foi cheio de polêmicas, a maior lembrança delas foi do Marca que o convidou para jogar vídeo-game e ele ao marcar o gol teve como manchete colocando ênfase no seu primeiro “gol” pela agremiação espanhola. Em 33 jogos foram 7 gols e um retorno ao Paris Saint-Germain, onde teve maior tranquilidade.

Na temporada 2001/2002 voltou a Inglaterra, agora pelo Liverpool e seus 5 gols em 22 partidas já o deixava com carinho perante a torcida, porém o treinador Gérard Houllier decidiu pela sua saída, mesmo Anelka querendo permanecer. Ele depois disso rumou ao Manchester City que aos poucos ia montando seu elenco com jogadores importantes, casos do costarriquenho Paulo Wanchope (treinador sem clube), Robbie Fowler e Shaun Wright-Phillips. Com várias opções no ataque, o francês fez 46 gols em 103 jogos, retornando aos bons momentos de tempos anteriores.

No prosseguimento de sua carreira, ele passou três temporadas no Fenerbahçe, assim começando a sua trajetória por outros países, mas sem o brilho de antes jogou novamente em terras inglesas, agora no Bolton Wanderers. Com 23 gols em 61 jogos teve seus holofotes voltados aos grandes clubes, tanto que o Chelsea lhe chamou para jogar, em sua primeira temporada no clube ficou marcado por perder o pênalti decisivo na final da Champions League, o que ocasionou o título do rival Manchester United e o primeiro da competição para Cristiano Ronaldo.

No total de cinco temporadas participou de 59 gols em 184 jogos e fez sua história no blues, tanto que chamou a atenção do Shanghai Shenhua, da China que ofereceu uma oferta salarial tentadora, além de ser um dos expoentes na atrativa Liga Chinesa, apesar disso somente atuou em 2012. No fim de sua carreira, atuou em três partidas pela Juventus, sem marcar gols, após rumou para o West Bromwich, no início teve dificuldades de adaptação por causa do técnico, quando o treinador foi substituído teve bons momentos, porém uma polêmica de ter supostamente feito uma comemoração anti-semitista (o que foi negado por ele) acabou sua trajetória na Inglaterra.

As duas últimas temporadas foram no Mumbai City com 2 gols em 13 jogos, ele acabou sendo uma das estrelas da na época recém-criada India Super League. Vale ponderar que Anelka teve seu nome vinculado ao Atlético Mineiro, Alexandre Kalil anunciou o atleta e logo após, o francês desmentiu qualquer tipo de negociação, em contra-resposta, o presidente do clube de Minas Gerais mostrou um pré-contrato assinado. Entre idas e vindas, bons e ruins momentos, o ex-atacante ficou na história pelos 222 gols em 738 jogos, além das polêmicas (principalmente a da Copa do Mundo de 2010 pela Seleção Francesa).

Foto de capa: Juventus FC.