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História das Copas do Mundo de Futebol Feminino

Em 2019, teremos a oitava edição da maior competição futebolística feminina, a Copa do Mundo. A Copa será realizada na França entre os dias 7 de junho até 7 de julho, data da grande final. Nesta edição o Mercado do Futebol fará uma cobertura especial da competição, contando curiosidades e estatísticas.

Faltando pouco mais de 100 dias da partida de estreia da Copa do Mundo entre França e Coreia do Sul, contaremos a história desta competição: como ela foi criada, as maiores artilheiras e os acontecimentos importantes em cada uma das sete edições jogadas.

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Veja a imagem da taça da Copa do Mundo (Foto: FIFA)

Criação da Copa

As discussões acerca da criação de uma grande competição para o futebol feminino começaram na Copa do Mundo Masculina de 1986, no México. Um ano antes, em 23 de março de 1985, tínhamos a primeira partida oficial de futebol feminino de acordo com a FIFA. A partida foi realizada em Londres, Inglaterra.

No entanto, assim como o futebol masculino, não podemos afirmar quando começou a ser praticado este esporte por mulheres. Exitem relatos desde a Antiga China afirmando que mulheres praticavam algo parecido com o que conhecemos como futebol hoje em dia.

Mas, efetivamente, a Copa do Mundo começou a ser idealizada no México em 1986, por delegados de futebol. Ali, eles observavam que esse esporte tinha o potencial para ser realizado e a Copa do Mundo tinha sua gênese.

Com o aval de João Havelange, em 1988, teve-se o percursor da Copa do Mundo. O “Torneio Internacional de Futebol Feminino” foi um teste bem sucedido para uma grande competição três anos mais tarde.

Confirmando o sucesso, em 1991, na China, a anfitriã e a Noruega davam os primeiros toques disputando uma partida de Copa do Mundo de Futebol Feminino.

1991 – China

A URSS tinha seu fim decretado, as células-tronco estavam isoladas, o que revolucionou a medicina, Fred Mercury morria de complicações da Aids e no Brasil, o ícone Gonzaguinha também dava adeus. Na China, a primeira Copa do Mundo Feminina começava com doze seleções divididas em três grupos.

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Logo da primeira Copa do Mundo feminina
Participantes

Cinco da UEFA: Alemanha, Itália, Dinamarca, Suécia e Noruega; três da Ásia: China (país-sede), Japão e o Taipé Chines; uma da CONCACAF: Estados Unidos; um da CONMEBOL: Brasil; um da Oceânia: Austrália e um da África: Nigéria.

Favoritismo confirmado

Diferente do futebol masculino, a seleção dos EUA chegava como favorita na Copa e com uma campanha sem sustos, foi campeã. Guiadas por Carin Jennings-Gabarra, a equipe estadunidense venceu os seis jogos. Na final, 2 a 1 sobre a Noruega. O pódio foi completado pela Suécia.

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Carin Jennings-Gabarra foi eleita a melhor jogadora naquela edição (Foto: FIFA)

A China, dona da casa, caiu nas quartas de final. O Brasil venceu apenas um jogo e não passou para o mata-mata. A forte Alemanha ficou em quarto. E a artilheira da competição também foi dos EUA, Michelle Akers com 10 gols.

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Foto das campeãs mundiais (Foto: FIFA)

26 partidas, 99 gols e muita história para a primeira Copa do Mundo feminina. Entre 16 e 30 de novembro daquele ano, o mundo percebia que as mulheres podiam jogar futebol em alto nível. Além disso, com a competição organizada pela FIFA, não demorou muito para o Comitê Olímpico Internacional aderir à modalidade nas Olimpíadas.

1995 – Suécia

A internet entrava em nossas vidas, o Ebola matava centenas na África, um terremoto matou mais de seis mil no Japão e Fernando Henrique Cardoso começava seu polêmico Governo. Na Suécia, doze seleções iniciavam a segunda Copa do Mundo de Futebol Feminino.

Participantes

Cinco da UEFA: Dinamarca, Alemanha, Inglaterra, Noruega e Suécia (país-sede); dois da Ásia: China e Japão; dois da CONCACAF: Estados Unidos e Canadá; um da CONMEBOL: Brasil; um da Oceânia: Austrália e um da África: Nigéria.

Brilho norueguês

A Noruega não é tradicional no futebol masculino. Situação totalmente contrária com as mulheres. O time norueguês sempre teve uma forte base e venceu com propriedade a segunda Copa. Com apenas um gol sofrido e 23 marcados, a Seleção Norueguesa nadou de braçadas em toda a competição.
Hege Riise, melhor jogadora, e Ann-Kristin Aarønes, artilheira do torneio, comandaram a Noruega até o título.

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Riise comemorando junto ao seu treinador (Foto: FIFA)

A atual campeã na ocasião, a Seleção Estadunidense, caiu na semifinal para a Noruega e depois de vencer a China, ficou em terceiro lugar. O Brasil ficou em último no seu grupo e novamente deu adeus antes do mata-mata.

A decepção alemã e a glória norueguesa (Foto: FIFA)

Com os mesmos 26 jogos e os mesmos 99 gols da primeira edição, no dia 18 de junho, terminava a Copa do Mundo. Aquela Noruega sobrou tanto com suas goleadas que tem o melhor ataque da história das Copas até o momento com 23 gols em 6 jogos.

1999 – EUA

O Euro é aderido na Europa, um apagão deixa quase metade da América do Sul sem energia, a TV Manchete tinha sua última exibição e a Ambev era criada. Na América do Norte, os Estados Unidos sediavam a terceira Copa do Mundo de Futebol Feminino. Agora, eram 16 seleções, quatro a mais que nas primeiras edições.

Participantes

Seis da UEFA: Dinamarca, Alemanha, Suécia, Rússia, Itália e Noruega; três da CONCACAF: Estados Unidos (país-sede), Canadá e México; três da Ásia: Coreia do Norte, China e Japão; dois da África: Nigéria e Gana; um da CONMEBOL: Brasil e um da Oceânia: Austrália.

Donas da casa e da taça

Os Estados Unidos mantiveram a hegemonia mais uma vez. Donas da casa, as mulheres foram as donas do troféu também. A campanha na primeira fase foi tranquila e o time avançou em primeiro. Nas quartas de final, venceu a Alemanha por 3 a 2. Na semifinal, enfrentou o Brasil e venceu por 2 a 0 a seleção que seria terceira no Mundial. O último jogo foi vencido pelas estadunidenses com uma emocionante disputa de pênaltis. 5 a 4 nas cobranças e a autora do gol do título foi Brandi Chastain. Ela converteu e deu a segunda taça aos EUA.

Brandi Chastain e uma das mais emblemáticas fotos do futebol mundial (Foto: FIFA)

A China foi vice-campeã e teve destaques nos prêmios individuais. A melhor jogadora da competição foi a chinesa Sun Wen, que também foi artilheira com 7 gols junto com a brasileira Sissi.